«Tem-se diabolizado o FMI» - Passos Coelho, em 25 de Março de 2011
terça-feira, novembro 18, 2008
No dia em que se ficou a conhecer o programa político do PSD
Para além de ter revelado uma incontida vertigem por um regime musculado, a Dr.ª Manuela acusa o Eng. Sócrates de ter a mania de fazer reformas. Para isso, teve o cuidado de avisar, não contem com ela. Pelo menos, em democracia.
MFL enredou-se numa contradição criada por ela própria, à custa de agradar simultaneamente às corporações e ao seu eleitorado natural, representado localmente pelos outros participantes do repasto. A dita Sra. tinha que se mostrar à sua audiência como reformista, que é o discurso que naturalmente agrada à direita e aos agentes económicos. Mas ao mesmo tempo tinha que se demarcar de Sócrates, já que ninguém hoje em dia rejeita que este tem tentado efectuar essas mesmas reformas. E como é que ela concilia os dois objectivos ? Insinuando simplesmente que Sócrates faz as reformas de uma forma trapalhona, atropelando os pobres membros das corporações afectadas. Genial. Um golpe duplo, piscando o olho às corporações e dando a entender que se fosse ela a governar, o milagre de reformar contentando tudo e todos seria conseguido. Mas é aqui que entrou a gaffe que estragou tudo, com o infeliz reconhecimento de que só em ditadura, isto é, sem ter que aturar os protestos dos labregos das corporações, é que se conseguiriam efectuar as ditas reformas. Concluindo assim que em democracia, isso é na prática impossível. Conseguiu desta forma frustar simultaneamente a sua audiência, ao dar a entender que é impossível fazer ditas reformas, e as corporações, ao sugerir que a única forma de lidar com eles é simplesmente reduzindo-lhes as liberdades para não ter que os aturar. Não foi um tiro nos pés, foi um missíl na sua pretensão de algum dia governar o país. Pior era impossível.
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MFL enredou-se numa contradição criada por ela própria, à custa de agradar simultaneamente às corporações e ao seu eleitorado natural, representado localmente pelos outros participantes do repasto. A dita Sra. tinha que se mostrar à sua audiência como reformista, que é o discurso que naturalmente agrada à direita e aos agentes económicos. Mas ao mesmo tempo tinha que se demarcar de Sócrates, já que ninguém hoje em dia rejeita que este tem tentado efectuar essas mesmas reformas. E como é que ela concilia os dois objectivos ? Insinuando simplesmente que Sócrates faz as reformas de uma forma trapalhona, atropelando os pobres membros das corporações afectadas. Genial. Um golpe duplo, piscando o olho às corporações e dando a entender que se fosse ela a governar, o milagre de reformar contentando tudo e todos seria conseguido. Mas é aqui que entrou a gaffe que estragou tudo, com o infeliz reconhecimento de que só em ditadura, isto é, sem ter que aturar os protestos dos labregos das corporações, é que se conseguiriam efectuar as ditas reformas. Concluindo assim que em democracia, isso é na prática impossível. Conseguiu desta forma frustar simultaneamente a sua audiência, ao dar a entender que é impossível fazer ditas reformas, e as corporações, ao sugerir que a única forma de lidar com eles é simplesmente reduzindo-lhes as liberdades para não ter que os aturar. Não foi um tiro nos pés, foi um missíl na sua pretensão de algum dia governar o país. Pior era impossível.
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