• Manuel Caldeira Cabral, "What you export matters":
- ‘De facto, estando o País plenamente inserido no mercado global, o nível de consumo que os portugueses podem manter daqui a uma década será determinado pela capacidade que estes tenham de exportar, pois serão as exportações que vão pagar a parte crescente da sua despesa feita em bens importados, num mundo em que a queda de fronteiras e a tecnologia estão a tornar mais aberta uma parte maior da economia.
O gráfico apresentado em cima mostra de forma clara que estas ideias, que se podem aplicar a qualquer pequena economia aberta, são relevantes para o caso português. De facto, os dados do quadro sugerem que os períodos de convergência de Portugal com os países europeus foram sempre precedidos de períodos em que a capacidade exportadora aumentou.
O facto de as exportações terem crescido, em 2010, ao ritmo mais acelerado desde o início do novo século é não só positivo mas também um facto muito relevante, por indicar que o País está simultaneamente a recuperar capacidade de crescimento económico e a corrigir o desequilíbrio externo que a nossa economia apresenta há mais de uma década.
(…)
Os resultados divulgados por estes autores sugerem que os ganhos que os países podem obter com a globalização dependem muito da capacidade de os países alterarem a sua especialização no sentido de se posicionarem como exportadores de bens e serviços mais sofisticados, isto é, mais próximos dos que os países mais desenvolvidos exportam.
A evolução da especialização portuguesa na última década e meia foi claramente nesse sentido. Verificou-se um forte aumento do peso das exportações de bens de média e alta tecnologia e aumentou fortemente a componente dos serviços. Em resumo, verificou-se uma forte convergência da estrutura de exportações portuguesa com a estrutura média dos países mais desenvolvidos.
Tal como uma empresa não cresce quando está em remodelação, mas se prepara melhor para crescer nos anos seguintes, a alteração da estrutura de exportações não gerou crescimento enquanto aconteceu a ritmo acelerado. Pelo contrário, a alteração significou destruição de produção nuns sectores e crescimento noutros. No entanto, no final, a alteração já verificada e as mudanças em curso deixaram o País numa posição diferente, com uma inserção na economia global que permite a Portugal estar já a ter maiores ganhos de produtividade e a garantir que no futuro pode ser competitivo com níveis salariais mais elevados.’
1 comentário :
Sócrates é um político excepcional, um visionário que saiu em sorte a Portugal. Quem for ao youtube assistir ao discurso do Estado da União de Obama, arrepia-se perante as semelhanças de políticas, as semelhanças na adequação das medidas para os tempos que correm, a própria antecipação de Sócrates àquilo que deve ser feito!
Nesse vídeo assistimos àquilo que devería ser uma lição para as oposições em Portugal: Quando é anunciado o nome do líder do governo americano, todos (oposição inclusivé) manifestam um "bruáá" de gáudio, uma autêntica demonstração de orgulho em ser-se patriótico e respeito por quem ocupa o cargo, independentemente de ser republicano ou democrata. Todos são americanos. O que se vê no vídeo, todos a aplaudir, jamais seria possível em Portugal com a oposição ranhosa que temos. Com a oposição que temos o que transparece é um desejo do "quanto pior melhor", país de invejosos, país de chacoteiros. As Exportações portugueses, na gerência Sócrates, têm sido claramente um factor de orgulho e de motivação por continuarmos a fazer mais e melhor. Mas o desdém a que assistimos por parte das oposições, em certas circunstâncias podería ser motivo para expatriar esse tipo de gente da oposição. Uns CANCROS AUTÊNTICOS.
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