domingo, fevereiro 10, 2008

“O português mais português que eu conheci”





Luís Pedro Nunes dirige o que era para ser o suplemento humorístico do Público. Acabei de o ver no Eixo do Mal, completamente fora de si, a dizer que tem “quase a certeza” de que o CC é feito por “assessores do Governo”. Poderia ter aduzido uma qualquer prova de que assim é: por exemplo, a utilização de dados que denunciasse o acesso a informação privilegiada. Não, tão descontrolado parecia estar que a única prova que avançou é que o CC ataca o Público (e Belmiro), por acaso o jornal (e o patrão) para o qual trabalha.

Fiquei algo espantado que um simples blogue pudesse merecer uma referência na televisão — para mais, naquele tom descabelado. Ao vê-lo a gesticular descontroladamente, só me veio à memória o que o Filipe Moura escreveu acerca deste burgesso (no Cinco Dias e no Avesso do Avesso):

    “No passado verão, encontrava-me eu no Público a estagiar como jornalista científico. Atrás de mim sentavam-se os designers, que se encarregavam dos suplementos semanais. Sempre que alguém desta equipa de simpáticos profissionais estava de volta da próxima edição do Inimigo Público, aparecia um indivíduo mais velho, de trajo mais formal, gel na cabeça e mãos nos bolsos.

    O ambiente na redacção de um jornal não é propriamente o mais calmo: há sempre conversas entre jornalistas, de trabalho ou não, que constituem um ruído de fundo geralmente alegre e não incomodativo. Acabamos por nos habituar e conseguir trabalhar. Mas cada vez que o dito senhor aparecia, tínhamos de ouvir a sua conversa com os designers, as piadas que ele lhes contava, e que terminavam sempre com as suas gargalhadas, altíssimas e algo alarves, que se ouviam naquele andar todo. O senhor pelos vistos achava muita graça a si próprio.

    Um dia eu finalmente não aguentei mais. Dirigi-me ao senhor e pedi-lhe que falasse mais baixo, pois estava a incomodar-me e não me deixava trabalhar. Embora não deva ter sido propriamente simpático, pois encontrava-me (julgo que) compreensivelmente agastado, garanto que falei sempre com bons modos. Mas tal não foi suficiente para o senhor, que (numa reacção que nunca esquecerei) me mirou de alto a baixo e perguntou: “Quem é você?” Para de seguida me acusar de o “mandar calar” (algo que nunca fiz).

    Compreendo que o senhor se manifestasse surpreso por ver um estagiário dirigir-se-lhe desta forma: os estagiários estão na base da hierarquia do jornal, à procura de uma vaga no quadro. Está certo que eu não era um estagiário como os outros (nomeadamente não pensava seguir a carreira de jornalista). Mas dirigi-me a ele, sem saber quem ele era, como me teria dirigido a qualquer outra pessoa (sempre com bons modos): por estar convencido da minha razão. Nunca vislumbrei no senhor qualquer pedido de desculpas ou sinal de arrependimento. Mas pela forma como me questionou, é legítimo pensar que, se me conhecesse, nomeadamente se eu me chamasse Belmiro ou Zé Manel, a sua reacção teria sido outra. Quando alguém chama a atenção a este senhor, pelos vistos é mais importante a posição da pessoa do que a razão que eventualmente possa ter.

    O episódio passou-se, e entretanto o meu estágio no Público acabou. Não fazia na altura ideia de quem era o indivíduo com quem tinha protagonizado este episódio. Vim mais tarde a descobrir tratar-se do director do suplemento Inimigo Público. E só ainda mais tarde descobri o seu nome, e que era membro permanente do painel de comentadores do programa O Eixo do Mal, estando na origem da recente iniciativa para a escolha do “pior português”. Não o vou classificar como “bom” ou “mau”, pois todos temos virtudes e defeitos. Mas pelo comportamento que evidencia no que aqui relatei sobre o barulho na redacção (sobranceiro para com os estagiários, subserviente para com os poderosos) e pela tendência para a maledicência no que diz respeito aos seus compatriotas e semelhantes, considero que, de todos os portugueses que eu conheci, Luís Pedro Nunes, ele sim, neste pequeno episódio, representou o pior de ser português.”

27 comentários :

Anónimo disse...

Os links para o "Cinco Dias" e "Avesso do Avesso" não funcionam, mas o post é bem elucidativo da fibra com que é feito o alentejano de meia-tigela que é LPN.

Anónimo disse...

NA muche MEU COMPATRIOTA Filipe Moura. Esse tipo é mais um dos ratazanas que inundam o jornaleco preverso e aldabrão.

Anónimo disse...

Não me digam que há censura?

Enviei o meu comentário, logo a seguir ao do anónimo e muito antes do de bastardos. No entanto, o meu não aparece.
Não se esqueçam que o “blog”, atribui horas.

Acontece que eles apoiam o "post" e eu não.

Que ética é esta?

Sentir-me-ei livre para denunciar isto, se o veto de gaveta se mantiver.

Tenho o comentário gravado no “Word”.

Anónimo disse...

E o comentário foi:

«E o que dizer de quem coloca uma foto destas e utiliza a palavra "burgesso" (homem gordo, baixo e desajeitado) que mimos merece?

Espero bem que por colocar este comentário não me venha a chamar marreco ou coxo.

Realmente, quando o confronto de ideias chega a este nível...

Pois é, mas há uma desculpa: a democracia é jovem, não pensa...»

Anónimo disse...

Agora sim, já funcionam os links!


Deve ter havido um entupimento na web, derivado ao comentário "censurado" do SR. Manuel Leão.

james disse...

Aquele gel no cabelo deve ser para disfarçar as asneiras (não humor) que lhe perpassam nas meninges...

Anónimo disse...

Mas melhor maneira de resolver o assunto seria o Miguel Abrentes dizer exactamente quem é,não lhe parece?

Não resolve a questão indo aos arquivos e tirando um texto a insultar quem diz mal de si, senão só podemos considerar que são apenas farinha do mesmo saco.

Anónimo disse...

Luís Pedro Nunes, de olhos esbugalhados, completamente fora de si, escarrava a mesa do Eixo do Mal.

Anónimo disse...

Pelo que estou a ver, o LPN até tem razão. Estarei enganado?

Anónimo disse...

Já se percebeu que este blog é de leitura obrigatória no Público

Anónimo disse...

Confesso que não suporto o dito, tão cheio de si, com tão pouco para dizer, cheio de veneno e muito chico-esperto, fica possuído se não passam os seus vídeos de "humor". Ainda ninguém percebeu que o "Eixo" fica mais pobre com o dito?

Anónimo disse...

Ja tenho dito e redito, acho que o Miguel dá importancia exgerada ao jornaleco do tio Patinhas,

Ze Boné

Anónimo disse...

Este Blog tresanda a ódio, escárnio e maldizer por todos aqueles não alinham na vassalagem a uma figura ridícula, digna de um filme cómico Nacional-Socialista. Pelo que aqui podemos observar, nem os Coronéis de lápis azul ao serviço da ditadura se prestavam a um papel tão ridículo como o que este pseudo “Miguel Abrantes” representa no seu dia-a-dia de bloguista do Diabo. Houve tempos em que pensei que MA fosse alguém possuidor de alguma intelectualidade e, com conhecimentos académicos acima da média. Com o tempo reconheci o meu erro inicial por verificar na análise aos mesmos, que os textos não eram escritos pela mesma pessoa. Deste modo, continuo a passar por aqui, não porque gosto do que leio, mas sim para não esquecer as razões pelas quais, da próxima vez, não posso votar nesta figura ridícula a que grande parte do Povo chama “SóCretino”.

Povo

Anónimo disse...

Esse pobre Nunes é um saloio que anda deslumbrado com a cidade,coitado do pateta.

Anónimo disse...

ó povo: diz lá tens uma relação amor-ódio com o CC

se fosse feito por uma só pessoa tu até gostavas

Anónimo disse...

LPN: O bobo da corte

Anónimo disse...

Oh caramelo, como se dizia nos tempo em que havia tropa. JCH, ou antes o funcionário que neste momento está de serviço a verificar os IP´s dos que aqui vêm, relação amor-ódio é aquilo que o teu Capo tem com o Público e o pessoal que lá trabalha. Vai descansar que o teu turno deve estar quase a acabar. E verifica bem,no final, se não perdeste o equipamento, come d'habitude.

Anónimo disse...

O povo chama-lhe Pinóquio.
Sócretinos são os lacaios, como os daqui do blogue, que o apoiam.

Anónimo disse...

Eh! Eh!

Anónimo disse...

pelos vistos o bacano de que você fala acertou na mouche !!!

Anónimo disse...

Já se sabe, quem se mete com este governo, leva. Aqui, neste blog não perdoamos. Temos que estar atentos e desancar em todos os inimigos do governo, até o Manuel Alegre vai ver como é.

Anónimo disse...

mas podemos concluir assim tão facilmente o caracter de uma pessoa depois de um comum episódio "Podia falar mais baixo?" e consequente comum reacção do "eu nao estava a falar alto...bla bla bla" ?

Anónimo disse...

O CC é um dos três blogs que consulto amiudadas vezes desde quase o seu início!
Já por algumas vezes aqui comentei que o CC "era serviço público".
O que é que se está a passar Miguel?
V/ que tantas vezes foi aqui insultado sempre recusou responder na mesma moeda vem agora com esta do "burgesso"?
Vi o "Eixo do mal", (e percebi que o blog visado era o CC),que considero mais interessante que a "Quadratura dos quatro".
Aquilo que lá foi dito, resumidamente, é que o jornalista do Público fez jornalismo de investigação e fez publicar aquilo que em qualquer país civilizado seria publicado.
Chamar burgêsso ao homem por isso acho que é um insulto gratuito e revelador de um certo mal estar com a liberdade de opinião quando esta não nos agrada.
Exactamente o contrário daquilo a que o CC nos habituou.
Quanto à opinião do tal "jornalista cientifico estagiário" considero que trazer a público estas quezílias com o LPN só revela que o "cientista" não é tão santo como quer parecer.
Só lhe faltou dizer, como o outro, que o LPN "foi aos figos quando era pequenino".
Xantipa

Anónimo disse...

Tá-me a parecer que andam para aqui umas amigas zangadas.
Esqueçam isso queridas.
Olhem que eles estão-se a rir..

Anónimo disse...

Só agora li esta “alucinação”... O meu nome é Hugo Pinto, sou gráfico no Público e posso garantir que o que está relatado nesse episódio não corresponde à realidade pois sou um dos “simpáticos profissionais” de que fala esse post. O que se passou é que o Luís Pedro sempre soube que a personagem em causa era mais um dos doutorados que ali chegava armado em superior. Nesse dia era bastante cedo, a redacção estava vazia e reparámos que ele estava no blogger. Nós fazíamos sempre o suplemento cedo exactamente para podermos rir e fazer barulho. Pelos visto incomodámos o senhor que estava a colocar post e se levantou mandou calar o Luís Pedro que no gozo decidiu perguntar quem era ele, sabendo que era um dos 5 doutorados (um deles, aliás, até é autor no Inimigo) sendo obviamente impossível de o confundir com um estagiário... Esta é a verdade....
Hugo Pinto
Gráfico, Público

Filipe Moura disse...

Caro Hugo,
és sem dúvida um dos “profissionais simpáticos” que eu refiro (e mantenho o que disse). Não és é muito rigoroso.
A situação repetia-se, um dia por semana, todas as semanas – a redacção legitimamente a querer trabalhar ou ler blogues e o sr. Luís Pedro Nunes a proceder como se estivesse numa taberna e a rir-se alarvemente. Naquele dia perdi a paciência.
Limitei-me a dizer que aquele era um lugar de trabalho e pedi-lhe que falasse mais baixo. Em ocasião nenhuma – nenhuma - eu mandei o senhor calar. Ele é que reagiu, a falar ainda mais alto do que o costume, como se eu o tivesse feito. És um gajo simpático, mas aqui estás a mentir.
Surpreende-me que o Sr. Luís Pedro Nunes afinal soubesse quem eu era, depois de me ter perguntado “quem é você”, olhando-me de alto a baixo. Afinal eu era um estagiário, e sentava-me com os outros estagiários... Mas isso não é muito relevante. O principal é a reacção do senhor ao pedirem-lhe para fazer menos barulho. Tenho a certeza de que nenhum dos profissionais simpáticos que referi, do grafismo ou da fotografia ou da redacção, reagiriam desta forma (até porque ninguém fazia o barulho que o sr. Nunes fazia). Tu incluído. Por isso lamento esta tua reacção, mas és livre de a teres.
Ao contrário do que pareces julgar o texto original não foi publicado na sequência desse episódio, mas só meses depois, na altura da escolha do “pior português” no Eixo do Mal. Quando estava no Público, eu é que não sabia quem era o Luís Pedro Nunes – sabia que era alguém do Inimigo Público. Só mais tarde, no Eixo do Mal, soube o nome dele e que era o director.
Finalmente, a opinião sobre os doutorados “armados em superiores” que por lá andavam é tua. Tens o direito de a teres – lamento que nunca ma tenhas dito sempre que conversámos várias vezes, antes e depois deste episódio. Só acho espantoso, estando-se a falar de Luís Pedro Nunes, acusares alguém que não ele de se armar em superior. Não sei bem em que planeta vives...
Um abraço e felicidades.

Unknown disse...

Abrantes, burgessos, sócretinos, esquerdalhos perdidos na twilligwt zone...Só se salvam os comentários do anónimo. Irónicos, concisos e incisivos. É verdade! Este blog destila fel contra o Público e tudo o que não siga os valiosos ditames do "nosso querido líder" Sócrates... O que vale é que o grosso da população está a ver a Casa dos Segredos e só meia dúzia d labregos (nos quais me incluo) vos vão dando atenção...

A bem da Nação...