- ‘De igual modo, o agravamento das condições de financiamento potenciado pela crise política vai trazer no bojo duas consequências que também não poderão ser tidas como surpresas.
Por um lado, não terão viabilidade soluções "transitórias" ou "intercalares" que dissociem o acesso ao financiamento disponibilizado pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) da adopção de um programa de ajustamento da economia portuguesa que, com toda a probabilidade, irá além do que se continha no PEC IV, rejeitado no Parlamento. Como se verá quando o compararmos com o "PEC de tipo novo" que nos será revelado dentro de semanas.
Por outro lado, as condições políticas presentes em Portugal fragilizam a posição negocial do Estado português na definição desse inevitável programa de ajustamento associado ao acesso ao FEEF. Neste capítulo, o que seria uma surpresa seria que, em plena campanha eleitoral, se gerasse um consenso alargado sobre esse programa sabendo, como se sabe, que foi a rejeição do PEC IV que constituiu precisamente o pretexto para o desencadear da crise política que desembocará nas eleições de 5 de Junho...
Tal como seria uma surpresa que quem, até ao momento, pecou por omissão no desenrolar da crise acabasse por romper o seu silêncio distante e calculista e assumisse, por uma vez, a responsabilidade e o risco de criar as condições institucionais para a saída da complexa situação em que vivemos e para a qual também contribuiu a sua própria inércia.’
2 comentários :
http://abrupto.blogspot.com/2011/04/coisas-da-sabado-ironia-tudo-indica-que.html
e esta?
Surpresas? Certezas... Se fossem surpresas a oposição estaria desculpada.
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