• Ferreira Fernandes, Entretanto, diretamente do WC:
- «Eu tenho um excelente amigo que tem o hábito de me atender o telefone com um: "Olá, amor." Não gosto. Mais, engalinho. Raramente saudei assim e nunca o fiz sem fortes motivações afetivas. E, julgo, tive sempre o escrúpulo de guardar a palavra para situações íntimas. Do tipo: "Isso é só um pardal, amor", quando a minha filha, 2 anos, olhava para um galho, no Jardim Zoológico, em vez de ver a girafa. Calculem como eu me sentiria se, um dia, pelo aleatório que é isso de escutar telefonemas, pelo irresponsável que é isso de magistrados alimentarem pombos e pela pulhice que é a de alguns jornais fazerem manchetes com o que os pombos sujam os beirais, se o meu nome aparecesse num título: "Olá, amor!"... Ontem, um homem que fez uma carreira com - e digo a palavra muito usada e pouco acertada, mas nele completamente adequada -, com classe, António Guterres, apareceu na capa dum jornal, como tendo dito a alguém: "Arranjaste um bom tacho." A conversa telefónica era completamente privada. De um para um. Um abuso, portanto. Eu diria o mesmo, um abuso, se, em vez de "arranjaste um bom tacho", se estampasse nos quiosques uma manchete dizendo: "Olá!", com o complemento de informação de que António Guterres disse-o a Angelina Jolie, num telefonema privado. Como o jornal em questão é o mais vendido em Portugal, pode parecer que nos é natural que esse abuso passe por natural. Lamento confirmá-lo: é, para muitos é mesmo natural.»
1 comentário :
Esse pasquim é o mais vendido em Portugal,porque a população portuguesa é a mais ignorante e,como tal,gosta de porcaria,seja jornalística,seja televisiva.Um nojo!
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