Passos e a sua forma muito peculiar de esclarecer os cidadãos [2]

Passos Coelho foi ontem entrevistado na TSF. Aproveitou o momento para uma declaração solene: até ao final do mandato do próximo governo, iria reduzir para metade o número de assessores dos gabinetes ministeriais.

Peço ajudar para perceber o que Passos Coelho quis dizer. Só vejo duas hipóteses:

1.ª O líder do PSD iria contratar (para o governo que viesse a formar) todos os assessores que a lei permita, comprometendo-se no entanto a fazer até ao fim do mandato uma lei que impedisse o executivo seguinte ao seu de ter mais de metade dos assessores do que a actual lei estabelece;
2.ª O líder do PSD iria contratar (para o governo que viesse a formar) todos os assessores que a lei permita, mas compromete-se a ir deixando-os cair ao longo do mandato, de modo a só ter metade quando chegar a hora das eleições.

Tudo isto parece algo estapafúrdio, mais ainda se tivermos em conta, como nos recorda Pedro Lains, que o líder do PSD pontuou a sua campanha populista com a promessa de que «haverá regras muito rígidas para as equipas ministeriais, que “poderão recrutar um ou dois adjuntos”, tendo que recorrer aos quadros da administração pública para compor o resto das suas equipas.»