terça-feira, julho 29, 2014

BES, Expresso e uma certa revisão da História

Nicolau Santos é um dos bons colunistas da comunicação social portuguesa. O artigo que escreveu na última edição do Expresso prova-o. Acutilante, não deixa de apontar o dedo a todos aqueles que, à última hora, aparecem a atirar pedras a Ricardo Salgado.

Cito aqui uma parte do artigo. E Estrela Serrano faz alusão à promiscuidade entre jornalistas e poder económico a que se refere Nicolau Santos. Mas há dois aspectos no texto que merecem breves comentários.

O primeiro respeita à afirmação de Nicolau Santos de que ele próprio foi enviado, «por decisão de Francisco Pinto Balsemão e José António Saraiva», ao Brasil em 2005 para investigar as actividades do Grupo Espírito Santo. Pode/deve um accionista e presidente de um grupo de comunicação social intrometer-se a esse nível na gestão editorial de um jornal?

O segundo comentário respeita ao trabalho de investigação feito pelo Expresso às actividades do Grupo Espírito Santo. Nicolau Santos lembra e bem que houve uma grande investigação do Expresso, a que se seguiu a retaliação do Grupo Espírito Santo com «o corte de "todas as operações e relações comerciais" com o Grupo Impresa, detentor do Expresso, SIC e "Visão"». Mas nada diz sobre o restabelecimento das relações entre os dois grupos económicos.

Ora, após o restabelecimento das relações, não apenas a publicidade do BES regressou em força como o Expresso promoveu uma série de iniciativas conjuntas com aquele banco (das quais não vem mal ao mundo), como se pode observar, por exemplo, aqui, aqui e aqui.

Na mesma edição do Expresso, Henrique Monteiro, num inqualificável artigo, também esquece este facto e entra mesmo num lamentável processo de revisão da história. Tendo as relações do Expresso com o BES sido retomadas no breve consulado de Henrique Monteiro na direcção do semanário, é estranho que, no citado artigo, pretenda envolver tudo e todos (com ou sem razão) numa alegada promiscuidade com o BES e Ricardo Salgado, colocando-se apenas a si (e, curiosamente, a Durão Barroso, ex-consultor do BES) de fora da fotografia, num regresso aos velhos métodos de estalinistas de apagar das imagens quem não interesse que lá fique registado para a posteridade.

16 comentários :

Vigarista diplomado disse...



Gente mesmo muito séria...

Anónimo disse...

Todos usam o método, mas só o desgraçado do Estaline é que sofre.

O arquitecto Saraiva escrevei sobre o retomar das relações entre Balsemão e Ricardo num dos livros de memórias que nos deixou. Como vocês têm tempo livre, bem podem procurar que fazem um postzinho mais completo.

Anónimo disse...


As putas virgens da Impre(n)sa.

Noutro dia durante a missa do Louçã, a Ana Lourenço quase gritava de felicidade com um orgasmo multiplo quando a câmara focava os nomes e caras de ex-politicos, "O Jaime Gama, o Jaime Gama" dizia com indisfarçavel prazer.Por breves momentos Louçã esteve quase a acreditar no seu sex appeal revolucionario. "Queres ver...", pensou ele, "afinal Marx existe e é justo, sai uma Ana (Drago) e entra-me logo outra ainda melhor" , " A luta de classes é uma maravilha".

Anónimo disse...

O Henrique Monteiro é assim baixinho?

Anónimo disse...

Então e aquele rapaz muito jeitoso, um tal graxista LUIS MARQUES, administrador e "colunista económico"? Era interessante fazer uma pequena resenha das maravilhas que conta contado sobre a bondade excelsa da iniciativa privada, sobre a inferioridade congénita do sector publico, e sobre a solidez e dinâmica do grupo ES e a absoluta liderança e credibilidade de Ricardo Salgado. Agora é só bater nos desgraçados. Mete nojo.

Anónimo disse...

Afinal o monstro não tinha amigos...

Anónimo disse...

É o mesmo Luis Marques do MRPP?

S. Bagonha disse...

"O Henrique Monteiro é assim baixinho?"
É sim senhor!!! De tamanho "físico" é o caga-tacos que se vê. Em questões de moral e honestidade jornalística é ainda, muito, mas muito mais baixo.

Joaquim Moura disse...

O Grupo Impresa emprega alguns jornalistas sérios e dignos desse nome, dos quais destaco o Pedro Guerreiro. Mas a par desses emprega uma trupe de propagandistas dito jornalistas que não tem vergonha nem escrúpulos.
Desses e além do Henrique Monteiro, que é uma farsa como jornalista, destaco 0 José Gomes Ferreira. É um propagandista, tipo vendedor banha da cobra, armado em justiceiro com um discurso populista que nos quer vender que o governador do Banco de Portugal teve uma acção exemplar e "brilhante" no caso BES. Basta ler o que, sobre a acção do mesmo senhor, escreveram jornais como o El País, o Wall Street Journal e o Financial Times, para ficarmos esclarecidos sobre o papel da figura, nesta triste história.
Ouvi intervenções públicas de ditos analistas económicos e nomeadamente dos directores dos jornais económicos, Helena Garrido e António Costa, simplesmente lamentáveis pela falta de isenção e omissão dos factos.
Ninguém ainda explicou como pode o governador do Banco de Portugal ter autorizado um aumento de capital do BES no início de Junho, e aprovado um prospecto da operação, que contém informação falsa e enganosa e sabendo que investidores que compraram as acções estava a ser "roubados". É uma das maiores fraudes feitas no mercado de capitais com o encobrimento e cumplicidade da CMVM e do governador do Banco de Portugal. Esta é a verdade, que até agora ninguém disse nem escreveu.
Espero que essa gente seja responsabilizada criminalmente pela sua omissão e pela cumplicidade num roubo descarado.

Anónimo disse...

Joaquim Moura, o Guerreiro isento e digno do nome? antes e depois de entrar para a Impresa tem q escrever o nome Socrates em pelo menos 1 cronica por mês. É para pagar o dizimo, é um filho da mãe mas um filho da mãe 4.0 não é old school. O mesmo para o Ricardo Costa, Martim Silva, etc...um nojo.

Evaristo Ferreira disse...

O jornalismo esta elas horas da amarga, devido à salsicharia com é enformado. É preciso lembrar que o Henrique Monteiro, esse opinante de meia tijela, foi diretor do Expresso, que em tempos era conhecido pelo slogan "se vem no Expresso é porque é verdade". Hoje o Expresso é um quintal de hortaliças em decomposição.

Anónimo disse...

Sim estamos fartos! e no momento de exorcizar o "silencio dos inocentes", dessa enorme corja de jornalistas dirigentes e de opinion makers de canal aberto, todos vendidos e todos culpados; quais virgens pudicas que sempre nos afiançam que a comunicação social (privada) em que chafurdam e ganham o pão, não esta nada dependente de accionistas e anunciantes, é toda isenta e independente, não faz pressões nem nada, não escolhe a dedo e descrimina nos convites, lhes dá inteira liberdade. Tirando umas dúzias de jornalistas ilustres, lutadores e necessariamente de primeira craveira, nesta profissão reina o servilismo e a corrupção.

Anónimo disse...

Agora cereja em cima do bolo com uma biografia do Salazar que passa por científica.

Anónimo disse...

Também temos as putas virgens que atacam às "ter Jul 29, 05:04:00 da tarde".

Estão-se fodendo que haja bandidos no BES desde que os bandidos sejam do PS. Tais firguras (não Gama, mas quem salta em defesa dos seus) São um escarro na cara da gente decente e da democracia.

Gamas, Amados, Manueís Pinhos deviam todos ter vergonha de andar com a banca como terá qualquer socialista digno desse nome, todo o que sabe que ´+e mais criminos fundar um banco que assaltá-lo.

Anónimo disse...

Penso que actualmente a esmagadora maioria da Comunicação Social é dependente.Há também o problema das distribuidoras que funcionam em regime de monopólio fazendo boicote por exemplo á edição nas duas versões,quer em francês ou português do mensário francês "Le Monde Diplomatique".
Exemplos de manipulação . desinformação . contra- informação e mau jornalismo são uma constante. Talvez possamos falar em ditadura cultural de que falava Marcuse.

ECD disse...

Vejo que a lateralidade invadiu os comentarios a este post.
O core do post é uma pergunta simples : porque é que "após o restabelecimento das relações, não apenas a publicidade do BES regressou em força como o Expresso promoveu uma série de iniciativas conjuntas com aquele banco?"

Sobre o inenarrável Monteiro estamos conversados.