terça-feira, agosto 30, 2011

E o código genético deste governo é…

• Tomás Vasques, Ou há moralidade ou comem todos...:
    ‘O debate está lançado e é oportuno. Num país em que mais de milhão e meio de portugueses recebe menos de 600 euros por mês, a que se juntam mais de 600 mil desempregados, e em que o aluguer de um quarto ronda os 300 euros, não é possível insistir mais, por insensibilidade social ou opção ideológica, no aumento de impostos que empobrecem os mais pobres, como o IVA, e deixar de fora deste esforço as "grandes fortunas" (só 3 dezenas de famílias somam, no seu conjunto, quase 20 biliões de euros de património). E o debate é ainda mais oportuno no momento em que se procuram receitas adicionais para compensar a redução da TSU. Sabe-se que o conceito de "grandes fortunas" é impreciso, o que obriga à procura de regras claras (a incidência é sobre o património - imobiliário e mobiliário - ou sobre os rendimentos de capital ou sobre ambos?) e a uma cobrança eficaz. À parte isso, é necessário fazer ouvidos de mercador às posições extremadas. Sobretudo, àqueles que pensam que não se deve tocar nos "ricos", nos rendimentos de capital e nos lucros dos bancos e dos grandes grupos económicos porque isso provoca a fuga de capitais para o estrangeiro e o desinvestimento na economia portuguesa; mas, também, àqueles que, como Proudhon, pensam que a propriedade e o lucro são um roubo e, consequentemente um crime e, por isso, é preciso persegui-los até à sua extinção.

    Dito isto, são de temer as soluções que o governo nos vai apresentar. A sua prática, em apenas dois meses, leva-nos a pensar que está no seu código genético poupar quem tem muito e tirar a quem tem menos. O pior que podia acontecer é o governo tomar por "grandes fortunas" os rendimentos de quem trabalha, mas tem salários muito acima da média nacional ou o património de quem tem uma ou duas boas moradias, esquecendo os bancos e os rendimentos de capital, em juros ou dividendos, que têm alimentado um enriquecimento desproporcionado de muita gente em relação à média nacional. Se isso acontecer, se não se sentir coesão social nos esforços exigidos, não se admirem se Lisboa entrar no roteiro da contestação europeia, de copiar Atenas, Madrid ou Londres.’

2 comentários :

mariana alcoforado disse...

Não era isto que o PCP e o BE queriam?
A vanguarda do proletariado fez um bom trabalho aos capitalistas.
Perfeito!

Anónimo disse...

É verdade, os partidos(PCP e BE) que se dizem defensores, da classe trabalhadora, pequena burguesia e das pequenas e médias empresas, que ajudaram a derrotar o Governo PS, porque pior do que estava, não era possível, e como dizia a Deputada dos Verdes, era preferível o FMI ao PEC 4, assim como o canalha do incendiário Nogueira do Sind. dos prof., onde é que eles estão?. Com a sua demagogia estão á espera da revolta popular para ir a cavalo nos trabalhadores. Talvez se enganem!