«1. Ontem, uma noite bem pensada com a JS da Trofa, numa conversa sobre "o papel do município na economia local" (deve ser defeito meu: os jotas convidam-me sempre para debater assuntos destes e nunca para conspirações).
2. No fim, foi-me oferecida meia dúzia de jesuítas. Jesuítas, o verdadeiro emblema de toda a vasta e turbulenta zona de Trofa e Santo Tirso, o traço de união que sobreviveu à separação fratricida dos concelhos!
3. Olhei para eles gulosamente, já a antecipar a chegada a casa e a deglutição vagarosa, com demoras de abade, dos pastelinhos. Comer um jesuíta? Vamos a isso, Afonso Costa! Tu desculpa lá, papa Francisco!
4. Mas depois pensei: e se o Ministério Público sabe? Ter-me-á a JS corrompido? Seis jesuítas fresquinhos, evocando as delícias do Éden, devidamente comunicados ao juiz Carlos Alexandre, não se transformarão em provas irrefutáveis de corrupção de mim próprio, funcionário público?
5. Bem, do mal o menos: se corrupção foi, foi para a prática de ato lícito. Quer-se ato mais lícito, nos dias de hoje, do que dizer mal do Governo?»