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sábado, agosto 01, 2015

quinta-feira, julho 02, 2015

quarta-feira, junho 17, 2015

Passos entre as (suas) previsões e a realidade


    «Na história que Passos Coelho diz ter acabado bem, o PIB está cerca de 10 mil milhões de euros abaixo do que o próprio governo previa em 2011, quando assumiu funções. Se isto é correr bem, não imagino o que teria sido se tivesse corrido mal.»

segunda-feira, junho 01, 2015

Sobre a TSU

Hoje no Diário Económico (via Nuno Oliveira)
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sábado, maio 30, 2015

Pare, escute e olhe

    «Conhecidos os números detalhados do PIB no primeiro trimestre, ficamos a saber que:
      1) o Consumo Privado cresce 2.5%, muito mais que o PIB (1.5%);
      2) mesmo com a queda do preço do petróleo e a desvalorização do euro, o contributo da procura externa líquida (exportações menos importações) para o crescimento foi nulo;
      3) a aceleração da Formação Bruta de Capital Fixo (+8.5%) deve-se ao crescimento do investimento em construção e à compra de automóveis e material de transporte.
    Perante estes dados, torna-se difícil, para não dizer impossível, falar de transformação estrutural da economia portuguesa e não se vislumbra qualquer tipo de efeito das famosas reformas estruturais no perfil e na composição do PIB português.»

quarta-feira, maio 20, 2015

Ministra das Finanças na Assembleia da República

A ministra das Finanças esteve hoje na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública. As notas que João Galamba publicou no Facebook dão uma ideia da forma como Maria Luís Albuquerque se comporta no parlamento, ora fugindo às perguntas, ora respondendo ao lado:

    «A ministra das Finanças que apenas conseguiu fazer a economia crescer à custa do consumo privado (porque foi forçada pelo Tribunal Constitucional a devolver salários e pensões) e que, no horizonte 2015-19, prevê que o consumo privado continue a ser o principal motor do crescimento da economia portuguesa tem o descaramento de dizer que crescimento com base no consumo é horrível e já deu provas de não ser sustentável.»
    «Quando perguntei como é possível haver uma aceleração do PIB em 2016 se o governo pretende cortar 600 milhões de euros em pensões, a ministra responde com as previsões da OCDE, que não incluem qualquer corte nas pensões.»
    «A Ministra das Finanças insiste em brincar com as palavras em torno do corte de 600 milhões em pensões previsto para 2016. Instada a clarificar os detalhes desse corte e, sobretudo, a explicar como é possível haver um corte que contribui para reduzir o défice mas (misteriosamente) não tem qualquer impacto negativo no défice, Maria Luís Albuquerque recorre à opacidade e não responde.

    Ou seja, temos um governo que apresenta a estratégia orçamental para o período 2015-2019 e que acha normal não incluir qualquer explicação ou detalhe sobre a medida de austeridade mais importante do próximo ano.»

quarta-feira, maio 13, 2015

A visão sobrenatural do programa eleitoral do PSD


Brandão de Brito (filho) é um dos magos que está a redigir o programa eleitoral do PSD. É a mesma figura que, na qualidade de economista-chefe do Millenium BCP, errou, mais ou menos pelo dobro, a previsão sobre a evolução do PIB no 1.º trimestre (como se pode ver na imagem acima).

Brandão de Brito (filho) não se encheu de vergonha. Pelo contrário, depois deste falhanço colossal, e já na qualidade de Prof. Karamba, profetizou hoje: «Achamos que o PIB irá exceder a previsão de 1,6% para o crescimento em 2015 previsto pelo Governo». Portanto, o futuro vai ser radioso. Imagine-se o que vem aí em termos de programa eleitoral do PSD.

Amanhãs que cantam


Os dados sobre a evolução do PIB, hoje divulgados pelo INE, são um balde de água fria para o Governo. Dois ministros já fizeram umas considerações genéricas, mas ambos evitaram pronunciar-se em concreto sobre o 1.º trimestre. Pires de Lima, numa constante actualização dos amanhãs que cantam, limitou-se a dizer que estamos «no bom caminho», porque o que «se (sic) discute é se a economia vai crescer 2 ou 2,5 por cento.» O reaparecido ministro Maduro cingiu-se a dizer, numa acção de propaganda em Oeiras, que o crescimento económico «dá sentido aos sacrifícios que os portugueses fizeram ao longo destes anos». Para justificar o que disse, recorreu a argumentos falsos, facilmente desmontáveis se, em lugar de pés de microfone, tivesse à sua frente jornalistas.

A verdade é que nenhuma alma penada do Governo fez referência ao facto de os dados do INE terem ficado aquém (ou no limiar inferior do intervalo) de todas as previsões conhecidas, as quais, de resto, vêm servindo a Passos, Cavaco & Companhia para alimentarem a propaganda durante os últimos meses. Tendo o PIB crescido 1,4% quando comparado com o primeiro trimestre de 2014 e 0,4% em cadeia (igual ao trimestre anterior), veja-se:
    Comissão Europeia — Variação homóloga do PIB → 1,7%; variação em cadeia → 0,5% (Previsões da Primavera divulgadas na semana passada);
    Universidade Católica (NECEP) — Variação homóloga do PIB → 2,1%; variação em cadeia → 0,9%;
    Millenium BCP — Variação homóloga do PIB → 2,2%; variação em cadeia → 1,0%;
    Montepio — Variação homóloga do PIB → 1,7%; variação em cadeia → 0,5%;
    BPI — Variação homóloga do PIB → 1,5%; variação em cadeia → 0,4%.

Fica a promessa: para o próximo trimestre é que é.

Dados do INE: os economistas do PSD não ficam bem na fotografia

    «Passos Coelho¹ andava todo entusiasmado com os números que iam sair sobre o PIB no primeiro trimestre. Dizia que tinha "indicações" de que poderia ser um crescimento robusto e bastante acima das previsões. Foi enganado pelos seus economistas.

    Inês Domingos é do NECEP (Católica) e dos economistas do PSD.

    José Maria Brandão de Brito (filho) é diretor do research do Millenium BCP e um dos economistas PSD.

    Ambos previam crescimento do PIB de 0.9%/1.0% face ao trimestre anterior e 2.1%/2.2% face ao trimestre homólogo.

    Os valores do INE são 0.4% e 1.4%, respectivamente. Um desvio verdadeiramente colossal.

    Basta uma pergunta (em vez de 29): como é que querem discutir uma previsão a 4 anos se nem no que se passa hoje acertam?»
________
¹ E quem diz Passos Coelho diz também Cavaco Silva, que se mostrava eufórico com as previsões da Católica.

Infelizmente, não temos boas notícias para vos dar


«Notas rápidas sobre a estimativa (rápida) do PIB no primeiro trimestre de 2015:
    1) PIB cresce 0.4% em cadeia (igual ao trimestre anterior) e 1.4% quando comparado com primeiro trimestre de 2014;

    2) PIB cresce abaixo do previsto no OE2015. Tendo em conta que o primeiro trimestre de 2014 foi pior do que os segundo e terceiro de 2014, os números hoje divulgados apontam para que o crescimento da economia fique aquém do previsto ao longo de 2015;

    3) Ao contrário do que defendia o governo, e ao contrário do que pretendiam com a sua agenda de "transformação estrutural", o motor da economia é a procura interna, sobretudo consumo de automóveis e outros bens duradouros (com forte conteúdo importado). O contributo da procura interna só não é ainda mais elevado por causa da variação de existências (variação de stocks de matérias primas, sobretudo petróleo);

    4) O contributo fortemente negativo da variação de existências deve estar relacionado com importação de petróleo em 2014 que não foi vendida nesse ano. O efeito em 2014 foi um aumento das importações por contrapartida de um aumento da variação de existências. No primeiro trimestre de 2015 a coisa inverte-se: variação de existência negativa e importações mais baixas. Este efeito, juntamente com a queda do preço de petróleo e o encerramento da refinaria de Sines em 2014, explicam a aceleração das exportações líquidas. Mas tudo indica que estamos perante um efeito pontual que não altera o perfil de crescimento previsto para 2015: motor da economia é a procura interna, procura externa líquida próxima de zero ou mesmo negativa.»

segunda-feira, maio 11, 2015

Uma coligação para subdesenvolver Portugal


• João Galamba, Uma coligação para subdesenvolver Portugal:
    «Um dos principais objectivos da atual maioria era criar as bases para que o crescimento fosse mais elevado e mais sustentável do que antes da crise. Tudo leva a crer que aconteceu o oposto. A economia portuguesa cresce menos do que no passado, mesmo num contexto favorável de queda dos juros e do preço do petróleo e desvalorização do euro, e não parece ser capaz de crescer sem penalizar fortemente a balança externa. A recessão e o empobrecimento dos últimos anos foram sacrifícios que não produziram qualquer transformação estrutural positiva para a economia portuguesa. Antes pelo contrário.

    Depois de três anos de recessão, a economia portuguesa cresceu em 2014 menos do que na chamada década perdida, e em 2015, mesmo de acordo com as previsões mais otimistas, vai ficar abaixo do crescimento de 2007 (2.4%) e provavelmente abaixo do de 2010 (1.9%). Tudo isto num contexto externo altamente favorável, com as taxas de juro próximas de zero ou mesmo negativas, com o petróleo 50% mais barato, e com o euro a desvalorizar 30% face ao dólar.

    Se olharmos para aquilo que são considerados os determinantes do PIB potencial de uma economia, o stock de capital e trabalho, é fácil de perceber por que razão não estamos melhor do que no passado. Como o investimento caiu 30% e cresce hoje a uma taxa inferior à amortização do stock de capital existente, a nossa capacidade produtiva está a deteriorar-se todos os anos. Do lado do trabalho a situação é ainda pior, porque houve um triplo choque negativo: no volume, na produtividade presente e na produtividade futura. Desde que este governo entrou em funções, há menos cerca de 400 mil trabalhadores empregados e todos os anos emigram mais de 100 mil portugueses, muitos deles jovens qualificados. O desemprego de longa duração, para além dos elevados custos sociais, deteriora a produtividade desses trabalhadores, e o desinvestimento em educação e formação assegura que a produtividade de todos os trabalhadores, presente e futuros, será penalizada.

    A actual maioria parece defender a bizarra tese de que, mesmo deteriorando fortemente os stocks de trabalho e capital existentes e objectivamente degradando o PIB potencial, mesmo desinvestindo nos principais bloqueios estruturais do país, Portugal está em vias de ser ‘uma das nações mais competitivas do mundo’. Isto acontece porque, na cabeça de alguns, seguir à risca o receituário liberal — privatizar, desregular, reduzir salários e baixar impostos às empresas — equivale, por definição, a aumentar a competitividade e o potencial de crescimento de uma economia. Não é assim.

    A única maneira de inverter a actual deterioração do PIB potencial passa por políticas que dinamizem o investimento público e privado e aumentem o volume e a qualidade do emprego. E não haverá retoma do investimento se não houver fortes estímulos à procura e, simultaneamente, um conjunto de reformas estruturais que, em vez de seguir uma certa dogmática doutrinária, procure responder aos verdadeiros bloqueios estruturais do país. Investir na melhoria das qualificações dos trabalhadores existentes, investir nas qualificações dos trabalhadores do futuro; investir na ciência e na inovação, quer nos centros de produção de conhecimento, quer em instituições e políticas que facilitem a transferência desse conhecimento para o mundo empresarial. Investir na modernização e capacitação da economia nacional, em vez de apostar na sua degradação e desqualificação.»

sábado, abril 25, 2015

25 de Abril

• Fernando Teixeira dos Santos, 25 de Abril:
    «(…) Há estudos que mostram que o nosso PIB é hoje superior em 21% ao que seria se tivéssemos ficado fora da UE. (…)»

terça-feira, abril 14, 2015

Diz que é uma espécie de retoma


• Manuel Caldeira Cabral, Diz que é uma espécie de retoma:
    «(…) A retoma desejável e sustentada, teria de ser baseada, em primeiro lugar, na recuperação do investimento e na aceleração das exportações. Os números dos trimestres seguintes confirmaram a manutenção de crescimento, mas sem aceleração, e de um crescimento baseado na procura interna, mais do que no reforço do investimento e do crescimento das exportações.

    No último trimestre de 2014, o crescimento homólogo do PIB foi de 0,7%, metade do registado um ano antes. O investimento cresceu pouco mais de 2% face aos valores do ano anterior, o que contrasta com a queda de mais de 30% verificada com o ajustamento.

    As exportações apresentaram, em 2014, o pior crescimento dos últimos cinco anos. E nos primeiros dois meses do corrente ano cresceram ainda menos (cerca de 1% em termos homólogos).

    Todos estes dados sugerem que se mantém a retoma, mas esboçam um quadro de retoma lenta, pouco sólida, e pouco sustentável.

    (…)

    Isto é ainda mais estranho num momento em que a descida do preço do petróleo e as melhorias no quadro europeu, no crescimento e no financiamento, estão a dar um contributo positivo. Estranho porque, depois de uma contracção tão forte do PIB, do emprego, do investimento e dos salários, e de tantos sacrifícios e alegadas reformas, que deviam colocar o país a crescer com mais força, os dados apresentam uma retoma fraca e hesitante.

    A resposta do Governo tem sido apenas a de negar estes problemas, culpar os mensageiros que apresentam estes dados, e afirmar, contra a abundante evidência, que tudo está a correr bem no programa de ajustamento. Não está.

    Nos últimos quatro anos a economia portuguesa ficou mais pobre e mais fraca. Perdeu capital e perdeu força de trabalho, para a emigração e para a desmotivação. Desinvestiu na ciência, abandonou e minou a confiança dos seus cidadãos nas instituições públicas. Prometeram reduzir gorduras. Mas reduziram músculo e cérebro.

    Com um "stock" de capital mais baixo, menos trabalhadores, instituições de ciência e tecnologia asfixiadas, e menor confiança dos cidadãos e investidores nas instituições públicas e privadas, é hoje mais difícil conseguir criar a riqueza. Este foi talvez o maior erro da troika e de quem entusiasticamente quis ir mais longe do que esta. A destruição da capacidade de criar riqueza não reforça a solvabilidade de nenhum país.

    O maior problema do adiar de uma retoma mais forte é que, ao manter as mesmas condições, mantém o mesmo incentivo à saída de jovens, a mesma incerteza nos investidores, que significam que o país poderá continuar por mais alguns anos a perder "stock" de capital e trabalhadores, perdendo capacidade de produção, se não actuar urgentemente em alterar esta situação.»

segunda-feira, março 30, 2015

Crónica de uma retoma não anunciada


• João Galamba, Crónica de uma retoma não anunciada:
    «Na passada sexta-feira, a ministra das Finanças decidiu entrar em modo farsa e acusou a oposição de falhar todas as previsões. E fez isso sem se rir. Vejamos o que o actual Governo, no seu primeiro Documento de Estratégia Orçamental (DEO), apresentado no final de Agosto de 2011, anunciava ao país. A recessão ia durar apenas um ano, com o PIB a cair 1,8 em 2012; em 2013, vinha a retoma, com a economia a crescer de forma robusta e sustentável. O que verdadeiramente aconteceu foi que a economia colapsou, caindo 4% em 2012 e 1,8% em 2013; e a dívida pública, que o Governo disse que ia aumentar apenas seis pontos percentuais (pp), cresceu mais de 20 pp, ultrapassando os 130% do PIB.

    O objectivo inicial de regressar aos níveis de endividamento de 2011 logo em 2015 foi adiado lá para 2020. Para além de uma recessão muito maior e mais duradoura do que o previsto, com os custos económicos e sociais que todos conhecemos, a retoma que o Governo está a celebrar consegue a dupla proeza de ser anémica e insustentável...segundo os critérios de sucesso definidos pelo próprio governo no seu primeiro DEO. Em vez de um crescimento de 2,5% assente na estagnação do consumo e inteiramente dependente do investimento e da procura externa líquida, temos um crescimento que é um terço do previsto e que depende quase exclusivamente do consumo, uma vez que a procura externa líquida foi negativa, e o investimento, em vez de crescer em torno dos 4%, cresceu apenas 2,3%, desacelerando no último trimestre, devido à forte travagem do investimento público.

    Crescimento do consumo superior ao crescimento do PIB, crescimento das exportações que é metade do previsto, crescimento das importações muito acima do previsto, investimento que regressou a níveis pré-adesão à CEE, mais concretamente a 1984 - o ano de 2014 mostra que o Governo está á celebrar uma retoma que é o contrário do que o próprio governo sempre defendeu. Esta retoma, embora insustentável, é, no curto prazo a melhor do ponto de vista orçamental: o crescimento assente no consumo, sobretudo na compra de automóveis, é o que mais faz crescer as receitas fiscais, que é o que explica toda a redução do défice de 2014.

    Sim, a economia cresce, como crescem todas as economias em que um governo é obrigado a recuar na austeridade que previa executar. Mas 2014 não é o ano do sucesso das políticas do governo: é o ano em que a economia portuguesa se libertou de parte das políticas de austeridade da maioria e também é o ano em que se confirma que não houve qualquer tipo de transformação estrutural que assegure a sustentabilidade futura da economia portuguesa. Um crescimento de 0,9%, que degrada a balança externa em 30% e que depende quase exclusivamente do consumo, é a prova disso mesmo.

    2014 não é o ano do sucesso das políticas do governo: é o ano em que a economia portuguesa se libertou de parte das políticas de austeridade da maioria.»

sexta-feira, março 27, 2015

Miss Swaps vê a catástrofe
como «um ajustamento meramente técnico»

    «Com a revisão em baixa do PIB de 2012 (passou de -3.4% para - 4%) e de 2013 (passou de -1.4% para -1.6%), anunciada ontem pelo INE:
      - o PIB de 2014 ficou 1.9 mil milhões de euros mais baixo, recuando 15 anos;
      - o investimento de 2014 ficou cerca de 500 milhões de euros mais baixo, recuando exactamente 30 anos, para valores iguais aos que existiam em 1984, antes da adesão à CEE e antes da entrada de fundos europeus em Portugal;
      - a revisão em baixa dos níveis de PIB e do Investimento, mais do que anulam os aumentos do PIB e do investimento verificados em 2014: PIB aumentou cerca de 1500 milhões, mas foi revisto em baixa 1900 milhões; investimento tinha aumentado cerca de 210 milhões de euros, mas a revisão em baixa foi próxima dos 500 milhões.
    Perante esta catástrofe, a ministra das finanças diz que estamos perante um ajustamento meramente técnico, que não tem grande relevância. Olhando para os factos acima descritos, parece-me que a posição de Maria Luís Albuquerque se comenta a si própria.»

quinta-feira, março 26, 2015

Pior do que o anunciado, muito pior do que o previsto


    «Segundo o INE, a recessão em 2012 e 2013 foi bastante pior do que o previamente anunciado (que já era bem pior do que o inicialmente previsto):
      1) em 2012, PIB cai 4%, em vez de 3.4%;
      2) em 2013, PIB cai 1.6%, em vez de 1.4%;

    Ou seja, quando o governo implementou a sua estratégia de frontloading e austeridade expansionista, o PIB colapsou. A "espiral recessiva" só foi travada quando, a partir do segundo trimestre de 2013, o Tribunal Constitucional obrigou o governo a rever a sua estratégia e a recuar na austeridade prevista (quer na composição, quer no volume).

    Quando o governo não pôde cortar os 4 mil milhões de euros na despesa que Passos tinha considerado essencial para evitar um segundo resgate (ver declarações proferidas durante a campanha das autárquicas, em 2013), as coisas correram menos mal na frente económica e na frente orçamental.»

Quatro anos depois do chumbo do PEC 4: os resultados

Depois dos avisos sobre as consequências do chumbo do PEC 4, eis alguns dos desastrosos resultados ao fim de quatro anos de devastação do tecido económico e social do país (infografias do Acção Socialista):

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quarta-feira, março 25, 2015

Dívida pública: Banco de Portugal desmente Miss Swaps

    «A Ministra das Finanças está sempre a dizer que a dívida pública só aumentou porque houve alterações no perímetro orçamental, que passou a incluir um conjunto de entidades que não eram contabilizadas nas Administrações Públicas.

    Ora bem, isto é pura e simplesmente falso. Olhemos para factos (oficiais).

    Segundo dados do Banco de Portugal, que já incluem o novo perímetro orçamental, os dados da dívida são os seguintes:
      - Em dezembro de 2010, dívida pública era 96.2% do PIB. Em dezembro de 2014 era 128.7. Ou seja, aumentou mais de 30 pontos percentuais.

      - Líquida da famosa almofada financeira, em dezembro de 2010, a dívida era 93.7%. Em dezembro de 2014 era 118.6%.

    (Em Junho de 2011, na tomada de posse deste governo, dívida pública era 104%. Na mesma data, líquida de depósitos, era 98%.)

    Estes aumentos da dívida pública devem ser comparados com o que este governo, no seu primeiro Documento de Estratégia Orçamental, apontou como objectivo para a legislatura: aumento da dívida de apenas 6pp. Seja qual for a perspectiva com que olhamos para a divida, factos são factos: este governo mais do que triplicou o aumento previsto para a dívida pública. E não, a culpa não é da alteração de perímetro, nem da chamada dívida "escondida".

    Podem tentar arranjar todos os bodes expiatórios, mas a responsabilidade é mesmo do governo e das suas opções políticas (desastrosas).»