segunda-feira, julho 11, 2011

"O novo primeiro-ministro está a beber a cicuta com que, enquanto líder da oposição, envenenou o seu antecessor"

• Tomás Vasques, À beira de um ataque de nervos:
    ‘(…) Desde o canalizador do meu bairro até ao senhor Presidente da República. Este, homem sisudo e de parcas palavras, que se manteve em silêncio sepulcral na iminência de uma crise política, em Março, a qual acelerou vertiginosamente o aumento dos juros dos agiotas protegidos dessas agências e dificultou o acesso ao crédito de que precisamos como pão para a boca, desatou finalmente a língua contra as agências de notação. Envoltos na espuma dos dias, já nem sequer nos lembramos que, em Março, os juros dos empréstimos a três anos estavam nos 6% e hoje estão nos 19%. Como, também, não nos interessa lembrar que uma outra dessas agências de notação nos desclassificou cinco níveis, em Abril passado, empurrando-nos, então, perigosamente para o que eles classificam como lixo. Nessa altura, ninguém tugiu nem mugiu, como se isso se encaixasse num plano de descrédito do anterior primeiro-ministro.

    Agora que temos um novo primeiro--ministro e um novo governo, apoio financeiro do FMI e do BCE e um plano de recuperação a cumprir, os senhores da Moody''s tiveram a desfaçatez de nos dar este "murro no estômago". Ainda por cima, no momento em que o novo governo, mal tomou posse, correu a aumentar as receitas do Estado, à boa maneira do anterior governo, coisa que estava fora do acordo com a troika, aplicando-nos um imposto extraordinário que, qual navalha afiada, nos cortou ao meio o subsídio de Natal, impedindo-nos de contribuir para que a recessão não nos afunde completamente. Nem sequer quem nos mandou para o lixo deu atenção às profecias de gente informada, como Manuela Ferreira Leite, que avisou, a tempo e horas, não ter dúvidas de que as mesmas medidas tomadas por um governo que suscitasse confiança aos mercados teriam outra reacção por parte dos mercados. A reacção não se fez esperar, demonstrando que não se tratava de falta de credibilidade do governo anterior, mas de um processo complexo entre credores e devedores. É caso para dizer: o novo primeiro-ministro está a beber a cicuta com que, enquanto líder da oposição, envenenou o seu antecessor. O novo governo começa a mostrar indícios de que, afinal, não tem outras soluções para além das que Passos Coelho rejeitou antes. Perdidos quase seis meses, estão a vir ao de cima os mesmos argumentos invocados por José Sócrates em sua defesa: estamos dependentes da crise internacional, do contágio da Grécia, da ganância dos mercados, das agências de notação. O que é verdade. O que já era verdade no passado, mesmo quando os actuais protagonistas políticos o negavam.’

11 comentários :

mariana alcoforado disse...

É o neoliberalismo em todo o seu esplendor.
E este, primeiro ministro, um neoliberal serôdio, com 25 anos de atraso, pensou que a receita entre irmãos da mesma ideologia iria sossegar os mercados.
Mas os mercados não teem ideologia...Só um Deus: o dinheiro, das capital!
O Marcelo percebeu agora, o Marques Mentes tb e até o pequeno da SIC, o Gomes Ferreira veio assumir toda a sua ignorância em público.
Atras deles ou com eles, perfila-se um exercito de jornalistas, politicos e politólogos.
Os mesmos que diabilizaram com indisfarçável gáudio, Sócrates juntam-se agora em coro na diabolização das agencias. As mesmas que com os mesmos métodos colocaram Sócrates onde essa mesma gentalha o queria ver.
Até havia um Presidente que ajudou ao afundamento do Páis com o silencio ou com palavras bem pesadas.
São todos,. agora em coro a apelar à mobilizaçao do país.
Será este outro país?
E afinal, para quê? Os abutres voltaram e de repente descobriu-se a crise na Europa.
A escolha que o senhor Presidente queria e esses politologos e jornalistas tb, afinal, não adiantou nada. Ao contrario só agravou a situação.
E que tal, senhor Presidente, experimentar agora a dra Manuela Ferreira Leite?
Talvez desta vez, resulte. O Sócrates já cá não está! Mas ele avisou!

Anónimo disse...

Estamos entregues aos bichos...... estes tipos nem chegam ao Natal....

Anónimo disse...

"O Sócrates já cá não está! Mas ele avisou!"

Entre aqueles que tinha essa responsabilidade penso que foi o único que avisou.

Anónimo disse...

O Sócrates avisou? de que? do estado em que deixou o país? As agências trabalham com números... e os números portugueses não são bons.. e a responsabilidade não é de quem está a um mês no poder, ou vocês acham que é? Porque seis anos são 72 meses...

Olimpico disse...

Claro que a responsabilidade, não é de quem está " há" um mês no poder, Claro...Claro, como dizia a Dra. Manuela Ferreira Leita, o problema é de CREDIBILIDADE e portanto, bastava uma hora !!!!!!!!!!!!!!!!!!!! e a situação mudaria, pois....

Anónimo disse...

Caro olimpico eu tenho o curso tirado a um dia de semana... por isso o "a" é mesmo o que eu escrevi, (um artigo)... com "h" antes seria do verbo haver (um verbo). As novas oportunidades dão nisso... não sabem escrever e ainda mandam bitaites.

Olimpico disse...

Claro o mais importante é o "h", o resto é secundário não é ?....

Pois, eu também tirei o meu curso durante a semana!!!! mas há quem o tivesse "tirado" por processos dministrativos....e hoje são catedráticos....
Com todo o respeito, reveja bem o seu "a" mas parece-me não ser um artigo, mas uma forma verbal....eu acha, que uma 4ª classe antiga, bem tirada, sabe disso. Mas tudo isso, é acessório, o importante, é a credibilidade da Dra. Manuela,Moedas e outros, que afirmavam, que logo após a saída de Sócrates, caíriam só rosas...
Cps.

Anónimo disse...

Mas , ANONIMO.......prepara-te porque deves estar a ser chamado para secretario de estado de qq coisa.
Ou assessor.
Porta-te bem. Quer dizer, nao bebas e vai benzendo a matilha!

Anónimo disse...

Caro anónimo das 11:15:00, ainda bem que tem um curso tirado a um dia de semana, o que é fantástico porque geralmente os cursos são frequentados aos dias de semana, que se transformam em meses e por fim em semestres...No seu caso bastou um dia PARABÉNS!!!
«e a responsabilidade não é de quem está a um mês no poder, ou vocês acham que é?»,um artigo? no lugar de haver (um verbo)?, não sei se sabe mas o verbo haver, significa ter, e emprega-se como auxiliar em tempos verbais, tal como na frase ' O Governo tomou posse há 30 dias'.
De alguém que tirou o curso nas novas oportunidades e disso não vejo vergonha nenhuma.

João Tavares /Porto disse...

Caro vizinho do "primeiro" andar, a sua critica ao Olimpico é de um rematado imbecil! só Salazar argumentava dessa forma,portugueses analfabetos como convinha... para não pormos muitas questões. Raramente escrevi para ganhar a vida e dar formação superior a 5 filhos,todos empregados e em empresas topo de gama em Portugal e no estrangeiro.Mais, dois fizeram disciplinas do Mestrado ao fim de Semana por já trabalharem e merecerem a consideração de varios professores. Pior do que o H que na minha modesta opinião está certo... é termos um ministro que antes só trabalhou para o pais pagando-lhe os 20 mil euros que ganhava na banca e agora foi para o governo a perder dinheiro. Qual a razão? será por ser na saude sector onde tem interesses? irá receber a diferença quando o trabalho estiver feito... em favor dos privados? Anonimo mande foder o H e preocupe-se com quem nos mentiu já varias vezes e ao fim de 15 dias de poder.

ORANG, O TANGO disse...

H: a ignorância anónima no seu máximo esplendor! Tiraste o "curso" de quê, a um dia da semana, pode-se saber, ó burro?mais valera teres tirado um verdadeiro Curso de especialista em Lagares de AZEITE, mesmo que fosse no Domingo de Ramos, IGNORANTE CHAPADO, IMBECIL E SEM VERGONHA DE MOSTRARES AO MUNDO A TUA ILITERACIA!