sexta-feira, dezembro 20, 2013

Da dissimulação irrevogável

O Governo nem sequer poupa o Presidente da República, forçando-o a aceitar a introdução de enxertos num corpo a apodrecer. Mas, olhando para a mini-remodelação discutida na praça pública, uma das demissões anunciadas revela que Paulo Portas faz questão de se rodear de bonecos de engonços.

Com efeito, é tão óbvia a dispensa de Rosalino que não carece de explicação. Também a saída, a seu pedido, de Fernando Santo, ajudante de Paula Teixeira da Cruz, não deve ser difícil de explicar, porque um engenheiro na Justiça serve para fechar tribunais e, concluída a missão, pode prescindir de aturar a histeria ministerial.

Já a demissão de Filipe Lobo d'Ávila denuncia que Paulo Portas não perdoa a quem lhe faça frente lá na turma do Caldas. Este ajudante do ministro da Administração Interna mostrou-se na disposição de não aderir à “demissão revogável” Portas. Questionado se iria seguir o exemplo do líder da turma do Caldas, ele não poderia então ter sido mais claro: “Se a apresentasse, não teria estado aqui presente neste debate”. A “dissimulação” de Portas em relação a Lobo d'Ávila chega agora ao fim, ao pedir a sua cabeça.

Sem comentários :