• Nicolau Santos, Cidadãos, para o ano é que é! [hoje no caderno Economia do Expresso]:
- ‘Pedro Passos Coelho tinha certamente um belo discurso preparado para a festa do Pontal do PSD, que assinalou a rentrée política. Mas, no dia anterior, os dados do INE sobre a evolução económica e os da OCDE sobre o desemprego estragaram-lhe a festa.
O INE veio dizer que a economia caiu 3,3% no segundo trimestre do ano, quando comparado com o mesmo período do ano anterior, a contração mais acentuada desde o segundo trimestre de 2009. Esta evolução ter-se-á ficado a dever ao mau comportamento da procura interna, com particular destaque para o investimento. Pior que nós na zona euro só mesmo a Grécia, com uma quebra de 6,2%.
E se o duche já estava frio, gelado ficou com os dados da OCDE sobre o desemprego, apontando para um novo máximo. histórico de 15% no segundo trimestre e novas subidas este ano (15,4%) e no próximo (16,2%).
(…)
Em qualquer caso, como será 2013 para os portugueses? Aliviaremos um pouco os furos do cinto? A resposta é, definitivamente, não. A punção fiscal vai continuar de forma violentíssima. Como já se percebeu, no próximo ano todos os portugueses que trabalham por conta de outrem ficarão pelo menos sem um subsídio (de férias ou de Natal). O peso da carga fiscal no PIB voltará a crescer. O aumento do Imposto Municipal de Imóveis (IMI) vai começar a doer a sério no próximo ano. As rendas das casas terão fortes ajustamentos em alta. A subida dos preços dos transportes e do gás e eletricidade manterá a sua marcha ascensional. E milhares de pequenas e médias empresas continuarão com o credo na boca, pois os bancos não só não as financiam como lhes estão a cortar as contas caucionadas, essenciais para funcionarem no dia a dia.
Neste quadro, esperar que 2013 venha a ser melhor para a esmagadora maioria dos portugueses que 2012 é um belo desejo do primeiro-ministro mas uma óbvia utopia, que a realidade passará rapidamente a ferro.’
1 comentário :
É que mais valia a Passos ter ficado calado. Não dava tanto a sensação de que de facto já não vive no mundo real mas sim numa fantasia delirante que só ele e o seu governo vêem .
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