terça-feira, novembro 29, 2005

Regime corporativo nas farmácias: o princípio do fim… [2]

O sumário desenvolvido do estudo sobre a situação concorrencial no sector das farmácias do Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada (CEGEA) da Universidade Católica Portuguesa apresenta um conjunto de "comentários finais", que reproduzimos:

    "Os resultados tornam claro que a actual legislação, que controla simultaneamente a entrada de novas farmácias e o preço dos medicamentos impede ajustamentos no mercado que poderiam beneficiar significativamente os consumidores, quer por via da redução das suas despesas nas farmácias, quer pela garantia de uma maior proximidade à farmácia. Estas restrições permitem às farmácias existentes beneficiarem de uma margem supra-normal. Este excedente poderia ser transferido para os consumidores ou para o Estado, quer por via concorrencial, quer por via regulamentar. Uma política de liberalização de preços, entendida como a possibilidade de praticar descontos em relação a um preço máximo fixado pelo Estado, traduzir-se-ia directamente num menor custo para o consumidor e constituiria um poderoso incentivo para que as farmácias procurassem minimizar os seus custos de funcionamento. Por sua vez, uma liberalização da entrada implicaria uma transferência do excedente para os consumidores mas sob a forma de uma maior proximidade de uma farmácia, o que tem por contrapartida, do ponto de vista do conjunto da sociedade, um acréscimo dos custos fixos com o funcionamento das farmácias. Uma conjugação destas duas políticas reduziria este efeito indesejável e acentuaria a tendência para a redução das margens das farmácias."

18 comentários :

Anónimo disse...

Liberalização das farmácias já!

Anónimo disse...

acrescento:

Liberalização das farmácias já!

Anónimo disse...

Um passo decisivo para a liberalização da economia.
Parabéns pelo blog.

Anónimo disse...

Junto a minha voz à anterioes comentaristas: Liberalização das farmácias já!

Anónimo disse...

Estive a ler o estudo por alto e parece-me excelente.

Anónimo disse...

O sr. dr. Cordeiro já vos dá a liberalização .....

Anónimo disse...

Um medicamento que custe € 35 ao público, decompõe-se da forma seguinte:
Matéria prima reactiva.........0,02 €

Outros custos de fabrico 0,18 €
Lucro fabricante 3,80 €

Custos Comerciais 26,00 €
Margem representante 2,00 €
Margem farmácia 3,00 €

Total.....................35,00 €

Assim, a substância que ataca a doença não custa mais de dois décimos de um cêntimo, mais o seu fabrico, dezoito cêntimos, mais o lucro do fabricante, três euros e oitenta, totaliza à saida do fabricante 0, 02+ 0,18+3,80 = 4,00 € /QUATRO EUROS) mas o doente paga 35,00 € (TRINTA E CINCO EUROS)

Os doentes, nós todos, que compramos medicamentos, alimentamos este fantástico negócio.

Julgo que estes números pecam por defeito, especialmente no lucro das farmácias. Não percebo porque os genéricos em Portugal são também caros, se nos "custos comerciais" (publicidade e propaganda médica) não precisa de gastar...

É muito bom para já, que liberalizem as farmácias!

Anónimo disse...

Vai acabar a mama?

Anónimo disse...

É, sem dúvida, um dos negócios que mais dinheiro gera em Portugal. Um estudo da Universidade Católica do Porto, encomendado pela Autoridade da Concorrência, concluíu que o mercado farmacêutico vale três mil milhões de euros. O mesmo que o governo prevê que custe o futuro aeroporto da OTA.

O negócio tem prosperado. O crescimento médio ronda já os oito por cento ao ano. Existem duas mil e 600 farmácias espalhadas por todo o país.

Para se perceber melhor a dimensão deste mercado, se todas as farmácias se juntassem numa única unidade, cotada em bolsa, seria a quarta maior empresa do principal índice português, ultrapassada apenas pela PT, EDP e BCP.

Os lucros das farmácias em Portugal ultrapassam em 40 por cento os das cadeias de hipermercados Continente e Jerónimo Martins. Por cada medicamento vendido, as farmácias têm um lucro médio de três euros e 30 cêntimos.

Estes números e este estudo, já apresentado ao Governo e ao sector, serve para a Autoridade da Concorrência reflectir e chegar à conclusão de que a lei que existe, de 1965, permite ao mercado das farmácias estar demasiado fechado e protegido.

Por isso, a Autoridade da Concorrência prepara-se para recomendar a José Sócrates uma liberalização do sector farmacêutico.

Neste momento só os farmacêuticos podem abrir uma farmácia. Com o mercado liberalizado quem quiser pode entrar no negócio.

A Autoridade vai ainda sugerir que o Governo estabeleça um tecto máximo para os preços dos medicamentos, para, como isso, aumentar a concorrência.

http://sic.sapo.pt/online/noticias/dinheiro/20051129+Liberalizacao+do+sector+farmaceutico.htm

Anónimo disse...

Ganhar dinheiro *a custa da saude dos portugueses.

AisseTie disse...

Será o passo seguinte apertar a vigilância sobre as relações pouco claras entre farmácias e médicos, a acção de uma força de delegados de propaganda médica continua a ser vista em qualquer hospital e não fiscalizadas as ofertas. Porque é que um médico nem sempre receita um medicamento mais barato e sim um mais caro, sabendo-se que a substãncia e principio activo é o mesmo? E o utente que se dirija a uma farmácia e peça opinião ao farmaceutico sobre que medicamento usar para determinado mal, desengane-se sobre o desinteresse da sua resposta, indicar-lhe-á o medicamento em que recebe maior comparticipação ou margem. O sistema está feito para que o que menos ganha é o doente.
Cuidado aqui com o termo "liberalização". Este é um sector que não deve ser posto nas regras selvagens do mercado, há que fazer uma fiscalização apertada. Que deixe de obedecer a uma lógica corporativa, evidentemente que todos ganhamos com isso, perdendo as corporações.

Ao anónimo dos 35 euros, esqueceu-se das despesas com investigação.

Anónimo disse...

respondendo ao aissetie,

Julgo que as despesas de investigação estão incluidas no "Lucro fabricante" que onera justamente o medicamento, mas parece que onera mais outros items.

-Quem paga as viagens turisticas de médicos difarçadas em congressos para destinos exóticos e turísticos?
-Como se justifica que os lucros das farmácias sejam superiores ao lucro dos Continentes de todo o país, e a Jerónimo Martins?

Este assunto do medicamento é fundadamental porque atinge toda a gente, degradando mais ainda as pensões baixas de muitos pensionistas.

Anónimo disse...

São um Império. Há que distribuir a mais valia deste negócio pelos cidadãos consumidores, diz o Relatório.

Anónimo disse...

Impressão minha, ou o Correia de Campos já se está a cortar ? É o que vejo no Diário Económico.

Anónimo disse...

-São um Império. Há que distribuir a mais valia deste negócio pelos cidadãos consumidores, diz o Relatório.-

É o que sempre tenho aqui dito.

Um lobi, criou a ideia de que a saúde dos cidadãos estariam melhor dentro do "negocio",
seriamos melhor servidos.

Puro engano.

Não admira,prometeram-nos o "ceu" e deram-nos o "inferno".

Lembro-me que há uns aninhos largos, precisava de 1 medicamento, com alguma regularidade, o que faziam os meus.

Levavam-me ao posto medico do Arsenal de Marinha e lá me tratavam e me davam o medicamento, nesta caso uma pomada, que me aliviava a irritação na vista, devido á conjuntivite provocada pela mudança de estação.

Que me recorde e tenha visto, nunca pagamos um tostão.

O que se faz hoje:

Marca-se uma consulta, daqui a 7 meses, talvez a tenha, depois de visto, receitam-me 3 ou 4 medicamentos, entre eles o Anonak 100, mas para que? se o soro fisiologico (custa 1 euro) me resolve o problema,porque gastar 5 ou 6 euros, fora o que o estado comparticipa.

Abrantes, nesta guerra não pode haver recuos, sobe pena do "cordeiro" passar a lobo.

Farmacias para as Misericordias, bombeiros, entidades de bem social, etç etç.

Ponham o laboratotio Militar a funcionar, o chamado LM, desde os chatos ate á queda do cabelo tudo combatia e morria.

Porra, Abrantes, é preciso um gajo ser prof dr., para vêr estas coisas.

Isto é o senso comum

Anónimo disse...

Artigo e comentários:

http://www.diarioeconomico.com/edicion/diario_economico/opinion/editorial/pedro_marques_pereira/pt/desarrollo/596061.html

Salvador disse...

respondendo ao aissetie:

é interessante como a referência ao mercado é sempre acompanhada pela preconceituosa palavra "selvagem" que não passa disso mesmo: um preconceito absolutamente primário.

Veja até onde chegámos com o controlo do "mercado selavagem" e com o dirigismo e a regulação estatal...

Peliteiro disse...

Confundem tudo, farmácias e indústria farmacêutica, crescimento do mercado e de lucros, influência de prescrição...
Enfim, o que vale é que vozes de tolo não chegam ao céu, pagarão cada vez mais pelos medicamentos, terão serviços de saúde cada vez piores... Merecem!
:-)