sábado, agosto 18, 2012

Passos Coelho "ordena" fim da crise

• Artur Penedos, Passos Coelho "ordena" fim da crise [hoje no Público]:
    ‘Que Constituição quer o PSD?

    Uma que lhe permita voltar ao tempo da escravatura? Onde as relações laborais eram a lei do mais forte (o patrão) e os trabalhadores tinham que agradecer o facto de os deixarem trabalhar?

    Uma Constituição que lhes permita destruir o Serviço Nacional de Saúde e com ele resolver os problemas que a Segurança Social tem com o crescente aumento da esperança de vida? Sim, é bom não esquecer que o atual modelo de saúde é, em grande medida, responsável pelos indicadores que o país exibe e que deu aos portugueses longa e digna vida.

    O PSD e o seu líder, Passos Coelho, não sabem enfrentar as consequências da crise económica e financeira que se abateu sobre o país. Por isso e para enganar o povo, socorrem-se de desculpas esfarrapadas e culpam os governos anteriores (apenas os socialistas) e a Constituição da República, para justificarem o seu fracasso.

    Julgo que não há dúvidas de que a precarização das relações laborais, a alteração da Constituição, a eliminação do Serviço Nacional de Saúde, a privatização da Segurança Social e a destruição do sistema de Educação não fazem crescer a economia, nem aumentar os postos de trabalho. Pelo contrário, o caminho seguido por Passos Coelho faz crescer assustadoramente o desemprego - nunca como hoje tivemos tantos desempregados e excluídos - e a desresponsabilização empresarial e patronal aumenta de forma incontrolável!

    Prosseguir uma política de precarização laboral, aumentar a exclusão social e destruir o SNS, a Educação e a Segurança Social é uma insensatez e uma aventura de consequências trágicas para Portugal.’

8 comentários :

Anónimo disse...

Infelizmente o mal já está feito, deixemo-los continuar o mandato até ao fim e acabaremos por nem uma camisa ter para vestir.
Que povo é este meu deus que aceita desta forma o mal que lhe estão a fazer.
Não pensem que escapam por entre os pingos da chuvas aqueles que se acham presos ao lugar que ocupam e que ganham bem acima dos 1500 euros mensais.
Por agora têm emprego mas até quando? E podem garantir que será sempre a ganhar o mesmo?

Fernando Romano disse...

Caro Anónimo das 09:45:00

Deixe-me divagar um pouco....

"Que povo é este?", pergunta o senhor. No meu modo de ver, a sua pergunta está mal colocada.

Que elites são estas, que o povo pariu, alimentou e educou? Refiro-me às elites políticas, económicas e intelectuais. Esta seria a pergunta acertada. Digo eu. Quando digo "educou", quero dizer pagou para serem formadas, educadas nas escolas e universidades, especialmente nas últimas.

O nosso País, o seu povo, geme de desânimo, frustração e dor. Dê uma olhadela para os últimos cinco anos e relembre quais foram os comportamentos dos diretórios partidários, sindicais, professores catedráticos, politólogos, intelectuais, jornalistas, empresariais - e até filósofos -, e esforce-se por recuperar os seus posicionamentos perante a crise portuguesa e internacional hoje e nestes últimos anos.

E vai confirmar uma coisa em que, eventualmentem, o senhor terá estado de acordo: foi o Sócrates o responsável (mera suposição).

Tente no café que frequenta, na tasca da esquina, numa discussão entre amigos, defender o ex-ministro JSócrates e as reformas que tentou fazer, e conte aqui depois as reações que provocou. De preferência faça-o num grupo onde estejam militantes e simpatizantes do PCP e BE e mesmo alguns do PS, e vai ver os argumentos com que o confrontam. De manhã, aos sábados e domigos (e mesmo durante a semana), no café que frequenta e que disponibiliza um jornal diário para os clientes, aperceba-se da "bicha" para ler o "Correio da Manhã". Mais: fixe as imagens dos televisores nesses cafés e tabernas e veja qual o programa que está a transmitir; oiça a conversa da mesa ao lado e talvez tenha a sorte de não falarem de uma personagem de telenovela portuguesa, um tipo que nunca frequentou uma escola de arte de representar, e, depois, leia a ficha técnica desses programas com atenção e corre o risco de ficar surpreendido.

Se tem filhos, sobrinhos ou netos que andam no secundário, pergunte-lhes o que dizem nas aulas os professores sobre a política portuguesa dos últimos cinco anos e das ex-ministras Rodrigues e Alçada.

Na zona onde vive, encha-se de curiodidade e observe as manifestações de vida das delegações dos partidos políticos, de dia e à noite, e poderá concluir, erradamente, que se tratam de casas abandonadas.

Estava aqui o dia todo a sugerir-lhe milhentos exemplos dignos de observação, não digo estudo, meras observações, e talvez ao fim de um ano, com aplicação, a sua pergunta nem fosse a que fez nem a que eu fiz, mas já perto da elaboração de uma tese sobre as razões porque o povo português está hoje, nesta crise, entregue a uma camarilha de malandros e inimigos do povo e da pátria. E porque está calmo.

Como dizia o outro: "O povo é sereno!". Sabe bem a casta de sacanas que constituem as elites portuguesas - com exceções, que as há. E ama este território, um retângulo irregular com pernas longas, mas sem cabeça (seria a Galiza), diz um intectual português. Eu corrigiria: a cabeça em falta são as elites que logo logo traem quem os pariu, alimentou e pagou os estudos, na esperança de fazerem o que deviam para interesse e felicidade do coletivo.

Como sou fervoroso (mas consciente) admirador do ex-Primeiro Ministro José Sócrates, do que ele representou na política portuguesa, da esperança que projetou, para mim um DOUTRINANTE na política portuguesa, termino dizendo que o povo está órfão de lideranças, órfão de elites à altura, quase todas a mamar nas tetas da Vaca Nacional.

Como se pode sair disto? Aí é que está o busílis!

Há as saídas democráticas e mais uma: partir as fuças a estes sacanas nas ruas das localidades, aldeias e cidades de Portugal. Talvez os cabrões da troika passasem a fazer reuniões com o governo português numa sala da UE em Bruxelas e não vexarem-nos como o fazem nos gabinetes oficiais do Estado português.

Isto é um desabafo.



Rosa disse...



Como concordo consigo, Fernando Romano!
Recentemente(e entre amigos e familiares) debati-me com uma situação de perfeita "insanidade mental" de algumas pessoas(com formação superior e que tinham igulmente os argumentos que refere contra Sócrates e todo o "chorrilho" de disparates como:o trabalho "está muito caro"(por tal a economia não cresce...) e disparates neste género.
E sabe o que me custou mais? Apesar da mimha argumentação lógica e razoável, senti-me impotente para "arejar" aquelas cabeças cheias de bafio...dada a formacão da maioria das pessoas, direi mesmo que são desonestas intelectualmente...grande frustração...jurei a mim mesma que não voltaria a encontrar-me, de novo, em idêntica situação.
Como diz no seu post, isto é igualmente e, apenas, um desabafo...mas serve-me de "prémio de consolação..."

andorinhão disse...

Uuuui que isto está a correr mal, que maravilha !...

josé disse...

Assim é que é falar, Fernando Romano!
APOIADO!

Anónimo disse...

Caro anónimo das 01:41 que mais posso eu responder. Disse tudo e disse-o com uma lucidez que não vejo há muito por esse país fora.
De certa forma concordo consigo, temos as elites e os governos que merecemos.
O único que se tentou erguer acima da mediocridade e mesquinhez foi trucidado da forma torpe que se conhece. Custa-me olhar e compreender que o cidadão médio não percebeu nem nunca perceberá o embuste em que caiu. Mas se calhar é por isso mesmo que , ao fim de 900 anos de história continuamos exactamente com o mesmo problema de sempre : uma minoria gorda e acomodada , sempre a olhar para baixo com medo que lhe sejam retirados os previlégios, e uma vasta maioria sempre a olhar para as estrelas mas sem olhos para as vêr.

Anónimo disse...

Não sei o que faz o F. Romano nem quem é mas , certamente, que já pode candidatar-se a um verdadeiro Doutoramento(Phd) em Filosofia e Ciências políticas, história da fase canalha(a actual) da nossa democracia. Obrigada, professor doutor Romano.Gostei.

Anónimo disse...


Não intrigas, contara-me, aqui vai:



O Pato Bravo Vinhateiro, foi no mês passado, a uma loja de sapatos.

Escolheu, escolheu e acabou decidindo-se por um par de sapatos do tipo "dançarino", dava um de ar de Pato de jetset de "Beverly Hills".


O vendedor entregou os sapatos, mas foi logo advertindo:

- Sr. Pato Bravo, estes sapatos costumam apertar nos pés ao fim do quinto dia

- Não tem probrema : "Eu só vou usá-los na festa do Pontal".

Lá foi, sempre risonho....ao fim e ao cabo, está com a sua gente.

Nada melhor que mostrar o seu par de sapatos do tipo "dançarino" em bico.

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Dr. Taramelgas