terça-feira, janeiro 14, 2014

“Ir além da troika” sempre!


O Diário Económico teve acesso e compara as respostas dos governos dos países sob resgate ao inquérito em curso promovido pelo Parlamento Europeu. A conclusão é demolidora: as respostas da Miss Swaps são evasivas sobre os chumbos constitucionais e sobre o impacto social do programa de ajustamento, contrastando com as respostas dos restantes ministros das Finanças.

As quatro questões colocadas estão reproduzidas na imagem à esquerda. A primeira questão não é de resposta fácil para um governo que, desde o início, se dispôs a “ir além da troika” e que, em cada avaliação, se comprometeu a novos pacotes de austeridade, desfigurando por completo o memorando de entendimento inicial. Ao passo que os outros ministros das Finanças fazem um conjunto de críticas às escolhas dos representantes dos credores externos, a Miss Swaps apelida, segundo o Diário Económico, os sucessivos pacotes de austeridade de “adaptações resultantes de discussão com a troika”.

Quanto aos conflitos entre as medidas constantes dos memorandos e as leis nacionais, os responsáveis grego, irlandês e cipriota aproveitam para elencar os problemas com que se têm deparado. A resposta da Miss Swaps é desconcertante: “Tanto quanto sabemos não há casos de violação da lei nacional directamente ligados a medidas do MoU [memorando]”, para depois desvalorizar os chumbos do Tribunal Constitucional, alegando que “algumas medidas” consideradas inconstitucionais foram logo substituídas por outras.

À terceira questão, a Miss Swaps voltou a embatucar. Como poderia a substituta de Gaspar explicar ao Parlamento Europeu que, tendo havido um plano aprovado pelo Conselho Europeu (o PEC IV), os partidos que constituem o actual governo o tivessem inviabilizado? Ainda assim, a Miss Swaps, entre mesuras à troika, sustenta que o programa era “inevitável” e uma “oportunidade”. Ao contrário dos outros ministros, nem uma palavra sobre a crise internacional nem sobre as disfunções da arquitectura do euro.

Finalmente, enquanto os outros ministros das Finanças aproveitam a ocasião para criticar os demolidores efeitos sociais do programa da troika — “preço social extremamente alto” (Grécia), “desemprego alto” e “perda de rendimento” (Irlanda) e “efeitos secundários graves da imposição de perdas aos depositantes” (Chipre) —, a Miss Swaps limita-se a dizer, numa breve linha, que o desemprego ficou acima do esperado, sem uma única referência à perda do poder de compra que está a provocar o empobrecimento dos portugueses.

Entre os governos que se alçaram ao poder na sequência da crise das dívidas soberanas, saiu-nos a fava, é o que é.

6 comentários :

Anónimo disse...

Augusto Santos Silva na TVI:
FANTÁSTICO!!!!
5 ESTRELAS.

Parabéns
Haja alguém que nos limpe a alma!!!!!

Bem Haja.
Gui

Rosa disse...



Também gostei muito. Santos Silva é sabedor, arguto e tem análises verdadeiramente notáveis...Outro que nos faz falta...

Anónimo disse...



Esta ministra de pêlo na venta, por vezes, arma-se em sonsa, para além de ser uma mentirosa compulsiva.

Zé da Póvoa disse...

A Miss Swapps, quando for removida do governo, vai querer ter acesso a um tacho especial, tipo FMI, Goldman ou outro similar. Daí não poder fazer comentários desagradáveis para com os seus futuros patrões. E quanto aos portugueses que se lixem !!!

lidiasantos almeida sousa disse...

Não descurar a argúcia desta mulher. Começou por ser Professora do Passos/ALFORRECA na Lusíada a quem deu muitos créditos para ele ter um diploma. Era Funcionária publica no Ministério das Finanças e teve um grande papel junto do Teixeira dos Santos como A TOUPEIRA, dando todos os elementos ao inimigo. Voltou a ser Toupeira para correr com o Gaspar, fazendo a vontade ao Portas que fingia que não queria que ela fosse Ministra. É muito apreciada pelos machos da UE BCE e FMI, porque sabe-a toda. Vai longe a mulherzinha digo eu que estudo fisionomias e postura corporal.

O Prof. Buíça disse...



Ai vai longe, vai! Vai a albuqueca e eles todos: de vitória em vitória...


.. até à DERROTA FINAL!


E olhem que quem ri por último...