- ‘Há umas 20 mil pequenas e médias empresas (com mais de 10 e menos de 500 trabalhadores por empresa), com o estatuto de excelência, que seguem as passadas das grandes. É este o exército, que continua a crescer a mais de 8% ao ano, e está a evitar maiores quedas da produção do país. E fá-lo, em regime de plena concorrência aberta com competidores externos, sem temer a comparação de produtividades. Só que este conjunto de empresas, moderno e competitivo, apenas emprega um terço dos trabalhadores por conta de outrem.
Os outros dois terços estão nas restantes 40 mil PME e nas 290 mil micro-empresas, nas quais, as mais das vezes, patrões e 2 ou 3 empregados mal se diferenciam na repartição de tarefas. A gestão do pessoal... tem dias. Reina o empirismo, a gestão do curto prazo, o célebre 'desenrascar' à portuguesa. Cabe perguntar: os critérios alargados de justa causa de despedimento – não cumprimento de objectivos acordados ou quebra progressiva de produtividade – fazem algum sentido neste universo? Só vejo um: colocar uma espada de Dâmocles sobre a cabeça de 1,9 milhões de trabalhadores, para que produzam mais, com medo de serem postos na rua com pretextos incompreensíveis.’
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