sábado, outubro 13, 2012

Receita do FMI (e de Gaspar): bata com a cabeça na parede até que a enxaqueca passe

The Economist - KAL's cartoon

• Pedro Adão e Silva, A TERAPIA DAS CABEÇADAS NA PAREDE [hoje no Expresso]:
    ‘O que nos dizem agora os economistas do FMI? Em primeiro lugar que subestimaram os efeitos multiplicadores orçamentais de curto prazo (a enxaqueca vai ficar a pairar durante mais tempo) e que o efeito recessivo é bem maior do que o esperado, o PIB variará entre 0,9 a 1,7 euros (em lugar do meio euro avançado). Afinal, por cada cabeçada dada a sua dor intensificar-se-á.

    Estamos perante o reconhecimento de que o método das cabeçadas na parede não funciona para resolver enxaquecas, ou seja, que há um problema de raiz com os programas de ajustamento. Não fiquemos, contudo, muito otimistas em relação a possíveis mudanças de estratégia. Há um par de anos, o próprio “departamento independente de avaliação” do FMI já havia reconhecido que a organização tinha um sério problema de group thinking – ninguém questionava as virtudes das ‘cabeçadas na parede’ e os ajustamentos eram construídos a partir desse pressuposto – e não decorreu daí nenhuma consequência.

    Agora, quando as contas do próprio FMI expõem o erro brutal que são estes programas de ajustamento, temos de nos colocar uma questão: vamos continuar a bater com a cabeça na parede, seguindo as sábias instruções da troika e dos seus acólitos nacionais (os Gaspares, os Moedas e os Borges, para nomear apenas alguns), ou, para tratarmos a nossa enorme enxaqueca, vamos ajudar quem nos aconselha a desenvolver uma terapia que faça sentido e seja eficaz?’

1 comentário :

Fernando Rocha disse...

Eu nunca fui partidário de bater com a cabeça na PAREDE. Considero que esse método é próprio de "artistas", muito senhores do seu umbigo, dos quais algumas alimárias, só com ela batem, quando descobrem que não levam os outros, a maioria dos cidadãos, a terem o mesmo louco procedimento. Por outro lado estes cavalheiros e damas, adeptos do retrocesso da Humanidade, que por vezes batem com a cabeça na parede e os outros tentam convencer a cometerem esse acto suicidário (apanhando incautos e outros cúmplices desse seu método de trabalho a um tempo ensandecido e a outro egocentrista) são os mesmos que se põem em bicos dos pés para nos convencerem das suas loucuras. Nos últimos tempos Portugal tem estado dominado por estes perversos e loucos indivíduos. É tempo da Nação se livrar deles, bem como dar-mos o exemplo, a todo mundo, que estes pérfidos indivíduos devem ser banidos do Poder custe o que custar, com a urgência do regresso da Humanidade a tempos mais prósperos e felizes, retomando os caminhos do progresso e da autêntica liberdade.
Fernando Rocha