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segunda-feira, novembro 09, 2015

Socialismo Groucho Marx

Álvaro Beleza sustentou a necessidade de uma aliança do PS com as forças à sua esquerda. Francisco Assis não lhe ficou atrás: não apenas se mostrou aberto a entendimentos à esquerda como repudiou quaisquer «compromissos com esta direita extremista, que já nem sequer representa larguíssimos sectores da direita portuguesa». Até Bagão Félix defendeu um governo da direita com o PCP.

Ora vê-se hoje que as declarações passadas de Assis e de Beleza (e de Bagão Félix) não eram entendidas como susceptíveis de pôr em causa nem as tradições nem o regime democrático, porque eram só «eles a falar e a dizer umas cenas». Eram, em suma, galhofa. Uma espécie de socialismo à moda de Groucho Marx: «Estes são os meus princípios. Se não gostam, tenho outros.»

quarta-feira, novembro 04, 2015

Da série "Frases que impõem respeito" [952]


Como socialista digo apenas: não acredito que um socialista prefira um Governo de direita com o apoio do PS a um Governo do PS com o apoio da esquerda.

      Carlos César, a propósito das recentes intervenções de Francisco Assis

«Visto como o nome ideal» por quem?

Hoje no Diário Económico
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quinta-feira, outubro 29, 2015

Assis contra Assis

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Para se ser rigoroso, não se pode dizer que o muro que separa o PS do BE e do PCP foi construído apenas pelos partidos que situam à esquerda do PS. Mas, se Francisco Assis não deveria imputar a responsabilidade em exclusivo à «extrema-esquerda», terá bastante razão quando considera: «(…) a extrema-esquerda parlamentar optou deliberadamente – com uma legitimidade, de resto, inatacável – por um acantonamento político impeditivo de qualquer participação não só na esfera estrita da governação, como no horizonte mais vasto de definição das grandes prioridades nacionais. Não foi excluída: auto-excluiu-se (…).»

Há no entanto um dado de que Francisco Assis se esquece: a devastação levada a cabo pela direita radical durante estes quatro anos provocou mudanças em todo o espectro político. Havendo neste contexto a possibilidade de construir uma plataforma de convergência que barre o caminho à direita radical, deveria o PS recusá-la?

Talvez a evolução do PCP tenha demorado mais tempo a ocorrer do que Francisco Assis previa em 1999 (cf. imagem supra), quando, na sequência de um discurso de Carlos Carvalhos, admitiu tratar-se de «um passo muito importante para uma efectiva alteração no plano doutrinário, que permite augurar uma importante evolução do PCP». O então líder parlamentar do PS antecipava que essa evolução poderia permitir uma aliança à esquerda: «Pode ser mais fácil, no futuro, conceber soluções de governação que passem pelo PCP

Já em 2011, quando disputou a liderança do PS com António José Seguro, Francisco Assis fez questão de alimentar esta possibilidade. A pretexto das eleições autárquicas, colocou como objectivo «a realização de coligações onde elas são essenciais para a derrota da direita», frisando que a estratégia não se esgotaria no dia das eleições. Seria um primeiro passo para «iniciar um diálogo construtivo à esquerda com o PCP e o BE», a fim de «superar a dificuldade histórica de relacionamento que prejudica as opções dos eleitores de esquerda».

Ora, no exacto momento em que parece estar a superar-se «a dificuldade histórica de relacionamento que prejudica as opções dos eleitores de esquerda», Francisco Assis pretende fazer marcha-atrás, repelindo o que vem defendendo desde o século passado, quando as condições eram mais adversas?

quinta-feira, outubro 08, 2015

Moderados


    «É hoje muito claro que assistia inteira razão a Norberto Bobbio quando preconizava que tão ou mais importante que a dicotomia direita-esquerda era a contraposição entre moderados e extremistas em cada um destes campos políticos. No caso europeu não há a mais pequena dúvida de que a grande linha de demarcação é precisamente esta última.»