sábado, abril 16, 2011

Perante a maior crise económica e financeira dos últimos 80 anos, o que é que era exigível que o Governo fizesse?

Por um lado, aprovar as medidas necessárias (maxime, os pacotes de austeridade), de forma a evitar uma intervenção externa (que traz sempre mais austeridade). Isto foi conseguido até à irresponsável rejeição do PEC IV. Ironicamente (ou talvez não), a aprovação deste teria afastado definitivamente uma intervenção nos moldes a que estamos a assistir.

Por outro lado, um Governo do centro-esquerda devia resistir à pulsão neoliberal de que a austeridade tem de ser feita à custa do Estado Social (SNS, Escola Pública, Transportes públicos…). Neste domínio, o debate em torno da revisão constitucional tornou bem patentes as diferentes concepções que PS e PSD têm acerca do papel do Estado Social.

Num outro plano, importava ao Governo ganhar, pela credibilidade das propostas e do caminho trilhado, a confiança dos principais actores internacionais (instituições europeias e Alemanha), como foi manifesto no apoio destes às medidas do PEC IV.

Finalmente, e provavelmente o mais importante, o Governo tinha de apresentar uma execução orçamental rigorosa. Quando a isto, os dados que se vão conhecendo da execução orçamental deste primeiro trimestre indicam que é mesmo isto que está a acontecer.
    Paulo F.

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