- ‘Reconheçamos que os níveis de escolaridade podem não ser muito importantes para o desempenho de certas tarefas que apenas exigem uma qualificação especializada, tais como coser à máquina peças de vestuário. Mas a sua ausência pode obstaculizar a aquisição de novas capacidades quando as antigas se tornam obsoletas. Isto é verdade ao nível pessoal, como ao colectivo, visto que a educação gera versatilidade nos indivíduos, nas empresas e nas economias; e que versatilidade favorece, por sua vez, predisposição para inovar, ao mesmo tempo que esconjura o receio da mudança e do futuro. Por outras palavras, a educação favorece a adopção de novas tecnologias - algo que sabemos pelo menos desde Adam Smith.
A primeira conclusão de tudo isto é obviamente que a análise econométrica não tem as respostas todas (nem talvez venha jamais a tê-las), pelo que outros métodos de investigação podem revelar-se mais profícuos. A segunda, que continuamos a saber pouco sobre a mecânica do desenvolvimento, sobre o modo como múltiplas variáveis interagem para gerá-lo e, em particular, sobre o papel desempenhado por causas extra-económicas como a educação. A terceira, que devemos recusar os argumentos falaciosos que só aceitam como bom aquilo que comprovadamente contribua para o crescimento do produto.
A liberdade, a educação, a igualdade de oportunidades, a justiça ou a saúde são desejáveis, independentemente da contribuição que possam dar para potenciar o crescimento. O facto de eventualmente acabarem por dá-la deve ser considerado como um bónus suplementar, não como fundamento e condição "sine qua non" da sua valoração positiva, pois é o crescimento que deve estar ao serviço delas, e não o contrário.’
1 comentário :
Quando se pensava que a Educação em Portugal tinha batido no fundo, eis que afinal se confirma que ela ainda pode ser mais enterrada por este (des)Governo socialista.
Pelos vistos, com José Sócrates e o PS a gerir os destinos do país, já é possível entrar no Ensino Superior sem sequer ter terminado o Secundário. Como? Através das Novas Oportunidades.
Não se trata só de uma imoralidade, como é também uma grande injustiça para aqueles que se esforçaram e cumpriram a sua missão enquanto jovens: Estudar para ter e dar um futuro melhor ao país.
A propósito deste assunto, sugiro a leitura deste meu post (escrito em Dezembro 2009) e deste artigo do Vasco Campilho.
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