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quarta-feira, novembro 25, 2015

Regresso à normalidade


• Maria de Lurdes Rodrigues, Regresso à normalidade:
    «(…) Estes relatórios revelam bem a herança que o governo de coligação PSD/CDS nos deixou em matéria de ciência, ensino superior e educação. Chegou ao fim sem ter querido ouvir ou compreender a posição dos outros partidos nestas matérias. A troika e a crise financeira serviram de pretexto para políticas de ciência e de educação baseadas em preconceitos, para políticas disruptivas e destruidoras do que tinha sido conseguido no passado com os governos do PS e do PSD. É tempo de regressar à normalidade.»

quinta-feira, novembro 19, 2015

Chular o Estado


• Vital Moreira, Chular o Estado:
    «(…) 2. A direita e o poderoso lobby dos colégios privados gostam de invocar a “liberdade de ensino” em favor das suas pretensões.

    Mas a liberdade de ensino, no estreito sentido de liberdade de criação e de frequência de escolas privadas em vez da escola pública está plenamente garantida em Portugal, incluindo a equiparação pedagógica. E com o sentido de “liberdade de aprender e de ensinar” dos alunos e dos professores, respetivamente, é evidente que ela está mais bem garantida na escola pública - que não pode estar ao serviço de nenhum interesse de grupo nem de nenhuma ideologia – do que nos colégios privados, que naturalmente estão vinculados ao projeto educativo dos seus donos, incluindo de índole confessional.

    A liberdade de oferta e de procura de serviços privados de ensino, em vez da escola pública, está entre nós tão bem garantida como a liberdade de optar por serviços de saúde privados em vez do SNS, pela arbitragem privada em vez dos tribunais oficiais, por serviços de segurança privados em vez da PSP, etc. Em nenhum desses casos existe algum dever de financiamento público desses serviços privados opcionais. Não se vê por que é que há de ser diferente no caso do ensino. Para favor já bastam as deduções de despesas de ensino em sede de IRS.

    A escola pública é um direito de todos; a escola privada é uma liberdade individual. Ao contrário do que pretendem os ideólogos do “Estado garante” contra o “Estado prestador de serviços”, a liberdade de frequentar escolas privadas não implica nenhum direito de o fazer à custa do orçamento do Estado, muito menos à custa da escola pública.»

domingo, novembro 15, 2015

Economia das baixas qualificações explicada às criancinhas


O título do artigo é estimulante: «O ensino está todo errado» (mesmo que, na edição em papel, a palavra «errado» estivesse grafada em itálico). O pequeno grande arquitecto propõe-nos uma revolução no ensino, apoiada, por um lado, na sua experiência docente («dei aulas no Centro de Formação da RTP, nos anos 70») e, por outro, no que se convencionou chamar «universidade da vida», resposta muito comum quando o Facebook quer saber os estudos de cada um.

Antes de nos propor o admirável mundo novo no ensino, o pequeno arquitecto derriba as muralhas do velho e caduco ensino: «Para que me serviu aprender as equações de 2.º e 3.º grau, ou os integrais, na matemática? Ou saber resolver aqueles problemas complicadíssimos na física ou na química? E a gramática? Para quê saber identificar o sujeito e o predicado e o nome predicativo do sujeito? Nunca soube isto. Sempre ignorei a gramática. Mas isso não me impediu de ser bom aluno a português, desforrando-me na redação e na interpretação, provando que a gramática não fazia falta nenhuma.»

Calcados «aqueles problemas complicadíssimos» e a gramática, o olhar do pequeno grande arquitecto volta-se para os métodos de ensino: «uma forma enfadonha, sem vida, que tornava a aprendizagem uma chatice.» Eis a solução:
    «Quando vamos buscar um carro novo ao stand, o vendedor dá-nos montes de explicações – sobre o rádio, o GPS, as variadíssimas funções, os programas automáticos, a abertura do capot, etc. – mas quando pegamos no carro e começamos a andar já não nos lembramos de metade das explicações.

    Porém, se uns dias depois voltarmos ao stand e o vendedor repetir a lição, absorvemos tudo – porque estamos a obter respostas para aquilo que não conseguimos fazer.
    »

A conclusão é óbvia: «deveria haver uma muito maior articulação entre a escola e a vida.»

A base sobre a qual deveria assentar o ensino é a «História universal e História de Portugal» (de acordo com o legado do tio José Hermano, subentende-se), a «geografia», «o mapa-mundo e certos fenómenos da atmosfera», e ainda seria dada atenção «à zoologia, à botânica e à geologia: é importante conhecer os animais, as plantas e os minerais.» E também «conselhos de alimentação» e «noções básicas de economia». Pergunta o pequeno grande arquitecto: «ora, não seria mais útil aprender isto do que as equações de 2.º e 3.º grau?»

Há uma incontida nostalgia que influi na escolha dos outros conhecimentos propostos pelo pequeno grande arquitecto: «já não há ‘criadas de servir’, como havia no passado.» Perante esta perda irreversível, em lugar de «equações de 2.º e 3.º grau» ou de «problemas complicadíssimos na física ou na química», o pequeno grande arquitecto sustenta que venham a ser ministradas «noções básicas de cozinha», «noções básicas de trabalhos domésticos» e «certas noções de bricolage». Para completar o admirável mundo novo do ensino, a sua proposta inclui: «Finalmente, há uma disciplina que deveria ser enormemente valorizada: o desenho. Em certas situações, é mais importante saber desenhar do que saber escrever.» Porquê? «Saber exprimir ideias através de desenhos e outros elementos gráficos valoriza imenso a capacidade de comunicação de uma pessoa.»

Este currículo não atrofiaria os alunos, não lhes tiraria «‘ginástica mental’»? «Discordo. As outras coisas que aprendêssemos em vez destas também dariam essa ginástica, com a vantagem de adquirirmos conhecimentos que se encaixariam na vida quotidiana e que estaríamos sempre a usar.»

Em jeito de conclusão, o pequeno grande arquitecto remata:
    «É isto que se pede ao ensino: dar ao nível básico conhecimentos que estejamos constantemente a utilizar, que nos permitam agir melhor e compreender melhor a realidade em que vivemos.

    Depois, cada um desenvolverá esses conhecimentos de acordo com as suas capacidades, ambições e preferências.»

O que José António Saraiva propõe é a substituição da escola pública pelos cursos de cozinheiro e empregado de mesa do IEFP (suportados por fundos europeus). Para promover a economia dos baixos salários e das baixas qualificações. É o programa de Passos Coelho & Portas traduzido por miúdos. Há sempre alguém que não tem vergonha de o defender em público.

segunda-feira, agosto 24, 2015

Chegou a vez de os colégios privados se lambuzarem no pote

Escola Secundária de Olhão

Não é preciso fechar as escolas públicas. Basta asfixiá-las, transferindo as verbas da Educação para o sector privado: há 651 novas turmas de colégios que serão financiadas pelo Estado.

sábado, agosto 22, 2015

Coligação PSD/CDS defende expansão dos apoios aos colégios privados

Apelo ao voto dos colégios privados financiados pelo Estado nas eleições de 2011

    «No seu programa eleitoral, a coligação PSD-CDS defende agora que a actualização da Lei de Bases do Sistema Educativa tenha, entre as suas “preocupações fundamentais”, “o desenvolvimento da política de contratos de associação, tendo em conta a importância do serviço prestado por essas escolas a muitos alunos – nomeadamente de famílias desfavorecidas – e a necessidade de agir com maior efectividade nos territórios em que tanto o abandono como o insucesso escolar, são mais relevantes”. Actualmente, o Ministério da Educação tem contratos de associação com cerca de 80 colégios, abrangendo perto de 50.000 alunos.

    Penso que o que se pretende com a proposta de actualização da Lei de Bases, é o de conseguir que os contratos de associação tenham uma expressão sistémica, com muito maior expressão no terreno e não apenas um carácter residual, como agora é o caso”, indicou ao PÚBLICO o director executivo da Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo, Rodrigo Queirós e Melo, que aplaude a intenção. Classificando a Lei de Bases como o “pacto da educação”, que só pode ser estabelecido por maioria qualificada no Parlamento, Queirós e Melo defende que este é um diploma que necessita de “grandes alterações” para fazer face à realidade.»

Alguém sabe do paradeiro de Mário Nogueira?

domingo, julho 19, 2015

Mais uma reforma estrutural

Ontem no Jornal de Notícias

Quando cerca de um milhão de famílias começa a preparar o novo ano lectivo, surge esta denúncia do Movimento pela Reutilização dos Livros Escolares: há escolas pressionadas para não criarem bancos de livros, há professores que marcam falta de material a quem não tem o manual novo.

Governos anteriores incentivaram a partilha e a troca de manuais. A peça do Jornal de Notícias não esclarece quem «pressiona» escolas e professores a colocar obstáculos à reutilização dos livros escolares. Mas a verdade é que, por acção ou por omissão, o actual governo estimula ou, pelo menos, permite esta sórdida prática.

Está em causa um mercado que vale mais de 200 milhões de euros. Nuno Crato não é um ser insensível.

domingo, julho 12, 2015

O programa oculto do PàF (Pote à Frente)


A coligação de direita esgota os sucessivos prazos a que se comprometeu para apresentar o seu programa eleitoral. Ontem, reuniram-se os conselhos nacionais do PSD e do CDS para aprovar umas «banalidades» às quais foi dada a altissonante designação de «linhas gerais do programa eleitoral».

Na verdade, a coligação de direita já submeteu o seu programa eleitoral a Bruxelas em Abril: o Programa de Estabilidade (2015-2019) e o Programa Nacional de Reformas (2015). Dada a brutalidade das medidas contempladas, não admira que a sua tradução para português ler esteja a revelar-se uma tarefa complicada.

Assarapantado com a irrevogável demissão de Portas em 2013, Passos Coelho afirmou então: «O programa com que me apresentei pressupunha duas legislaturas e há coisas que quero fazer além do programa de assistência.» Como pretende o alegado primeiro-ministro fazer «coisas» para «além do programa de assistência», ou seja, prosseguir a política austeritária de «ir além da troika»?

Para além do corte de 600 milhões de euros nas pensões de reforma já atribuídas, a coligação de direita está apostada em rebentar definitivamente com o pote. Entre as «reformas estruturais» para a próxima legislatura, estarão previstas estas:
    • Continuação da privatização de empresas públicas (em especial, Águas de Portugal e Caixa Geral de Depósitos, que Passos teve, em 2011, de meter na gaveta);
    • Privatização da Segurança Social, através do plafonamento das pensões;
    • Privatização crescente da Saúde, recorrendo à asfixia financeira do Serviço Nacional de Saúde;
    • Privatização da Educação, mediante a contínua degradação da Escola Pública;
    • Continuação do estrangulamento da classe média, quer através dos impostos (com redução apenas para as empresas e para os contribuintes com rendimentos mais elevados), quer através da «desvalorização salarial».

Este é o programa oculto da coligação do PSD e do CDS. Como transformar este brutal assalto ao pote e empobrecimento da maioria dos portugueses num «conto de crianças»?

quinta-feira, julho 02, 2015

Adiar o início das aulas para não se notar
a barracada na colocação de professores

— Ó Nuno, evita a barracada da colocação de professores. Adia o início das aulas.

• Valter Lemos, Os cortes no ano letivo:
    «O ano letivo vai começar mais tarde. Poderia haver uma explicação para isso, mas não há. O ministro Crato veio dizer que era para a duração dos períodos letivos se aproximar mais. A explicação se não fosse ridícula era estúpida, porque como se sabe é a mobilidade da Páscoa que determina a alteração da duração dos períodos letivos e como a Páscoa muda todos os anos, a explicação do ministro implicava que o início do ano letivo passava a mudar todos aos anos, o que, a ser verdade, significaria uma entropia total nos ritmos das famílias.

    O ministro, uma vez mais, se prestou a um papel ridículo e tentou fazer de parvos todos os pais e os portugueses em geral. Toda a gente percebeu que a decisão se deve somente ao facto do governo ter medo das asneiras que têm marcado a colocação de professores nas mãos deste ministro e deste governo. A história diz-nos que governos do PSD/CDS não são capazes de dar conta do recado na colocação de professores. Em 2004/2005 no governo Santana Lopes/Paulo Portas foi o descalabro total. O governo seguinte teve que resolver esses problemas e estabilizar a colocação de professores. Nos anos seguintes não voltou a haver problemas. Os professores foram colocados sempre a tempo e horas para o início do ano letivo, introduziu-se a colocação por três e anos e depois por quatro anos, introduziu-se a renovação automática dos contratos, etc. Veio novo governo PSD/CDS e o “rigoroso” ministro Crato e voltámos à incompetência na gestão dos concursos, aos atrasos nas colocações e aos problemas de arranque do ano letivo. (…)»

quinta-feira, maio 21, 2015

A herança dos estarolas

• Acácio Pinto, Não importa que não haja aulas. Tem é que haver exames.:
    «O atual governo desistiu, desde o início, de travar os combates mais difíceis na educação, que são, como se sabe, os relacionados com o insucesso escolar e com as desigualdades. (…)»

sábado, abril 11, 2015

O êxito de Passos: numa economia de baixos salários
a educação não é uma prioridade

Sem um mínimo de pudor, Passos Coelho disse hoje: «É preciso continuar essa aposta que tem sido feita na Educação». Para começo de conversa, eis três gráficos — o primeiro sobre o abandono da qualificação de adultos, o segundo sobre o intolerável agravamento do insucesso escolar e o terceiro sobre a redução em 15% dos alunos no ensino superior — que mostram não apenas os resultados da política de Educação do Governo como a desfaçatez do alegado primeiro-ministro:
Via Facebook do Partido Socialista

segunda-feira, novembro 10, 2014

Hoje

«A influência da OCDE nas políticas públicas de educação em Portugal»,
de Valter Lemos,
obra apresentada hoje por José Sócrates
na Escola Superior de Educação de Castelo Branco, às 18 horas

quinta-feira, novembro 06, 2014

Que Educação queremos?

— Ó Nuno, já não há ninguém que te acuda?

Lurdes Figueiral, professora de matemática e presidente da direcção da Associação de Professores de Matemática, escreve um artigo intitulado Que Educação queremos?. Vale muito a pena lê-lo.

terça-feira, outubro 28, 2014

E o Natal cada vez mais próximo

Nuno Crato já não dá a cara. Também não dá a cara o inenarrável ajudante João Casanova de Almeida — que havia sido chefe de gabinete da não menos inenarrável Mariana Cascais, quando esta militante do CDS ocupou a mesma pasta na anterior encarnação da coligação de direita, da qual foi afastada após múltiplas gaffes. Agora, o Governo procura dourar o pandemónio nas escolas públicas através de comunicados.

Mas a realidade impõe-se: a confusão na colocação dos professores continua. Com efeito, estão ainda por preencher:
    • 128 horários completos — a que há a juntar outros 96 que estão em processo de aceitação por parte dos candidatos seleccionados; e
    • 160 horários incompletos — a que há a juntar outros 89 que se encontram em processo de aceitação.

Tendo o 1.º período lectivo 13 semanas, a situação descrita ocorre quando está em curso a 7.ª semana de aulas. Provavelmente, Crato nem dá por isso.

terça-feira, outubro 21, 2014

O homem que cumpre o que promete


Não se deu a devida importância à circunstância de Nuno Crato ter revelado a intenção de «implodir» o Ministério da Educação, tida por um excesso inofensivo de um ideólogo da direita radical. Não sendo expectável que Crato tivesse em mente a demolição do edifício da Av. 5 de Outubro, desprezou-se o impacto que as políticas do Governo viriam a ter na degradação da Escola Pública, cujo último acto é a redução em 704 milhões de euros do montante estabelecido para o sector da Educação no Orçamento do Estado para 2015.

Entretanto, o calvário da colocação dos professores em falta agudiza-se. Apesar de «nunca evitar lavar as mãos» (ou não) e «não sacudir as responsabilidades do pacote» (ou a água do capote), a verdade é que Nuno Crato não consegue pôr as escolas a funcionar durante o 1.º período de aulas. Com efeito, os directores escolares estão a ter dificuldades em contactar os professores da Bolsa de Contratação de Escola para preencher os lugares vagos, porque as listas estão desactualizadas e algumas estão mesmo inacessíveis.

E é por isso que diariamente se toma conhecimento de casos tão bizarros como o de Rui Pinto Monteiro, que, depois de ter optado por aceitar um lugar nos Açores, foi colocado simultaneamente em 75 escolas e, agora, volta a ser colocado — desta vez em 95 escolas.

Significa isto que, até que Rui Pinto Monteiro consiga recusar todas as ofertas que entupiram o seu e-mail, nenhum outro professor possa ocupar o seu lugar e os alunos continuam sem professor. Por cada uma das 95 colocações, pelo menos uma turma de crianças de 21 alunos, no mínimo (ou seja, quase 2000 crianças), continuam sem professor. Se nos lembrarmos que há dois mil professores por colocar, era difícil fazer mais para degradar a Escola Pública.

É neste contexto que o Presidente da República — fechando os olhos ao caos no Ministério da Educação — dá hoje posse a um novo ajudante (ex-assessor do próprio Crato), após o secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário ter tropeçado nos direitos de autor. Os protestos contra o caos na Educação têm de se transferir da Av. 5 de Outubro para Belém.

segunda-feira, outubro 20, 2014

Freud explica Passos

É o que vos digo: havemos de nos lembrar algumas vezes do estarola que se alçou a São Bento. Nunca se viu uma coisa assim e dificilmente se repetirá.

Ouça-se o som da peça da TSF com Passos Coelho a engrandecer, através de um magnífico lapso freudiano, o zombie da Av. 5 de Outubro, que não hesitou em demitir um director-geral do Ministério da Educação para salvar a sua própria pele: um ministro «que nunca evitou lavar as mãos» dos problemas (corrigindo depois).

O alegado primeiro-ministro ainda teve arte para, voltando-se para Crato, declarar que preza este tipo de pessoas — pessoas que «não sacudam as responsabilidades do pacote», quer dizer, do capote. Tudo isto seis semanas após o início das aulas, quando continuam por colocar dois mil professores.

Um governo em «experimentalismo» permanente

Hoje no Jornal de Notícias

Tal como Paula Teixeira da Cruz se comporta em relação ao caos nos tribunais, Nuno Crato faz de conta que a perturbação que criou em muitas escolas — ao mudar as regras de recrutamento de professores — está resolvida. Não está. Basta acompanhar os protestos dos pais que as televisões diariamente nos mostram.

No entanto, como o descaramento deste governo não tem limites, Nuno Crato compromete-se agora a não fazer «experimentalismos» na preparação… do próximo ano lectivo.

segunda-feira, outubro 13, 2014

Os dois desamores de Crato

O Crato-que-implode-a-escola-pública está a ofuscar o Crato-que-implode-a-ciência. Mas, graças à astrofísica espanhola Amaya Moro-Martin, investigadora no Space Telescope Science Institute e na John Hopkins University, nos Estados Unidos, o Crato-que-implode-a-ciência está a ser discutido por esse mundo fora.

Com efeito, a investigadora publicou, na revista Nature, um artigo sobre o futuro preocupante da ciência na Europa, com uma alusão à deplorável situação em Portugal: «poderão ser fechadas metade das suas unidades de investigação devido a erros no processo de avaliação por parte da European Science Foundation.» Esta instituição, à qual Crato entregou a avaliação das unidades de investigação científica, não gostou da apreciação e ameaçou processar Amaya Moro-Martin. Neste momento, a comunidade científica internacional debate os desmandos de Nuno Crato. Há males que vêm por bem.