segunda-feira, junho 19, 2006

A nomenklatura

“Todos os [ministros] que passaram pelo Ministério da Educação se queixam de que pouco puderam fazer, que havia aquela máquina gigantesca que ia tomando conta das coisas. E é disso que tenho muito medo. De que também estas novas medidas, apesar de serem bem intencionadas, venham a ser, na sua concretização, completamente deturpadas. Por exemplo, a obrigatoriedade dos exames para professores pode ser completamente deturpada.”

    Nuno Crato, professor do Instituto Superior de Economia e Gestão e presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática [Pública, 18 de Junho]

5 comentários :

alanys disse...

David Justino anunciou que iria enviar para as escola os professores que estavam no Ministério, bem como os milhares de professores que estavam a mais nos sindicatos e também os professores com horário zero. Termino com os concursos locais. Estes eram para os amigos pois eram horários que não iam a concurso nacional.

Não conseguiu por ordem na casa e foi torpedeado dentro dos serviços do ME especialmente pela secretária de Estado dos recursos humanos ( qualquer coisa Orvalho?) que vinha do Governo de Guterres que tinha a seu cargo os concursos de professores.

Ainda nos recordamos, como foram eficazes em criar um ambiente para manietar o Ministro e este sair muito mal visto perante o descalabro dos concursos desse ano.

Receio que isso não aconteça a actual Ministra. Espero que ela aprenda com os erros de Justino que confiou demais nos burocratas que já estavam no ME há quase três décadas e não queriam que os seus privilégios fossem beliscados.

alanys disse...

completo:
David Justino anunciou que iria enviar para as escola os professores que estavam no ME que não tinham serviço atribuido.

Anónimo disse...

A mim parece-me que a srª ministra está com receio de perder a guerra com os burocratas e eduqueses do seu ministério e, por isso mesmo, não os tem afrontado. Vamos esperar mais algum tempo. Veremos as novidades que vai apresentar para o próximo ano lectivo. Se haverá novidades em matérias como os «curricula», o estatuto disciplinar dos alunos, a atenção que a matemática e português lhe vão merecer, etc. Em suma, se o sistema vai continuar ser tão permissivo e medíocre, no básico, como tem sido até agora, ou se, pelo contrário, vai ser mais exigente. Ver para crer.
Maria da Fonte.

Anónimo disse...

A mim parece-me que a guerra da Ministra é motivada pelos interesses dentro do Ministérios (e respectivas capelas e capelanias) e das Direcções Regionais/Cordenações Educativas distritais (restas duas últimas em menor grau).

Ora, se calhar, devia-se era extinguir 90% destes lugares, de burocratas, ou colocá-los a dar aulas (bem como aos sindicalistas "profissionais") para perceberem o que é ser professor. Paa perceberem melhor este último aspecto podem ler:
http://www.tintafresca.net/noticia.aspx?sID=3202&EdicaoUltima=68

Anónimo disse...

Mais de 60% dos estudantes do 12.º ano recorrem ao mercado das explicações, tendo 10 ou mais horas de estudo por semana. Para as famílias, trata-se de um apoio pedagógico que representa um esforço económico entre os 200 e os 250 euros mensais. Investigadores da Universidade de Aveiro estão a desenvolver um estudo inédito sobre o negócio - muito rentável - das explicações em Portugal. O princípio da equidade no acesso à educação é um dos valores que o estudo põe em causa.
http://jn.sapo.pt/2006/06/19/primeiro_plano/familias_gastam_euros_mes_explicacoe.html