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• Manuel Caldeira Cabral, Arrefecimento do crescimento das exportações e queda da economia:
- «(…) Pelo menos tão preocupante como a queda registada no PIB em cadeia, é a causa desta queda: O contributo negativo da procura externa líquida.
O crescimento de Portugal deverá assentar tanto na procura interna como na procura externa. No entanto, se quisermos evitar políticas de "stop and go", e desejarmos manter o equilíbrio externo, que exigiu tantos sacrifícios aos portugueses conseguir, temos de, no médio prazo subordinar o ritmo de crescimento da procura interna ao do crescimento das exportações.
O desejável aumento da procura interna gera sempre um aumento das importações, que só não será um problema se for acompanhado pelo crescimento das exportações.
A taxa de crescimento das exportações não abrandou apenas no primeiro trimestre de 2014, face ao crescimento de 2013. A taxa de crescimento das exportações portuguesas abrandou desde que entrou o novo Governo e a Troika - ver gráfico. E abrandou de forma muito acentuada.
O abrandamento foi imediato, sugerindo que a falta de crédito e a quebra de confiança introduzidas pela crise política de 2011 e pelas medidas da Troika tiveram também um efeito forte e imediato nas empresas exportadoras. A taxa de crescimento das exportações passou de 11% na primeira metade de 2011, para 3% no segundo semestre do mesmo ano, caindo para valores negativos em alguns trimestres de 2012.
Apesar da quebra no crescimento das exportações, a forte contracção da procura interna conseguiu garantir em 2012, o crescimento das exportações líquidas (exportações menos importações), garantindo a melhoria do saldo externo e um contributo positivo das exportações liquidas para o crescimento.
Em 2013, a situação inverte-se com as importações a passarem a registarem um crescimento superior às exportações. O crescimento do PIB registado nos três últimos trimestres de 2013, assentou assim totalmente na procura interna. No primeiro trimestre de 2014, a taxa de crescimento das importações foi o dobro da das exportações, acentuando-se o contributo negativo da procura externa líquida.
O período do programa de ajustamento foi um período de quebra do crescimento das exportações e não o contrário. Entre 2011 e 2013 as exportações cresceram a uma taxa muito inferior à registada no período anterior, mesmo se o período anterior inclui o ano de 2009, um ano de forte quebra das exportações em todo o mundo.
Mesmo que as exportações acelerem ao longo de 2014 e 2015 e cresçam 2 ou 3 vezes mais do que o que conseguiram crescer em 2012 e 2013, o mais certo é que se registe na actual legislatura um crescimento das exportações tão fraco como o registado entre 2000 e 2005. Este é um facto muito negativo. Que demonstra que há muito a fazer para colocar Portugal a crescer de forma sustentada, e que salienta que a ideia de que o aumento da competitividade pela baixa dos salários trazia soluções milagrosas é apenas isso, uma ideia, baseada na ideologia, mas que a evidência teima em não confirmar.»
2 comentários :
Caldeira Cabral, que dizem ter colaborado no programa do PS,recentemente divulgado, esteve ontem num debate na TVI com o ex-presidente da CIP e JMCCaldas.Há quem o aponte como futuro ministro das finanças de um governo PS. Não escondo a minha simpatia pelas suas intervenções nos media. Mas algumas das suas declarações ontem no debate deixaram-me a torcer o nariz.
mas alguém tem dúvidas que isto esteja a acontecer? Onde estão os projectos industriais deste governo? Onde estão as minas do pateta do álvaro (que no mesmo dia em que viu esfumar-se, por inabilidade, a fábrica das pilhas em cacia, aliás já construída, mandou para os jornais a mentirola do "maior investimento de sempre em portugal" por parte da rio tinto em moncorvo)? onde está a reindustrialização do pateta álvaro?
o facto é que portugal tem perdido quota das exportações desde que estes artolas chegaram ao poder (e não os escondam atrás da troika porque a troika não tem nada com isto). obviamente a situação seria muito pior se em vez de terem herdado o governo de sócrates tivessem herdado um governo deles mesmo. por que em vez da galp ou da embraer tinham herdado nada!
os jornais económicos obviamente nunca irão falar disto.
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