domingo, julho 23, 2006

Publicidade, lóbis e um código por cumprir

Nuno Brederode Santos escreve, no DN, sobre Publicidade. Transcreve-se uma parte do artigo:

    "Leio na imprensa que, para a próxima sessão legislativa, Os Verdes apresentaram já um projecto destinado a proibir a publicidade aos produtos alimentares que possam contribuir para a obesidade de crianças e adolescentes. (…) E logo estalou rija polémica entre duas escolas de pensamento da sociedade civil: a APAP (Associação Portuguesa das Empresas de Publicidade e Comunicação), vejam lá, está contra; a ADEXO (Associação dos Obesos e Ex-obesos de Portugal) é a favor, ainda que ache a medida "insuficiente".

    Nem esquálido nem obeso, o cidadão médio apascenta-se em ideias simples. Chamam-lhes senso comum. Bem ou mal, ele presume que qualquer excesso alimentar é nocivo, sempre pelo excesso e só raramente pelo alimento. (…)

    Simpático mesmo era que fosse levado a sério o já legislado sobre publicidade enganosa. Que a marca de automóveis que anuncia um modelo que já não se produz, para escoar o stock, fosse obrigada a dizê-lo. Que um figurante alugado a uma empresa não pudesse ser apresentado como sendo um médico a recomendar um dentífrico. Que as lixívias de marca não se pudessem afirmar capazes de remover nódoas de nêspera ou café numa simples imersão de dois segundos. Que as abordagens agressivas na rua e os telefonemas e cartas oferecendo prémios inexistentes ou sujeitos a condições escamoteadas fossem activamente fiscalizados e punidos. Cumprir e fazer cumprir o Código da Publicidade que temos (e é recente) era certamente bem melhor do que este cansativo furor legiferante.
    "

1 comentário :

José Manuel disse...

Insuportável é o telemarketing da TVCABO sempre a telefonar para casa das pessoas às horas mais impróprias