sábado, dezembro 29, 2012

As aventuras de Pedro no Facebook [3]

• Vasco Pulido Valente, Mensagens [hoje no Público]:
    ‘O discurso oficial de Passos Coelho foi uma incomodativa sucessão de banalidades, com o tropo obrigatório de que vêm aí dias felizes. Como ele, de resto, já garantiu 20 vezes, sem efeito visível. Ir repetir agora, e a despropósito, a mesma conversa, em que ninguém já acredita, não parece de uma pessoa inteligente. Mas, pior do que isso, o primeiro-ministro imaginou que chegaria mais perto e mais depressa ao seu querido povo pelo Facebook, e não esteve com meias-medidas: serviu aos portugueses, que se deram ao trabalho de o ler, 14 linhas de uma prosa lamecha e repugnante, que trivializa e degrada os problemas do país. Partindo do género "O estadista em família", Passos Coelho (por um momento reduzido a "Pedro") julga talvez que esta familiaridade hipócrita e mendaz lhe abrirá o coração dos portugueses.

    Não abre: entrar pela casa de uma pessoa, já preocupada com as desgraças que dia a dia se acumulam, para lhes falar do "orgulho dos sacrifícios" e das "decisões difíceis" que ele, coitadinho, está a tomar, excede o tolerável. Como excede o tolerável vir agora lembrar o futuro radioso da familória, que provavelmente se não juntou e, se por acaso se juntou, não perdeu um minuto em começar a guerra verbal, que hoje o primeiro-ministro, mesmo disfarçado de "Pedro", inevitavelmente provoca. Quer ele queira, quer não queira, não é um cidadão comum e o cargo que transitoriamente ocupa traz consigo o dever de uma certa dignidade. Em geral, os portugueses não se distinguem por um particular respeito pelos governos. Mas devo observar ao primeiro-ministro Pedro que a raiva e o azedume com que vêem este não se compara com nenhum outro desde 1976. (…)’

2 comentários :

Anónimo disse...

é o vasquinho em modo biestável, num dia agrada ao governo no outro agrada à oposição. no seu isolamento de benfica e na companhia de wisky irlandês, o vasquinho aborda o novo ano em two-state model, não sei se fico ou se vá.

Anónimo disse...

O pulido valente é mais um imbecil que caiu no conto do vigário, como tantos outros, e que agora vem á praça mandar postas de justa indignação.
Errar é humano, admiti-lo custa, mas por gente como este pulido valente ou pedro marques lopes, que admitem o erro, tenho bem mais respeito do que por imbecis que continuam calados e a assobiar para o lado para não terem que justificar a má escolha que fizeram ( e tanto foram avisados).