
- «É um texto que o meu ilustre amigo Nicolau Santos, que tanto admiro, escolheu para referir o atual Estado português, que reduziu Portugal ao pior que já teve desde o tempo de Salazar, que, pelo menos, não roubava nem entregava aos estrangeiros, e muito menos aos chineses, parte da nossa terra.
Na realidade, como escreveu, cito, "Nos últimos anos, gabinetes, laboratórios e departamentos públicos foram extintos ou definharam". E acrescenta: "O Estado não tem hoje pensamento político próprio."
Na verdade, a coligação que faz a maioria não se entende e se não fosse o Presidente da República, que protege Passos Coelho acima de tudo, o governo, que não se sabe o que quer nem para onde vai, há muito tempo teria desaparecido.
Pergunta Nicolau Santos: "Onde estão os gabinetes de estudo, planeamento e prospetiva idênticos àqueles que Félix Ribeiro liderou durante anos e que produziram alguns dos mais notáveis e estimulantes trabalhos sobre o futuro do país?
Quem faz a gestão estratégica das participações do Estado depois da decisão politiqueira de extinguir o Instituto de Participações do Estado (IPE)? Onde estão os laboratórios e departamentos de Estado ligados às engenharias, à floresta e ao desenvolvimento agrícola, marítimo, industrial e cultural? A resposta é: não estão, não há, não se faz." Isto é: não se sabe.
Na verdade, Passos Coelho fala muito mas muda de opinião como quem muda de camisa. À exceção da defesa da austeridade a todo o custo. E os seus ministros calam-se e obedecem. Embora com Paulo Portas não seja bem assim. Não se entendem, e ora diz que quer ir embora ou diz o contrário, e vai passeando pelo mundo inteiro...
Mas o atual governo, em que nada funciona, está quase no fim e, apesar de o Presidente da República ter propositadamente atrasado as eleições, o fim é inevitável.
Quer dizer, o país vai mudar... (…)

- SÓCRATES PRESO SEM QUALQUER RAZÃO
José Sócrates continua na prisão, desde há quase seis meses, sem ter sido acusado e julgado.
O juiz Carlos Alexandre foi o principal responsável pela sua prisão no convencimento, julgo eu, de que estava a fazer um grande serviço. A verdade é que, até hoje, não se conseguiu apurar qualquer motivo que justifique essa prisão. Nem sequer foi ouvido.
O juiz Carlos Alexandre e o procurador Rosário Teixeira tentaram encontrar um motivo para que fosse julgado por qualquer ato que tenha praticado. Nunca o conseguiram. Daí que qualquer pessoa lúcida reconheça que deve ser posto em liberdade quanto antes e com os devidos pedidos de desculpa.
Talvez por isso Carlos Alexandre esteja agora tão crítico em relação ao que ele diz que lhe tem vindo a suceder, sem saber porquê. Diz que está a ser maltratado por gente que desconhece. E começa a estar um pouco nervoso na sua vaidade. O melhor para todos seria que libertasse quanto antes José Sócrates e lhe apresentasse as devidas desculpas. (…)»