segunda-feira, fevereiro 02, 2009

O Dr. Borges tira-me do sério




Estou a imaginar a cena: — Dr.ª Manuela, é melhor que ele fale já do que mais tarde. E o conselheiro da Marmeleira acrescenta: — Não viu que ninguém ligou nenhuma, com o ruído que por aí anda, às incongruências do Manel na audição parlamentar?

E o Dr. Borges lá foi autorizado a agarrar-se ao microfone da RR. Eis um extracto da entrevista reproduzida no Público de sábado:
    RR/Público — Nas próximas eleições devia haver uma maioria absoluta?
    Dr. Borges — Ah, sim, é de longe preferível que haja uma situação estável.
    RR/Público — Mesmo que seja do PS?
    Dr. Borges — Não. Tenho o maior dos receios em relação à política que seguem.
    RR/Público — E se o PS não tiver maioria absoluta?
    Dr. Borges — A solução é entregar o Governo ao PSD.
E mais outra passagem da entrevista (que foi dada depois de a Dr.ª Manuela ter dito que o actual governo era o coveiro da pátria):
    RR/Público — Acha crível um cenário de eleições antecipadas?
    Dr. Borges — Ah, não! Isso não. Estamos muito longe de uma situação em que haja matéria que, de facto, comprometa o primeiro-ministro (…). Depois, mesmo que houvesse problemas mais graves — que neste momento não é o que está em cima da mesa — isso não nos obrigava a eleições antecipadas. Há uma maioria no Parlamento, há um partido que tem responsabilidades de governar e a legislatura deve ir até ao fim.
Depois de ter confessado que “o primeiro-ministro tem sempre aquela característica de determinação e vigor”, o Dr. Borges voltou àquela ideia fixa que o atormenta, fazendo crer que continua sem se aperceber da crise que assola a economia mundial: “o Estado tem cada vez mais peso”. Mas é verdade que não voltou a cantar loas ao subprime, o que parece um avanço.

1 comentário :

Anónimo disse...

Até este coveiro das finança mundiais (subprime) realça a performance do nosso 1º.Ministro, querendo dizer que a sua srª. presidente não tem o mesmo perfil.