É com esta gente que Passos Coelho se quer alçar ao poder?

Ninguém, a não ser Louçã, saberá o conteúdo da anunciada moção de censura do BE. Por isso, dada a situação complicada que o país atravessa em resultado da crise internacional, seria compreensível que o PSD e o CDS avisassem de imediato que não viabilizariam a brincadeira de Louçã.

Não foi isso que os dois partidos da direita fizeram. O CDS andou a proclamar que aguardaria pela apresentação da moção para então se pronunciar e, de repente, Paulo Portas surgiu a dizer que se absteria. No dia seguinte, Passos Coelho comunicou que o PSD iria também abster-se.

A posição que ambos os líderes da direita assumiram revela falta de lastro. Com que cara os respectivos deputados se irão abster se Louçã escrevinhar uma moção demolidora para a direita neoliberal?

Foi isto o que escrevi aqui. O blogue oficioso da São Caetano decidiu reagir a esse post no estilo habitual — com uma resposta meio taralhoca, que é a marca da casa do albergue. Não fazendo a mínima ideia de que a demissão do Governo exige a “aprovação de uma moção de censura por maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funções” [cf. alínea f) do n.º do artigo 195.º da Constituição], um dos espertalhões da São Caetano tira uma conclusão estonteante: o grupo parlamentar do PS poderia não votar contra, podendo assim vir a ser aprovada a moção mais famosa do Universo.

A ignorância é uma coisa lixada e quando aparece associada à arrogância balofa dá uma mistura explosiva.