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terça-feira, maio 12, 2015

Um Estado sem inteligência

• Mário Soares, Um Estado sem inteligência:
    «É um texto que o meu ilustre amigo Nicolau Santos, que tanto admiro, escolheu para referir o atual Estado português, que reduziu Portugal ao pior que já teve desde o tempo de Salazar, que, pelo menos, não roubava nem entregava aos estrangeiros, e muito menos aos chineses, parte da nossa terra.

    Na realidade, como escreveu, cito, "Nos últimos anos, gabinetes, laboratórios e departamentos públicos foram extintos ou definharam". E acrescenta: "O Estado não tem hoje pensamento político próprio."

    Na verdade, a coligação que faz a maioria não se entende e se não fosse o Presidente da República, que protege Passos Coelho acima de tudo, o governo, que não se sabe o que quer nem para onde vai, há muito tempo teria desaparecido.

    Pergunta Nicolau Santos: "Onde estão os gabinetes de estudo, planeamento e prospetiva idênticos àqueles que Félix Ribeiro liderou durante anos e que produziram alguns dos mais notáveis e estimulantes trabalhos sobre o futuro do país?

    Quem faz a gestão estratégica das participações do Estado depois da decisão politiqueira de extinguir o Instituto de Participações do Estado (IPE)? Onde estão os laboratórios e departamentos de Estado ligados às engenharias, à floresta e ao desenvolvimento agrícola, marítimo, industrial e cultural? A resposta é: não estão, não há, não se faz." Isto é: não se sabe.

    Na verdade, Passos Coelho fala muito mas muda de opinião como quem muda de camisa. À exceção da defesa da austeridade a todo o custo. E os seus ministros calam-se e obedecem. Embora com Paulo Portas não seja bem assim. Não se entendem, e ora diz que quer ir embora ou diz o contrário, e vai passeando pelo mundo inteiro...

    Mas o atual governo, em que nada funciona, está quase no fim e, apesar de o Presidente da República ter propositadamente atrasado as eleições, o fim é inevitável.

    Quer dizer, o país vai mudar... (…)

    SÓCRATES PRESO SEM QUALQUER RAZÃO

    José Sócrates continua na prisão, desde há quase seis meses, sem ter sido acusado e julgado.

    O juiz Carlos Alexandre foi o principal responsável pela sua prisão no convencimento, julgo eu, de que estava a fazer um grande serviço. A verdade é que, até hoje, não se conseguiu apurar qualquer motivo que justifique essa prisão. Nem sequer foi ouvido.

    O juiz Carlos Alexandre e o procurador Rosário Teixeira tentaram encontrar um motivo para que fosse julgado por qualquer ato que tenha praticado. Nunca o conseguiram. Daí que qualquer pessoa lúcida reconheça que deve ser posto em liberdade quanto antes e com os devidos pedidos de desculpa.

    Talvez por isso Carlos Alexandre esteja agora tão crítico em relação ao que ele diz que lhe tem vindo a suceder, sem saber porquê. Diz que está a ser maltratado por gente que desconhece. E começa a estar um pouco nervoso na sua vaidade. O melhor para todos seria que libertasse quanto antes José Sócrates e lhe apresentasse as devidas desculpas. (…)»

sexta-feira, fevereiro 06, 2015

«Quer-se ato mais lícito, nos dias de hoje,
do que dizer mal do Governo?»

    «1. Ontem, uma noite bem pensada com a JS da Trofa, numa conversa sobre "o papel do município na economia local" (deve ser defeito meu: os jotas convidam-me sempre para debater assuntos destes e nunca para conspirações).

    2. No fim, foi-me oferecida meia dúzia de jesuítas. Jesuítas, o verdadeiro emblema de toda a vasta e turbulenta zona de Trofa e Santo Tirso, o traço de união que sobreviveu à separação fratricida dos concelhos!

    3. Olhei para eles gulosamente, já a antecipar a chegada a casa e a deglutição vagarosa, com demoras de abade, dos pastelinhos. Comer um jesuíta? Vamos a isso, Afonso Costa! Tu desculpa lá, papa Francisco!

    4. Mas depois pensei: e se o Ministério Público sabe? Ter-me-á a JS corrompido? Seis jesuítas fresquinhos, evocando as delícias do Éden, devidamente comunicados ao juiz Carlos Alexandre, não se transformarão em provas irrefutáveis de corrupção de mim próprio, funcionário público?

    5. Bem, do mal o menos: se corrupção foi, foi para a prática de ato lícito. Quer-se ato mais lícito, nos dias de hoje, do que dizer mal do Governo?»

sábado, novembro 30, 2013

O Papa Francisco e a Igreja portuguesa


• Mário Soares, O Papa Francisco e a Igreja portuguesa:
    ‘(…) a Igreja portuguesa tem mantido um silêncio inaceitável, tal como o actual patriarca, em relação ao Papa. Parece que não gosta dele ou mesmo que o detesta.

    Prefere a corrupção e a imoralidade, que reinava no Vaticano, à solidariedade do Papa que respeita os pobres? Que patriarca é este que há meses não fala e, em especial, de Sua Santidade. Aliás, quando era bispo fazia-se passar por um homem desempoeirado e progressista – que afinal não é; tendo em conta o que não diz agora, parece que nunca foi.’

"Defender aquilo que é fundamental em qualquer democracia: os valores da dignidade humana"

• Nuno Saraiva, Obrigado dr. Soares!:
    ‘O que é trágico é que estejamos confrontados com um vazio e torpor tais - de Belém não se conhece hoje qualquer apelo - que seja necessário recorrer a figuras como Soares e outros que se inquietam, que, na pena de alguns idiotas, "podem ter tido um grande passado mas vivem o drama de não ter futuro", para defender aquilo que é fundamental em qualquer democracia: os valores da dignidade humana.’