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segunda-feira, dezembro 07, 2015

sexta-feira, outubro 02, 2015

domingo, setembro 06, 2015

«Soares é fixe»


Mário Soares, após visita a José Sócrates hoje de manhã, foi efusivamente cumprimentado por algumas pessoas, tendo uma delas proclamado: Soares é fixe. O Presidente da República sorriu, voltou-se e respondeu: Fixíssimo.

terça-feira, junho 02, 2015

terça-feira, maio 26, 2015

Soares no DN

Hoje no Diário de Notícias
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terça-feira, maio 19, 2015

Mário Soares...

... hoje no Diário de Notícias:
    (…) Num Portugal onde o governo de coligação continua a entender-se, embora com dificuldades, Paulo Portas disse no sábado passado que cada um dos partidos tem valores próprios e princípios diferentes. A coligação não é fácil...

    A verdade é que o Presidente da República, que se bate sempre em defesa de Passos Coelho, raramente fala de Paulo Portas. Não sei porquê, mas é um facto.

    O líder do PS, António Costa, a propósito da jantarada promovida pela coligação de direita, disse que a "coligação deu continuidade às políticas da troika, embora o Programa de Assistência Financeira a Portugal tenha terminado em maio de 2014". António Costa disse - e a meu ver bem - cito: "Este governo é pior do que a troika"...

    É verdade. O que demonstra que neste governo, que tanto fala, ninguém se entende. Passos Coelho é um bom exemplo disso. Ferreira Leite, com a sua inteligência, referiu: "O xarope eliminou alguma tosse" e acrescentou: "mas a nossa doença não era só a tosse." Tem razão, os médicos que o digam, bem como os enfermeiros e os doentes!

    Mota Amaral foi afastado das listas de candidatura à Assembleia da República pelos seus próprios correligionários, sem que tivessem tido com ele uma palavra sobre a decisão que tomaram. Mota Amaral, que tanto estimo, foi presidente do Governo Regional dos Açores, membro do Conselho de Estado, presidente da AR, presidente da delegação portuguesa junto do Conselho da Europa e um dos fundadores do PPD. Mota Amaral tem sido uma das vozes críticas da governação do atual governo e certamente por isso foi agora saneado. É assim que este governo trabalha.

    Privatizar a TAP, sendo o que foi ao longo dos anos, não só para Portugal como para os demais Estados lusófonos, mas também além deles, é uma vergonha e uma falta de senso de um governo que manifestamente não sabe o que faz e o que quer. Quer dinheiro para gastar ou ficar com ele. Mais nada.

    No dia 14 de maio, quinta-feira, houve à volta de José Sócrates a primeira página de uma revista e de um jornal e ainda o lançamento de um livro. Nenhuma destas coisas tem algo de especialmente interessante e não esclarece nada. É pura maledicência.

    Em qualquer dos casos é alimentado por violação do segredo de justiça. O segredo de justiça que foi feito para proteger a honra das pessoas. Vê-se, assim, que afinal o segredo de justiça serve apenas para vender papel.

    O juiz Carlos Alexandre não deve estar nada confortável com o que está a suceder, dado que é ele o principal responsável pela segurança do processo.

    Boaventura Sousa Santos, uma grande figura da cultura portuguesa, mas não só, disse a propósito da justiça portuguesa: "Tem uma relação autoritária com o cidadão" e considerou que "o sistema vigente não valoriza a responsabilidade e a sensibilidade democrática dos magistrados."

    Os canais generalistas das televisões continuam a ter nos horários nobres políticos do PSD convertidos em analistas, como são os casos de Marques Mendes na SIC, Marcelo Rebelo de Sousa na TVI e Morais Sarmento na RTP.

    É verdade que na TV Cabo há alguns políticos isentos e outros, poucos, da oposição, mas não se pode comparar as audiências dos canais generalistas com as por cabo. O Presidente Cavaco Silva sabia o que fazia quando marcou as eleições para o mais tarde possível. Uma verdadeira vergonha, lesiva da liberdade de imprensa e da igualdade de oportunidades.»

terça-feira, maio 12, 2015

Um Estado sem inteligência

• Mário Soares, Um Estado sem inteligência:
    «É um texto que o meu ilustre amigo Nicolau Santos, que tanto admiro, escolheu para referir o atual Estado português, que reduziu Portugal ao pior que já teve desde o tempo de Salazar, que, pelo menos, não roubava nem entregava aos estrangeiros, e muito menos aos chineses, parte da nossa terra.

    Na realidade, como escreveu, cito, "Nos últimos anos, gabinetes, laboratórios e departamentos públicos foram extintos ou definharam". E acrescenta: "O Estado não tem hoje pensamento político próprio."

    Na verdade, a coligação que faz a maioria não se entende e se não fosse o Presidente da República, que protege Passos Coelho acima de tudo, o governo, que não se sabe o que quer nem para onde vai, há muito tempo teria desaparecido.

    Pergunta Nicolau Santos: "Onde estão os gabinetes de estudo, planeamento e prospetiva idênticos àqueles que Félix Ribeiro liderou durante anos e que produziram alguns dos mais notáveis e estimulantes trabalhos sobre o futuro do país?

    Quem faz a gestão estratégica das participações do Estado depois da decisão politiqueira de extinguir o Instituto de Participações do Estado (IPE)? Onde estão os laboratórios e departamentos de Estado ligados às engenharias, à floresta e ao desenvolvimento agrícola, marítimo, industrial e cultural? A resposta é: não estão, não há, não se faz." Isto é: não se sabe.

    Na verdade, Passos Coelho fala muito mas muda de opinião como quem muda de camisa. À exceção da defesa da austeridade a todo o custo. E os seus ministros calam-se e obedecem. Embora com Paulo Portas não seja bem assim. Não se entendem, e ora diz que quer ir embora ou diz o contrário, e vai passeando pelo mundo inteiro...

    Mas o atual governo, em que nada funciona, está quase no fim e, apesar de o Presidente da República ter propositadamente atrasado as eleições, o fim é inevitável.

    Quer dizer, o país vai mudar... (…)

    SÓCRATES PRESO SEM QUALQUER RAZÃO

    José Sócrates continua na prisão, desde há quase seis meses, sem ter sido acusado e julgado.

    O juiz Carlos Alexandre foi o principal responsável pela sua prisão no convencimento, julgo eu, de que estava a fazer um grande serviço. A verdade é que, até hoje, não se conseguiu apurar qualquer motivo que justifique essa prisão. Nem sequer foi ouvido.

    O juiz Carlos Alexandre e o procurador Rosário Teixeira tentaram encontrar um motivo para que fosse julgado por qualquer ato que tenha praticado. Nunca o conseguiram. Daí que qualquer pessoa lúcida reconheça que deve ser posto em liberdade quanto antes e com os devidos pedidos de desculpa.

    Talvez por isso Carlos Alexandre esteja agora tão crítico em relação ao que ele diz que lhe tem vindo a suceder, sem saber porquê. Diz que está a ser maltratado por gente que desconhece. E começa a estar um pouco nervoso na sua vaidade. O melhor para todos seria que libertasse quanto antes José Sócrates e lhe apresentasse as devidas desculpas. (…)»

terça-feira, maio 05, 2015

Os discursos de Passos Coelho

• Mário Soares, Os discursos de Passos Coelho:
    «Na passada semana, Pedro Passos Coelho fez vários discursos que caíram muito mal àqueles que o ouviram. Os portugueses perceberam há muito, mesmo os que são seus apoiantes, que o governo e a coligação que dirige estão no fim, sem remédio.

    A coligação que em certa altura não era nada desejada passou a sê-lo, porque faz alguma falta para as eleições que se aproximam e que o Presidente da República quer que se façam o mais tarde possível. Passos Coelho - que nunca gostou de Paulo Portas, bem como o Presidente Cavaco Silva, cujo único protegido sempre foi Passos Coelho - também nunca falou, que se saiba, em favor de Paulo Portas.

    (…)

    Na passada sexta-feira, em Aguiar da Beira, Passos Coelho estava a comer queijos - era o Dia do Trabalhador, note-se - e encontrou o seu amigo Dias Loureiro, que foi em tempos ministro da Administração Interna e que ganhou muito dinheiro, como, aliás, o atual Presidente da República, sem se saber bem como nem porquê. Foi um encontro entre amigos solidários, não só pelo interesse dos queijos, ao que dizem muito agradável. O elogio que Passos Coelho fez a Dias Loureiro, como empresário-modelo, é verdadeiramente indigno. (…)»

sexta-feira, abril 24, 2015

Da série "Frases que impõem respeito" [909]


Ouvir discursos do Presidente da República não é comigo.
      Mário Soares, que mantém a recusa de assistir às comemorações oficiais do 25 de Abril desde 2012, primeiro ano em que a data foi celebrada com a maioria PSD/CDS no Governo

terça-feira, abril 21, 2015

«Nem pensar em tal coisa»


• Mário Soares, Liberdade e democracia social:
    «(…) O Presidente da República é que gostaria de que houvesse um acordo entre o PSD e o PS. Mas, como disse o líder do Partido Socialista, António Costa, em Almada, cito: "Nem pensar em tal coisa." (…)»

terça-feira, abril 14, 2015

E agora, que futuro?

• Mário Soares, E agora, que futuro?:
    «(…) Costa tem agora a grande responsabilidade do futuro do PS e do país. E tenho a certeza de que, não obstante as enormes dificuldades que terá de enfrentar, vai ganhar as eleições legislativas com bastante facilidade.

    Portugal é hoje um país que tem vindo a ser destruído por este governo sem rumo, de onde muitos portugueses emigraram e onde outros continuam sem trabalho.

    Entre os que ficaram, muitos são os que têm vindo a sofrer sucessivos cortes nos salários, nas pensões e a ser gravemente prejudicados no acesso a todos os serviços que o Estado social garantia num passado recente, isto é: antes do atual governo ter iniciado as suas funções, aderindo à austeridade que mata, como diz o Papa Francisco, e que ainda hoje se mantém em virtude da vontade do atual governo e do seu protetor de sempre, o Presidente da República Cavaco Silva. (…)»

terça-feira, abril 07, 2015

O novo líder


• Mário Soares, Um grande cineasta:
    «(...) O NOVO LÍDER

    António Costa renunciou, como lhe competia, à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, onde, aliás, fez um trabalho extremamente importante, saneando as finanças, tornando a cidade de Lisboa uma referência internacional, reabilitando zonas degradadas e, finalmente, reordenando as juntas de freguesia.

    Mas sendo, como é hoje, o líder do Partido Socialista e candidato a primeiro-ministro, concentrou-se no enorme desafio político que tem pela frente.

    Esteve a falar em Espanha com o seu amigo e dirigente do PSOE, Pedro Sánchez, em Itália, com o primeiro-ministro Renzi, em França, com o presidente Hollande e, finalmente, conheceu e falou com o Papa Francisco, amigo dos pobres e dos que defendem a democracia e a liberdade.

    O anúncio de renúncia de António Costa à presidência da câmara foi feito numa cerimónia pública com os presidentes das juntas de freguesia, vereadores, etc. Passou o testemunho a Fernando Medina, que tanto estimo, e que tomou posse como presidente da câmara aos 42 anos.

    António Costa é, indiscutivelmente, o líder do Partido Socialista, tendo dito que é o momento de se concentrar em Portugal, que o atual governo e os seus pares tanto mal têm feito ao nosso pobre país...

    É óbvio que o líder do PS tem hoje muitos socialistas, e não só, que o podem e devem ajudar. Ora, tudo vai depender das próximas eleições legislativas de setembro, que Costa obviamente vai ganhar.

    Portugal, como é sabido, está sob uma enorme crise política, financeira, económica e social. E a União Europeia está atenta não só a Portugal mas também a outros países, como a Espanha e a Grécia, cujas dificuldades são grandes. Ora, o atual governo, dirigido pelo PSD e pelo CDS-PP, protegido pelo Presidente da República, não tem capacidade para bater o PS e o seu líder António Costa. (…)»

terça-feira, março 24, 2015

Cavaco e o protegido

• Mário Soares, A irresponsabilidade do atual governo:
    «(...) Portugal nos últimos três anos e tal tem sido dominado pelo Presidente da República, que praticamente não fala, e pelo seu protegido, o primeiro-ministro Passos Coelho, que nos últimos dias teve uma participação política bastante pouco habilidosa. Aliás, trata-se de um primeiro-ministro que faltou aos seus deveres de cidadão e não pagou a Segurança Social durante vários anos, como devia. A intervenção que Passos Coelho fez a este respeito foi bastante desinteressante mas deu que falar e foi criticada pela direita e pela esquerda.

    Com o acordo possível do seu vice-primeiro-ministro Paulo Portas, Passos Coelho tem vindo a destruir muito do que foi feito antes do seu governo, a todos os níveis e através dos seus dirigentes - refiro-me à Justiça, Educação, Saúde, Finanças e outros. (…)»

terça-feira, março 03, 2015

Soares no DN

Mário Soares no Diário de Notícias:
    «(…) A entrevista do senhor primeiro-ministro

    Na entrevista ao Expresso de sábado passado, o senhor primeiro-ministro diz que já saímos de um período difícil (não saímos) e que "precisamos de consolidar reformas, crescimento e confiança para não perder a maioria nas próximas eleições". Que ideia mais difícil de aceitar! Porque todo o país pensa - como se sabe - o contrário. E depois acrescenta contra a opinião geral, cito: "Não ter maioria absoluta pode ser um perigo." Só se for para os seus apaniguados. E mesmo assim...?

    O país está contra ele e com razão. E, apesar da forte emigração, entre os que ficaram, ricos ou pobres, a esmagadora maioria não vai votar no PSD, como todas as sondagens têm mostrado (dois terços não votam no PSD e no CDS). Veremos. Mas o senhor primeiro-ministro não vai seguramente ter, apesar de "ser um perigo", na sua linguagem, uma maioria absoluta. É evidente.

    Um artigo admirável

    O Expresso, que continua a ser muito lido, publicou no sábado passado um artigo admirável de Miguel Sousa Tavares. É importante que seja lido e comentado. Sou amigo, desde há muitos anos, do seu autor. E prezo-me de o ter sido também de seu pai, Francisco Sousa Tavares, e de sua mãe, Sophia de Mello Breyner, mesmo quando foram deputados à Assembleia da República e nem sempre a meu lado.

    Vem isto a propósito do notabilíssimo artigo que escreveu, intitulado "O Estado do Estado de direito". Corajoso e excelente. Bem-haja querido amigo!

    Pôs os pontos nos iis quanto à necessidade de os representantes dos partidos alterarem a legislação do Processo Penal, que, aliás, muitos advogados têm vindo já a reclamar.Os magistrados em geral não devem, por isso, esquecer que são dos titulares dos órgãos de soberania dos mais desprestigiados no país. (…)»

terça-feira, fevereiro 10, 2015

Portugal: cada dia pior

• Mário Soares, Portugal: cada dia pior:
    «(…) VOLTO A FALAR DE SÓCRATES

    Preso desde novembro até hoje, dia 10, ninguém sabe porquê e até quando irá continuar a prisão, sem qualquer julgamento prévio. É algo que cada dia mais indigna os portugueses, quer o estimem ou não. O que os portugueses sabem é que os que roubaram, lesando o país, estão à solta. Por isso é que cada dia são mais os que querem visitar o ex-primeiro-ministro.

    Será que os procuradores da Justiça e os respetivos juízes têm sensibilidade para conhecer a indignação que cada vez mais ocorre nos portugueses que admiram Sócrates e mesmo naqueles que sem o conhecer só o estimam por saberem que foi um excecional primeiro-ministro durante seis anos? É difícil responder. (…)»

terça-feira, fevereiro 03, 2015

Soares no DN

• Mário Soares, Portugal e o novo clima:
    «(…) Já passaram mais de dois meses desde que o ex-primeiro-ministro José Sócrates está preso, sem ser ouvido pela Justiça. O juiz responsável pela prisão, Carlos Alexandre, não conseguiu ainda encontrar - que se saiba - nada de concreto que justifique esta prisão. É extraordinário.

    Contrariamente à situação referida, nunca tantos portugueses se manifestaram em favor de Sócrates e furiosos com a prisão por ele sofrida. Não só os socialistas mas também personalidades de outros partidos.

    No recurso que foi apresentado pelos seus excelentes advogados, João Araújo e Pedro Delille, que muito estimo, para anular a prisão de Sócrates, a atuação do juiz, Carlos Alexandre, é posta em causa, sendo acusado de ter ultrapassado os seus deveres. Por isso se diz que o juiz citado foi além das suas funções, como, por exemplo, se escreve e bem no último Expresso.

    Aliás, a Senhora bastonária da Ordem dos Advogados, Elina Fraga, disse na Rádio Renascença - cito - "que é a própria investigação criminal que entrega e tem relações perigosas e promíscuas com a comunicação social". Ou seja, parece que o Ministério Público, por via de Rosário Teixeira, violou o segredo de Justiça, bem como o juiz Carlos Alexandre no caso Sócrates.

    Seja como for, a esmagadora maioria dos portugueses está indignada com a situação infame e intolerável em que se encontra José Sócrates. Nunca tantos portugueses se manifestaram em favor de José Sócrates, estando ao mesmo tempo indignados pelo que lhe aconteceu. Sintomaticamente, o Presidente Cavaco Silva não tem tido a coragem de dizer uma palavra sobre o assunto. É espantoso.

    Nesta fase final de um governo incapaz e de um Presidente da República que nunca se dignou dizer uma palavra acerca de um ex-primeiro-ministro, com o qual durante tantos anos dialogou, a indignação e a solidariedade dos portugueses para com Sócrates não podia ser maior. Como se tem visto em inúmeras visitas que, de norte a sul, lhe têm feito, com enorme carinho. Valha-nos isso. E o juiz Carlos Alexandre que se cuide... (…)»

terça-feira, janeiro 20, 2015

Portugal não é uma democracia social

• Mário Soares, Portugal não é uma democracia social:
    «(…) Houve muitas mudanças, com coligações, PS e PSD, por exemplo, e diferentes governos, de Spínola a Costa Gomes e depois presidentes eleitos, o primeiro dos quais foi o general Ramalho Eanes, depois este vosso criado e finalmente o ilustre jurista e advogado Jorge Sampaio. Veio, entretanto, a ser eleito Aníbal Cavaco Silva, membro do Partido de Sá Carneiro, depois de ter sido salazarista convicto no tempo da ditadura. Foi um desastre, pois, que um membro do partido de Sá Carneiro, ex-ministro das Finanças, tenha sido eleito Presidente da República, o mais impopular de todos, como a última sondagem indica, com uma popularidade abaixo de zero. É um Presidente que só vê o atual partido no poder dirigido por Pedro Passos Coelho.

    Por isso não antecipou as eleições legislativas (que então perderiam para o governo) para um momento muito próximo do fim do seu mandato.

    O atual governo, que leva três anos e tal, é responsável por todo o desastre de Portugal e sobretudo dos portugueses. Perderam quase tudo o que tinham conquistado e uma grande parte teve de emigrar. Uma vez destruído o Serviço Nacional de Saúde, tem havido grandes dificuldades nas universidades. O aumento dos impostos e os cortes de toda a ordem, incluindo nas pensões, têm levado à miséria os portugueses. Muitos não têm sequer dinheiro para emigrar, vivem nas ruas, sem casa, e sem ter o que dar de comer aos filhos. (…)»

terça-feira, janeiro 13, 2015

Mário Soares no DN

Extractos do artigo de Mário Soares publicado hoje no Diário de Notícias:
    «(…) PORTUGAL AINDA É UMA DEMOCRACIA?

    Creio bem que não. Uma democracia implica a liberdade do povo, que é quem mais ordena Ora, em Portugal, com o governo existente, protegido pelo atual Presidente da República, o povo é completamente instrumentalizado e não tem, em matéria de obtenção de recursos, qualquer liberdade. Tem pensões cada vez mais baixas, de miséria, que lhe são impostas, e muitos portugueses têm tido que emigrar para fugir ao crescente desemprego e aos salários de miséria.

    A verdade é que desde o 25 de Abril de 1974 a ditadura acabou, instaurando-se a democracia social bem como as liberdades que com o atual governo estão cada vez mais em causa. Os três anos e tal do atual governo foram, no plano económico, desastrosos. Mas não só económico, também social, científico e cultural, perdendo-se muito das liberdades democráticas.

    A chamada classe média tem vindo a desaparecer. E, na maioria dos casos, os portugueses têm vindo a perder muitos dos seus direitos, económicos, sociais e culturais.

    Veja-se o que se passa em matéria de saúde. O Serviço Nacional de Saúde, uma pérola da democracia, esvaziou-se por falta de médicos e enfermeiros. Como se tem visto no atual período de pico da gripe.

    A justiça deixou praticamente de existir, com os tribunais a serem encerrados a pretexto de uma nova organização judiciária criada pela senhora ministra. Causando o desaparecimento de processos e deixando que certos juizes possam desprezar na sua ação alguns princípios fundamentais relativos ao segredo de justiça, como toda a gente percebeu com a prisão tão infame do ex-primeiro-ministro José Sócrates.

    Em matéria de escolaridade, o ministro Nuno Crato conseguiu destruir imensas escolas e não ter professores suficientes para iniciar o ano letivo, sem esquecer as excelentes universidades que tínhamos e que agora não há dinheiro suficiente para manter, ao contrário do que acontecia no tempo do ilustre professor Mariano Gago.

    Não vale a pena citar outros ministérios porque todos só pensam em nada fazer e no dinheiro, sabendo ao mesmo tempo que o atual governo está totalmente paralisado. Vale a pena pensar no que acontecerá a este governo, quando deixar de pagar os juros à troika e tiver de pagar tudo o que lhe deve.

    O atual ministro da Economia, sempre tão cheio de graçolas, sem qualquer graça, que responda o que vai fazer. Parece que quer limitar-se à venda a retalho das empresas estratégicas, como a TAP ou, por omissão, o desmantelamento da PT.

    O governo está completamente paralisado, como disse antes, mas o otimismo do primeiro-ministro não se altera de discurso para discurso. Até ao discurso final... Entretanto, a coligação não funciona, mas os chefes e os ministros não param de viajar. Pudera...

    (…)

    JOSÉ SÓCRATES

    É verdadeiramente hediondo que passado mais de um mês o Presidente da República e o governo não tenham dito uma palavra em defesa do que se está a passar com o ex-primeiro-ministro José Sócrates. Preso, como se sabe, com flagrante violação do segredo de justiça. Sem se poder defender em julgamento, se é que há matéria incriminatória, que nunca surgiu.»