
Hoje, Cavaco voltou a declinar responsabilidades sobre a balbúrdia da cobertura das eleições legislativas, de acordo com o que relata a TSF:
- «De motu próprio, sem ter sido questionado sobre o assunto, e poucos dias depois de ter recebido em Belém a Plataforma de Meios Audiovisuais, Cavaco Silva falou pela primeira vez da polémica à volta da lei da cobertura eleitoral, afirmando que essa "é a lei mais anacrónica que existe".
"Havia uma outra lei igualmente anacrónica, a da Reforma Agrária, e essa eu acabei com ela", lembrou, referindo-se aos tempos em que desempenhou funções como primeiro-ministro.
Cavaco Silva disse que se nessa altura, nos anos 90, a Comissão Nacional de Eleições o tivesse alertado para o anacronismo da lei da cobertura eleitoral, "não teria tido medo de a alterar".»
Numa situação que não é habitual, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) insurgiu-se contra as palavras do Presidente da República. A CNE poderia ter lembrado a Cavaco Silva que, quando ele era primeiro-ministro, o Governo tinha dois representantes neste órgão colegial, para além de um outro membro indicado pelo PSD. E a lei em vigor desde 1975 não foi então alterada.