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O fim de um colaboracionista |
Miguel de Vasconcelos desempenhava, de facto, as funções de primeiro-ministro. No dia 1 de Dezembro, quando os conjurados penetraram no palácio real de Lisboa, o colaboracionista escondeu-se num armário. Descoberto, foi morto e atirado por uma janela para o Terreiro do Paço.
Margarida de Sabóia, duquesa de Mântua, era neta de Filipe IV de Espanha e fora nomeada vice-rainha de Portugal em 1634. Após a morte de Miguel de Vasconcelos, a duquesa de Mântua ainda tentou assomar à janela do Paço para apelar ao apoio do povo, tendo-lhe então sido dito por Carlos de Noronha, um dos líderes dos conjurados:
— Se Vossa Alteza não quiser sair por aquela porta, terá que sair pela janela...Também nessa época se dizia que não havia alternativa, que aquele caminho de submissão aos interesses estrangeiros era o único possível. O 1.º de Dezembro de 1640 provou que não há inevitabilidades. Não é certamente por acaso que um dos feriados eliminados por este governo é o da Restauração da Independência.