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terça-feira, outubro 27, 2015

A tempestade de Schäuble

• Yanis Varoufakis, A tempestade de Schäuble:
    «(…) o compromisso da Alemanha com "regras" que são incompatíveis com a sobrevivência da zona euro prejudica os políticos franceses e italianos, que esperavam, até há pouco, uma aliança com a maior economia da Europa. Alguns, como Renzi, respondem com atos de rebeldia cega. Outros, como Macron, estão a começar a aceitar melancolicamente que o atual quadro institucional da zona euro e a sua combinação de políticas acabarão por levar ou a um rompimento formal ou a uma morte lenta sob a forma de divergência económica continuada. (…)»

domingo, julho 19, 2015

Da série "Frases que impõem respeito" [939]


Então teríamos de fazer o mesmo com a Itália, Espanha, Portugal.
      Sigmar Gabriel, vice-chanceler e ministro da Economia da Alemanha, que recusa a proposta de Schäuble de afastar a Grécia da zona euro, mas que coloca Portugal, apesar da brutal austeridade dos últimos quatro anos, a correr na mesma pista dos gregos

quinta-feira, julho 16, 2015

Da série "Frases que impõem respeito" [936] (número duplo)


A Grécia é e continuará a ser um membro da zona euro.


É necessário um alívio de dívida.

      Mario Draghi, em resposta a Schaüble, recordando ao ministro das Finanças alemão que existe um tratado e que nos seus termos ele, enquanto presidente do BCE, tem «um mandato para cumprir»

Qual tem sido a posição do governador do Banco de Portugal?

— Ó Sr. Governador, já sabe que o Draghi exasperou o nosso amigo Schäuble? Que topete!

    «Já conhecemos o vergonhoso comportamento do governo português em relação à Grécia. Depois das declarações de Draghi - em que este acusa alguns países, nomeadamente a Alemanha, de quererem expulsar a Grécia do euro, violando o mandato do BCE - era importante conhecer o que tem feito e como tem votado Carlos Costa. O país tem direito a saber.»

terça-feira, julho 14, 2015

«Por acaso foi uma ideia minha»

Il Sole 24 Ore

Se dúvidas houvesse sobre a forma como decorreu a última reunião do Conselho Europeu, Pier Carlo Padoan, ministro das Finanças italiano, desvaneceu-as: no final, «apenas nós, os franceses e o pequeno Chipre estávamos lá para atingir um compromisso», tendo os restantes países da zona euro ficado ao lado da Alemanha na «posição mais dura» para a Grécia.

Varoufakis confirma o alinhamento constante do governo português com as posições de Schäuble. E refere que a circunstância de Portugal surgir entre «os mais enérgicos inimigos» da Grécia tem uma explicação simples: «se nós conseguíssemos negociar com êxito um acordo melhor, isso liquidá-los-ia politicamente: teriam de explicar ao seu próprio povo por que não negociaram como nós fizemos».

Conhecendo-se agora o modo como decorreu a reunião do Conselho Europeu, o facto de Passos Coelho ter vindo reclamar os louros do desbloqueamento do acordo com a Grécia dá-nos a medida exacta da natureza do pantomineiro que se alçou a São Bento há quatro anos.

segunda-feira, julho 13, 2015

quarta-feira, julho 08, 2015

Da série "Frases que impõem respeito" [933]


(…) A Alemanha é realmente o melhor exemplo de um país que, ao longo da história, nunca reembolsou a sua dívida externa, nem após a Primeira nem após a Segunda Guerra Mundial. (...) A Alemanha é O país que nunca pagou suas dívidas. Não tem legitimidade para dar lições a outras nações.
      Thomas Piketty , numa entrevista ao jornal alemão Die Zeit, parcialmente traduzida aqui para francês

sábado, abril 18, 2015

Mais merkelianos do que Merkel

    «Diria que a vida de um país também é feita de momentos menos felizes. Esta não é, para utilizar a expressão do Churchill, a nossa finest hour, em todos os sentidos. E, no que toca à questão grega, a maneira como nós reagimos é, no mínimo, lamentável. Pela voz não só de um membro do governo, mais do que um, como do próprio Presidente da República. Para Portugal, foi um momento triste e é um momento que fica marcado negativamente na história da nossa diplomacia e na história das nossas relações externas. Querer ser mais alemão do que os alemães, querer mostrar-se seguidista a um ponto quase caricato, não é bonito».

sexta-feira, março 06, 2015

As forças do eixo

• Pedro Silva Pereira, As forças do eixo:
    «Depois da recente entrevista do presidente da Comissão Europeia ao El País, não adianta a Passos Coelho continuar a insistir na sua mentira: está confirmado que Portugal foi ainda mais exigente do que a própria Alemanha nas negociações com a Grécia. Uma atitude absurda e frontalmente contrária aos interesses do projecto europeu e de Portugal.

    A tensão entre Portugal e a Grécia começou a dar nas vistas logo no final da reunião do Eurogrupo, de 20 de Fevereiro, com o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, a ter de invocar as "boas maneiras" para se abster de dizer "a verdade" sobre as posições assumidas pela ministra das Finanças portuguesa. Na altura, Maria Luís Albuquerque pôs o seu ar mais angélico para explicar que não sugeriu a alteração sequer de "uma vírgula" no acordo que veio a ser assinado por todos. Limitou-se a fazer, com o melhor "espírito construtivo", uma pequeníssima proposta e ainda por cima "meramente procedimental". Qual? Apenas isto: que fosse a 'troika' a avaliar as medidas apresentadas por Atenas. Realmente, não se percebe porque é que uma ideia tão simpática e tão boa foi tão mal recebida...

    A verdadeira história sobre a posição portuguesa nas negociações com a Grécia começou a ser revelada logo a seguir à reunião do Eurogrupo pela imprensa europeia, incluindo pela imprensa alemã. O Die Welt garantiu mesmo que a ministra das Finanças teria pedido pessoalmente ao ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, "para se manter duro com a Grécia". A atitude implacável do Governo português foi mais tarde confirmada pelas bombásticas declarações do primeiro-ministro grego, numa reunião partidária em Atenas. Alexis Tsipras, citado pela agência espanhola Europa Press, não poupou nas palavras: "deparámo-nos com um eixo de poderes, liderado pelos governos de Espanha e Portugal que, por motivos políticos óbvios, tentou levar a Grécia para o abismo durante todas as negociações". Segundo Tsipras, este "eixo contra Atenas" teria um objectivo político claro: "derrubar o governo do Syriza e fazer fracassar as negociações", antes que o exemplo da Grécia afecte outros países e, principalmente, as eleições em Espanha.

    A resposta foi dada no próprio dia pelo primeiro-ministro português. Em entrevista ao Expresso, Pedro Passos Coelho insistiu na sua versão angelical das coisas: Portugal, garantiu ele, esteve "alinhado com todos os outros 17 países da zona euro" numa posição de "exigência natural" quanto ao cumprimento dos compromissos gregos. A ideia de que Portugal teria sido "um dos países mais exigentes" com Atenas, disse ele, "não é verdadeira". Disse e ficou escrito. Em conformidade, seguiu de imediato para Bruxelas uma queixa de Portugal e de Espanha, na expectativa de uma palavra de condenação das declarações de Tsipras. De pouco valeu: o melhor que obtiveram foi um apelo geral à moderação na linguagem e uma embaraçante recordatória, pela porta-voz da Comissão Europeia, Mina Andreeva, de que os tratados europeus protegem a "liberdade de expressão".

    É preciso ler a entrevista que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, deu esta semana ao jornal El País para perceber porque é que a Comissão Europeia se recusou a sair em defesa dos governos de Portugal e de Espanha ante as graves acusações de Tsipras. E a razão é simples: como já todos tínhamos percebido, a versão de Passos Coelho sobre as negociações com a Grécia é pura e simplesmente falsa. Embora reconheça que "não se apercebeu" de que Portugal e Espanha tivessem propriamente "um plano diabólico" para fazer cair o Governo grego, o relato de Jean-Claude Juncker desmente frontalmente a versão de Passos Coelho segundo a qual Portugal teria estado nas negociações com a Grécia rigorosamente "alinhado" com todos os outros países da zona euro. Pelo contrário, Juncker revelou, preto no branco, que houve um conjunto de países ainda mais severos do que a Alemanha (e nomeou-os: Holanda, Finlândia, Eslováquia, os bálticos e a Áustria...), destacando, de entre todos, Portugal e Espanha por terem sido "muito exigentes" nas últimas semanas.

    É lamentável que a palavra do primeiro-ministro tenha de ser frontalmente desmentida pelo próprio presidente da Comissão Europeia. Mas pior ainda é termos um Governo aliado às forças do eixo, contra os interesses do projecto europeu e contra o interesse nacional.»

quarta-feira, março 04, 2015

Os impedidos com rédea solta


O presidente da Comissão Europeia dá hoje uma entrevista ao diário El País. Eis uma passagem da entrevista, na qual Juncker mostra alguma surpresa perante o excesso de zelo dos impedidos às ordens de Merkel e Schäuble:
    El tradicional eje franco-alemán parece cosa del pasado. ¿Qué opinión le merece lo que Tony Judt denominaba “el inquietante poderío de Alemania”?

    Grecia es el ejemplo de que esa impresión acerca de que Alemania lidera Europa con mano de hierro no se corresponde con la realidad. Ha habido varios países más severos que Alemania: Holanda, Finlandia, Eslovaquia, los bálticos, Austria. En las últimas semanas, España y Portugal han sido muy exigentes en relación con Grecia.

sábado, fevereiro 28, 2015

quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Sombras de Schäuble

• Rui Pereira, Sombras de Schäuble:
    «A fazer fé na imprensa alemã, a nossa Ministra das Finanças terá pedido pessoalmente ao homólogo teutónico para se manter duro com a Grécia. Em época alta para o sadomasoquismo (depois de Lars von Trier apresentar ‘Ninfomaníaca’, ‘As 50 Sombras de Grey’ provocaram uma romaria aos cinemas e excursões pelas ‘sex shops’), tal prática parece fugir aos cânones habituais. O Governo português, que às vezes parece comprazer-se com as dores da austeridade, não pediu que a nossa dose fosse reforçada (era só o que faltava!), mas sim que a dose dos gregos não seja aliviada.

    Esta "fuga controlada" para a imprensa alemã destina-se a endossar cinicamente para os portugueses a renitência em aliviar a carga dos gregos ("nós até queremos, os latinos é que não deixam…"). Mas o que será mais ético e racional: ser sadomasoquista por conta alheia ou ser solidário com os gregos? Dividem-se as opiniões. Enquanto a esquerda censura o Governo por não alinhar com os países europeus que enfrentam dificuldades semelhantes ou mesmo piores do que as nossas, a direita evoca o dinheiro emprestado à Grécia e alega que os sacrifícios são para todos.

    Na realidade, a única atitude ética, racional e consentânea com o interesse nacional consiste em revelar empatia pelas dificuldades que o povo grego enfrenta, invocando essa situação para obter uma maior abertura da União Europeia às políticas de coesão e solidariedade. O Governo português tem toda a legitimidade para pedir, em nome da igualdade e em defesa do seu Povo, que lhe sejam aplicados todos os benefícios resultantes de uma mudança de orientação quanto à Grécia. Pelo contrário, uma atitude mesquinha só nos deixará ficar mal perante gregos e alemães.

    O que se ouve em sentido contrário causa perplexidade. Não precisamos de ajuda nenhuma? Concluído o programa de "assistência", chegámos à terra de leite e mel? Se é assim, ainda ninguém o percebeu. Os sinais de crescimento económico e abrandamento do desemprego são incipientes, os jovens emigram, a escola pública e o sistema de saúde declinam, a taxa de mortalidade aumenta e a taxa de natalidade continua a diminuir. Ninguém quer dinheiro para o "despesismo", mas o alívio da servidão da dívida é necessário para iniciar um ciclo de crescimento solidário e sustentável.»

Do colaboracionismo

A Épuration Légale após a queda do regime de Vichy

• Eva Gaspar, Schäuble:
    «(…) Um Tesouro, um ministro das Finanças, um parlamento especial para o euro, é a estrutura da nova Europa que há muito tem na cabeça.»

segunda-feira, fevereiro 23, 2015

Mais troikistas que a troika, mais alemães que a Alemanha (2)



    «Este governo a coisa que mais teme é que os portugueses possam perceber que o discurso que foi feito nos últimos três anos de que não havia alternativa (e de que este era o único caminho) é falso.»

Mais troikistas que a troika, mais alemães que a Alemanha


A edição online do jornal alemão Die Welt reafirma que Maria Luís Albuquerque pediu pessoalmente a Schäuble para se manter firme em relação aos gregos e em relação às negociações que estavam em curso. O ministro das Finanças alemão usou-a e faz questão que se saiba.

Roma não paga a traidores... mas Berlim paga

• Ferreira Fernandes, Elogio à compaixão da Alemanha:
    «Maria Luís Albuquerque foi à Alemanha fotografar-se com Wolfgang Schäuble. A portuguesa não foi ao beija-mão. Foi pior do que isso, o alemão é que achou que devia dar uma mão à sua fiel Albuquerque. Escrevi fiel, não leal. Lealdade é sentimento entre iguais. No final da reunião do Eurogrupo, que abriu uma porta, o grego Varoufakis disse o que se ia fazer: "Acordamos (...) uma nova lista de reformas que vamos abordar de um modo escolhido por nós em colaboração com os nossos parceiros. Não iremos continuar a seguir o guião que nos foi dado por agências exteriores." Isto é, o grego disse: estamos em crise, mas não deixamos de ser um país independente. Isto é, não aceitou ser o "protetorado" que o governo português disse com todas as letras ser. Sobre os que governaram assim, Varoufakis disse: "Eles nunca imaginaram a possibilidade de dizer não. Quando não se consegue imaginar a possibilidade de dizer não, não se está a negociar. E quando não se está a negociar numa situação como a da crise da zona euro, acaba-se a aceitar um acordo em que no fim (...), além de mau para os fracos, é mau para os fortes." A Alemanha reconheceu isso e vai mudar. Por isso é que piedosamente deu uma mão aos seus fiéis. Quando os lusitanos Audas, Ditalco e Minuro, comprados pelo general romano Cipião, mataram Viriato, foram pedir a paga. Foram mortos e expostos com um cartaz: "Roma não paga a traidores." Sorte a do governo português. Berlim paga.»