• Rui Cardoso Martins, Uma biografia doente:
- (…) Passos Coelho e os seus assessores estão a construir, com tiros conscientes que parecem disparos ingénuos, um mito de príncipe popularucho que vive como a classe média, as “pessoas como nós”, um messias de subúrbio contra o elitismo da linha de Cascais “que têm amigos da Quinta da Marinha e adoram velejar aos domingos” (pág. 178). Ao mesmo tempo, esconde, por pudor, a dimensão verdadeira da sua cultura (leituras, ópera). Ele podia ter sido médico, ele podia ter sido cantor. Mas é um homem que sacrificou o talento e a própria família ao serviço dos portugueses. Passos Coelho, “o Imperfeito”. Mais um salvador da pátria. O costume. Já cá fazia falta. (…)»
5 comentários :
Podia ter sido muita coisa, porque foi menino e os meninos têm tudo á frente , todo um mundo que se lhes abre e fecha de acordo com mil e uma circunstâncias
E até podia ter sido gente., mas segundo o meu conceito do que é realmente gente, ele não é nem nunca será gente.
Pode ter aprendido bem as artimanha de baixa política, pode ter aprendido a mentir e a mentir bem, bem, descaradamente.
Talvez isso seja o suficiente para os seus correlegionários,para mim é pouco, é negativa.
Já tivemos um beirão de quem se dizia que tinha renunciado a constituir família e a prosseguir a carreira académica para casar com a Nação. Pois bem, fornicou a Nação, que somos nós todos, durante 48 anos. O regime por ele implantado, que nos causou um atraso de dezenas de anos e uma guerra em África,milgares de pessoas com a vida destruída pela Pide, milhões de emigrantes, teve de ser
apeado pelas Forças Armadas. Mas valha a verdade que esse falava bem e escrevia bem, tinha pose, não era ridículo. Então, depois disto tudo, querem dar-nos oujtro ditador para acabar de fornicar tudo, mas desta vez um tipo patético, ridículo, um meia tigela que fala e escreve como pensa, isto é, muito mal? Em suma: estão a querer impingir-nos um badameco no estado puro? Só à estalada. E pode ser que assim seja.
Aqui vai a citação do discurso de Salazar. Foi um discurso de saudação e agradecimento ao Porto, em 1949, no Palácio da Bolsa, em 7 de Janeiro, ao inaugurar-se a conferência da União Nacional e a campanha para a (pseudo) reeleição do Presidente da República.
Disse isto:
«Devo à Providência a graça de ser pobre: sem bens que valham, por muito pouco estou preso à roda da fortuna, nem falta me fizeram nunca lugares rendosos, riquezas, ostentações. E para ganhar, na modéstia a que me habituei e em que posso viver, o pão de cada dia não tenho de enredar-me na trama dos negócios ou em comprometedoras solidariedades. Sou um homem independente. Nunca tive os olhos postos em clientelas políticas nem procurei formar partido que me apoiasse mas em paga do seu apoio me definisse a orientação e os limites da acção governativa. Nunca lisonjeei os homens ou as massas, diante de quem tantos se curvam no Mundo de hoje, em subserviências que são uma hipocrisia ou uma abjecção. Se lhes defendo tenazmente os interesses, se me ocupo das reivindicações dos humildes, é pelo mérito próprio e imposição da minha consciência de governante, não por ligações partidárias ou compromissos eleitorais que me estorvem. Sou, tanto quanto se pode ser, um homem livre. Jamais empreguei o insulto ou a agressão de modo que homens dignos se considerassem impossibilitados de colaborar. No exame dos tristes períodos que nos antecederam esforcei-me sempre por demonstrar como de pouco valiam as qualidades dos homens contra a força implacável dos erros que se viam obrigados a servir. E não é minha culpa se, passados vinte anos de uma experiência luminosa, eles próprios continuam a apresentar-se como inteiramente responsáveis do anterior descalabro, visto teimarem em proclamar a bondade dos princípios e a sua correcta aplicação à Nação Portuguesa. Fui humano».
Messias de Massa Má
Frio. Disse que os portugueses eram piegas, viviam acima das suas possibilidades, podiam ir para fora arranjar emprego,... Sao frases que ficarao para sempre.
Viver em Massama, nao pode ser uma qualidade. Mas o que disse acima, sim.
Enviar um comentário