- 'Ontem foi um dia de vergonha para o Parlamento e para o sistema político. Numa estranha coligação táctica, PSD, PP, Bloco e PCP juntaram-se para revogar uma das políticas emblemáticas do Governo, o modelo de avaliação dos professores. Num ápice, a pulsão destrutiva da maioria parlamentar sobrepôs-se a anos de estudos, de discussões, de negociações, de manifestações e de greves. Não se sabe muito bem se a mola real desta coligação foi o desejo de cativar a força eleitoral da classe docente, mas adivinha-se, isso sim, que vai alimentar a ideia de que as políticas públicas estão reféns dos interesses conjunturais e das estratégias partidárias. E se nesta triste história de facilitismo os partidos dos extremos do sistema político se mantiveram fiéis às suas teses, a memória do PSD neste processo exigiria outra atitude. Em primeiro lugar porque o PSD sempre se distanciou das tentativas de revogar a avaliação; em segundo, porque, mesmo querendo mudar, o partido tinha de saber esperar pela próxima legislatura. Dizem os seus responsáveis que a votação de ontem estava agendada, que nada teve a ver com o novo contexto criado com a demissão do Governo. Talvez, mas ao nada fazer para suspender a votação, o PSD e os seus parceiros de manobra acordaram numa revogação à socapa, talvezesperando colher a satisfação dos professores e o alheamento dos restantes cidadãos. Não é isso que acontecerá, nem é isso que deve acontecer. Matar um modelo de avaliação e pedir hipocritamente ao Governo que negoceie com os sindicatos um substituto num prazo de seis meses é hipócrita, irresponsável e indecente. Como o gesto digno de José Pacheco Pereira teve o condão de revelar.'
sábado, março 26, 2011
Um dia de vergonha na Assembleia da República
• Editorial do Público com o título Um dia de vergonha na Assembleia:
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8 comentários :
não são vocês que estão sempre a zurzir no Pacheco Pereira?
Nem sei porque é que vamos para eleições... já existe uma grande maioria na Assembleia da República.
claro que estava anteriormente agendada, nada é votado sem sem agendado. foi a moeda de troca para votarem contra o pec, as coligações negativas têm preço.
É necessário que Sócrates volte a ter uma maioria absoluta para que conclua as reformas que iniciou e que foram boicotadas pelo Presidente e pela oposição.
Todos os partidos estão refens das corporações
Não foi o besunta, Passos Coelho, que disse que não se podia governar contra as corporações?!
Temos feito criticas a Pacheco Pereira,mas também elogios. Dissemos aqui que intelectualmente é brilhante.Quem nunca lhe reconhece meritos é o seu proprio partido, que não lhe atribui funções à sua altura...
O que se passou no Parlamento sobre a avaliação dos professores, faz-me lembrar a aprovação do projeto dos SOBREIROS, já depois da direita ter perdido as eleições....Será que também houve "tráfico de influências....?
A extrema esquerda,deu um mais um empurrãozinho à direita para chegar ao poder... Como moeda de troca, recebeu a revogação da lei das avaliações dos professores...A cgtp, também saiu reforçada, subiu no PSI 20, pois sem o "fundo saido dos ordenados" dos professores,entra em falência tecnica.Este foi um negocio que F.Louça,não teve a coragem de denunciar... Registo: a avaliação dos outros funcionarios do estado,não é burocratica,nem injusta...valha-nos isso...
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