Em Chaves, Vital Moreira terá dito: “Porque não criar uma espécie de imposto europeu sobre transacções financeiras?”. Esta reflexão vem na linha do que há muitos se discute na área do socialismo, ou seja, a tributação de movimentos financeiros tem de ter um âmbito supra-nacional para ser eficaz e não indutora de distorções. Não havendo qualquer deliberação, parece claro que, por um lado, algumas das causas da actual crise mundial e, por outro lado, a necessidade de financiar os planos de recuperação instituídos por cada país tornam a actual conjuntura particularmente propícia a que se equacionem medidas sobre algumas transacções financeiras.
Surpreende muito que a esquerda mais à esquerda venha agora aparentar espanto por se lançar esta discussão. Vejamos o que propõem os programas eleitorais apresentados em 2005:
Bloco de Esquerda: “Controlo dos movimentos de capitais, obrigando a registo das operações transfronteiriças, e aplicando um imposto sobre as operações cambiais (Taxa Tobin)”.
PCP: “penalização, por via fiscal ou outra, dos movimentos especulativos de capitais” e “o combate eficaz aos movimentos de capitais especulativos, nomeadamente pela sua tributação”.
Compare-se agora com o que o BE e o PCP disseram a propósito das declarações de Vital Moreira.
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