domingo, outubro 18, 2015

Direitos Humanos


O respeito pelos Direitos Humanos é um dos critérios fundamentais para averiguar se determinado país é, verdadeiramente, um Estado de direito.

Mas a defesa dos Direitos Humanos não pode ser uma actividade intermitente ou ao sabor das conveniências, conforme ficou bem claro na polémica recente sobre a nomeação da Arábia Saudita para o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas. Como pode um dos campeões da violação desses mesmos direitos estar agora no órgão que é suposto zelar pelo seu cumprimento?

Em Portugal, ganham corpo as movimentações de apoio ao cidadão luso-angolano Luaty Beirão, em greve de fome na sequência de uma acusação absurda de tentativa de golpe de Estado.

Os portugueses colocam-se, assim, uma vez mais, na primeira linha da defesa dos Direitos Humanos. Agora em Angola, como noutras alturas na China ou no Médio Oriente.

Convém, porém, lembrar que, em Portugal, Direitos Humanos básicos continuam a ser violados quotidianamente, num ambiente de lamentável apatia cívica. É o caso, por exemplo, da crescente pobreza infantil. Ou da detenção de cidadãos, durante meses e meses, sem que contra eles seja formulada qualquer acusação.

A indiferença com que uma sociedade lida com o desrespeito dos Direitos Humanos no seu seio fragiliza enormemente qualquer protesto que essa mesma sociedade possa fazer acerca da violação dos Direitos Humanos noutros países. Convém não esquecer.

6 comentários :

Anónimo disse...

Aqui guia-se tudo pela FÉ no rosário e no Alexandre,

juntam-se uns provérbios e empacota-se um individuo pra cadeia.

não se cumprem ordens judiciais quando não correspondem ao que lhes agrada e faz-se o julgamento no correio da manha.
É o Estado de direito que temos.

E depois anda toda a gente a ver se vê uns países africanos para se dar uma de consciência humanitária

José António Santos disse...

Isto começa a tresandar a bosta da grossa...
http://www.tsf.pt/sociedade/justica/interior/advogados_de_jose_socrates_nao_conseguem_consultar_processo_4842192.html

Anónimo disse...

Magnífico texto! Agora é moda apontar-se o dedo aos outros acusando-os de não respeitar os direitos humanos e depois na sua própria casa violam-se constantemente e de forma cada vez mais brutal. Portugal e a União Europeia são exemplos flagrantes desta atitude ridícula e hipócrita que deve ser denunciada. Obrigada uma vez mais ao CC por colocar aqui esta a verdade nua e crua sobre tal situação.M.

Anónimo disse...

Li e ouvi agora que o processo não foi entregue por dificuldades técnicas na digitalização: Nada que eu não tivesse já pensado. Tal como também penso que a seguir virá a questão de formatação que fará os advogados de defesa penarem para abrir os documentos... Veremos !

Anónimo disse...

Mais uma manobra dilatória do Ministério Público. Seria lógico que o tivessem vindo a digitalizar ao longo do tempo. Ou será que estavam à espera que ninguém o quisesse consultar?

RFC disse...

Miguel, o José Sócrates ou os seus advogados ou o seu assessor de imprensa bem poderia/m fazer chegar uma mensagem de solidariedade aos familiares e amigos do Luaty Beirão e/ou dos outros detidos. Em nome de quê? Em resposta ao inusitado MNE angolano primeiro, demarcando-se claramente de Rui Machete, Martins da Cruz e do seu ex-ministro Luís Amado que agora anda a manjar no Banif com guita do Obiang, etc. O CC daria conta desse facto de homem livre, decerto.