domingo, janeiro 24, 2010

Quando Passos tropeça nas suas palavras




Enquanto a Dr.ª Manuela olhava para a Marmeleira convencida de que estava a ver o mundo a caminhar ao seu encontro, Passos Coelho foi calcorreando o país a doses de carne assada. Será muito possivelmente o próximo líder do PSD. Como diz ao Expresso (com aquela originalidade que se lhe reconhece): “Os ex-presidentes do partido tiveram uma oportunidade. E não há segunda oportunidade para se mostrar se é líder”. E Rangel é militante há dois ou três anos”. E Aguiar Branco já contou espingardas e entendeu ser melhor prestar vassalagem ao delfim de Ângelo Correia, para poder manter um pássaro na mão.

Mas é bom que se saiba ao que Passos Coelho vem: o candidato quer “oferecer uma alternativa que liberte a sociedade.” E o que se propõe fazer para tanto? Admite congelar os salários “por mais de um ano”. Mas avisou que também “devemos congelar a despesa social no que não depende dos mecanismos automáticos: não criar novas prestações, não aumentar as actuais prestações e fazer uma gestão integrada da despesa social. Se quiser gastar mais na segurança social tem que dizer onde corta na saúde; se tiver que gastar mais na saúde tem que dizer onde corta na educação.”

É talvez o momento da entrevista em que ele fala com maior clareza. Já quanto à privatização da Caixa Geral de Depósitos, Passos recua. E em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, desdiz-se. Enquanto nas últimas directas do PSD defendia que “ninguém pode ser discriminado, em face da lei civil, pelo Estado, por razão das sua opção sexual”, aparece agora a defender o casamento de 2.ª categoria contido na iniciativa chumbada de Aguiar Branco:
    Expresso — Se fosse deputado como votaria o casamento gay e a adopção?
    Passos Coelho — Como o PSD, contra as duas coisas.
Não está mal para começo de conversa.

3 comentários :

Ze Maria disse...

Este é mais um neto de Sá Carneiro, à procura de paternidade politica como todos os seus maninhos, priminhos e restante familia laranja. Hoje branco, amanhã preto, depois amargo e a seguir doce...Parafraseando, sem a devida licença, "O Jumento",este é mais um produto manhoso da irmandade dos "maus cagadores a quem até as calças estorvam"

MFerrer disse...

A única vantagem deste jovem, e já não é pequena, é que, para se chegar à frente e ganhar a liderança do cadáver adiado do PSD, ele vai precisar de informar os seus apaniguados do que pensa àcerac de uma data de assuntos.
O Código Civil é apenas um detalhe.
Eu quero é vê-lo a apresentar uma proposta de OE.
Gostava era de conhecer a sua política macro-económica.
Qual o papel do Estado na economia?
O que é que pensa fazer um dia na Educação?
Que SNSaúde defende?
Quem paga os impostos para a manutenção de um Estado Social tal como existe?
Qual o tal estado Mínimo, guarda nocturno?
Quais as diferenças concretas entre o programa dele e o do CDS?
Logo que se explique em detalhe é que vamos ver onde se coloca e a quem serve.

Caty Waves disse...

..mal saiu da toca Coelho levou o 1º chumbo.
As gentes do psd perguntam se há alguém que possa serenar o partido, que tenha bom senso.
Sinceramente parece que a hora é de Marcelo outra vez. Ele tem a dose de bom senso adequada para sossegar a aristocracia do partido. Tem a experiência governativa, o "know- Áu" da coisa.

Mas reconheço que o psd está completamente fragilizado com a direcção que tem...ninguem quer saber de Ferreira Leite..os portugueses não escutam Ferreira Leite nem o Psd.
É uma líder Ocultada.

A hora é de quem já resolveu Crises anteriores.