Se os candidatos a Presidente da República prezam a palavra dada durante a campanha eleitoral.
Se os candidatos a Presidente vêem na coerência um valor político a proteger.
Se aquilo que os candidatos dizem em campanha serve para esclarecer minimamente os portugueses sobre a forma como o futuro Presidente pretende exercer os seus poderes e o quadro de valores que o anima.
Se assim for, ficámos nos últimos dias a saber que, a ser reeleito, Cavaco Silva nunca accionará a bomba atómica, o poder de dissolução do Parlamento, enquanto Portugal se deparar com uma crise da dívida soberana, que, aliás, afecta e só poderá ser ultrapassada a nível europeu.
Atente-se que não estamos a falar da mera “magistratura de influência” do Presidente da República (expressão que entre nós foi recuperada pelo Presidente Mário Soares mas que foi originalmente cunhada pelo Presidente francês Vincent Auriol, ainda na IV República). Pelo contrário, estamos face ao mais importante poder ao alcance do chefe de Estado, a sua mais importante competência de indirizzo político.
Assim sendo, a honestidade do candidato certamente o obrigará a respeitar os termos em que colocou esta questão: o país não se pode dar ao luxo de ter eleições (legislativas, por maioria de razão) enquanto durar esta crise da dívida. Este respeito pela palavra dada é o mínimo que se pode exigir a alguém que, para ser honesto, apenas precisa de nascer metade das vezes do que o comum dos mortais.
4 comentários :
mas CAVACU ja esta eleito, Porra??????
... mas deseleje-se, o cor de melro desbotou por menos
Não me digam que acreditam que o Cavaco vai ganhar...
NÃO VAI GANHAR!!!!!Só se este povo for parvo!
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