• Pedro Marques Lopes, O programa eleitoral da coligação e o PSD:
- «(…) É através delas, entre outras, que se vai definir o futuro ideológico do PSD e o que ele quer para o país. Por um lado, temos aqueles que sabem que a raiz profunda do PSD e das suas bases estão longe de apoiar uma viragem do partido para uma direita à espanhola ou ainda mais radical. Por outro, temos uma espécie de Tea Party à portuguesa que rodeia o primeiro-ministro, com o apoio e a inspiração da Fox News à portuguesa, ou seja, a opinião do jornal online Observador.
A questão é que manda neste PSD são os segundos. Gente que quer impor uma agenda e uma ideologia que nada tem que ver com a história, com os valores e com o eleitorado tradicional do PSD (não confundir com o aparelho, esse não se preocupa com essas coisas mesquinhas como ideologia ou valores, mas apenas poder). E, sabendo-o, não dizem ao que vêm.
Para o país era muito importante saber o que de facto o governo quer. Não se propõem mudanças radicais na maneira como a comunidade está organizada - financiamento da Segurança Social, educação, saúde - não explicando exatamente ao que se vem.
Não se pode também ignorar que o PSD é fundamental na nossa democracia. É assim da maior importância saber o caminho que está a tomar. É que a tomada de poder em curso - e que se consolidou nos últimos quatro anos - pode transformá-lo definitivamente em algo que ele nunca foi. Estará em causa até a sua sobrevivência como partido central no nosso sistema político.»