O PSD do Século XXI vai ficar nos anais da comunicação política. A primeira metade da década foi a fase latino-americana, com Einhart da Paz a aplicar uma comunicação garrida e sambada num país que já aprendeu que o Carnaval com chuva é como feijoada com água. Com a campanha do menino-guerreiro, percebeu-se que “o vale tudo” não vale nada.
Agora, nesta segunda metade da década, temos a política à Cunha Vaz. Muito embora os deputados tenham tornado claro que "à política o que é da política e aos marqueteiros o que é da venda de sabonetes", a coisa tende a ter horror ao vazio.
Cunha Vaz confessou, na passada terça-feira, que havia aconselhado Luís Filipe Menezes a entrar na Second Life: "Qualquer partido de oposição devia ter um 'Second Life' para mostrar aos portugueses como faria se fosse Governo." Parece uma reedição da Cadeira do Poder, quando Santana, enfrentando Torres Couto, mostrou como viria a fazer como primeiro-ministro.
Porém, como as agências de comunicação vêem mais longe, será que Cunha Vaz quis dizer algo absolutamente diferente? Será que:
• Até o consultor de imagem entende que Menezes deveria mudar de vida?
• Tendo-se apercebido de que o líder do PSD tem apenas existência virtual, o melhor é levá-lo a assumir isso “com naturalidade”?
• Quis trazê-lo à terra, fazendo ver a Menezes, através de uma metáfora, que, se não tem uma primeira vida, como é que pode aspirar a ter uma segunda?
• Como nos velhinhos flippers, antevendo que Menezes não vai lá, opta por insistir a ver se a coisa pega [TRY AGAIN AND INSERT COIN — que alguém há-de pagar)?
• A alusão à second life é um conselho a Menezes ou um alerta para Santana?
Não se pode dizer que Menezes não procure seguir à risca os conselhos que lhe dão. O fio condutor é que permanece um mistério.
5 comentários :
Os deuses estão loucos ....
Este homem esta completamente "louco".
Os ppds não estão a ver que com ele é suicidio colectivo?
Sá Carneiro se fosses vivo corria com esta rapaziada à bastonada?
Este partdo está minada por dentro,é corroído pelos oportunistas e incompetentes. Foi tomado de assalto pelas tropas de elita da ribeira e afurada.
DESCREDITO TOTAL!
"Menezes, por sua vez, enganou-se sobre a figura que queria fazer. Com Sócrates a cortar os calos ao Estado Social, imaginou que podia ir ao baile com a máscara de "social-democrata". Ei-lo, no Verão passado, com uma "visão tradicional de esquerda", "defensor muito drástico do Estado Social", a esbravejar contra o "capitalismo selvagem". Alguém, entretanto, lhe terá explicado que não valia a pena fazer concorrência a Jerónimo e Louçã. Numa reviravolta, passou a exigir a privatização de tudo. "Quase ao mesmo tempo, o país viu-o a exigir reformas e ao lado dos que combatem as reformas; a romper pactos com o Governo e a propor pactos ao Governo. O mal ficou feito: já não pode dizer nada que não digam que é asneira, só por ser ele a dizê-lo. Chama-se a isto descrédito. E é fatal."
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