Campos e Cunha na conferência do DN (ontem): a “virtude dormitória” como amostra da irrelevância de um produto |
A manchete de hoje do Diário de Notícias é uma obra extraordinária: “Sócrates pede a ajuda que sempre recusou”, com o primeiro-ministro colocado lado a lado com o ex-líder da JSD. Ainda na primeira página, uma referência à sondagem da Universidade Católica (para o DN), enfatizando que o PSD está “à frente”, mas omitindo que desceu nas intenções de voto e que o PS subiu sete (7) pontos.
Quanto à “análise” da sondagem, o destaque não vai para as intenções de voto, mas para uma questão lateral sobre a “culpa” pelo pedido de ajuda. O DN diz que os “portugueses culpam socialistas”. Analisados os dados, a conclusão a tirar bem pode ser outra: nem todos os potenciais votantes do PSD e do CDS atribuem responsabilidades ao Governo. E que significa “responsabilidade”: aquele a quem cabe fazer o pedido ou aquele que obrigou a que o pedido fosse feito? O DN não diz.
Mas seria escandaloso não haver um texto dedicado às intenções de voto. Como remover esta dificuldade? Nada mais simples para o DN. Faz-se uma peça desvalorizando os resultados da sondagem: “Antes do pedido: PS subia e PSD precisava do CDS”. Nem uma vez o DN diz que o PSD desce nas intenções de voto.
Neste quadro, o “artigo” de André Macedo é a caricatura perfeita do estado a que chegou o Diário de Notícias. Um “jornal de referência” que se tornou absolutamente irrelevante: um buraco negro que tortura (e não raras vezes tritura) as notícias, a que ninguém liga e que já ninguém cita.
8 comentários :
Mais valia os jornais terem um estatuto editorial assumido publicamente no seu alinhamento político.
Mas quem o que é um "André Macedo"? De onde é que saiu essa pessoa? O que fez na vida?
Já não tenho paciência para aturar esta gente!
"com o primeiro-ministro colocado lado a lado com o ex-líder da JSD". Os senhores assessores não saberão, mas o homem até é o líder do principal partido da oposição. Ficam tão eriçados quando alguém falta ao respeito ao senhor primeiro-ministro e depois comportam-se como um bando de mal-educados.
PS: censurem também este comentário (no recurso à censura e ao lápis azul já têm doutoramento)
Pela caras dos bichos a situação do jornal sarjeta esta pela rua da amargura. Ou estão pensando, anda rapido Coelho para te sacarmos as contrapartidas. A terceira figura(ão)mostra estar indesposta, será do excesso de dinheiro das suas reformas, que lhe permite a almoçar feijoada de coelho todos os dias? O excesso é indesgesto ó cunha!
o estado é a caricatura perfeita do ponto a que chegou o país
A malta do 31 da armada, nunca esteve tão activa, consta que vai para deputado quem colocar mais posts, e olhem como eles se esforçam...mas não era necessário tanto, bastava dizerem o nome por completo...castro caldas, moedas, proença de carvalho, coimbra. castelo-branco,vaz pinto,burnay, buchholz,deus...assim tipo familia feliz.
A desonesta análise das sondagens, a vergonhosa crónica "maria" do Macedo (sobre uma pulhice mediática imunda praticada pelas tv) e sobretudo a explicação sobre as nomeações do governo "inexistentes" até que sejam publicadas no DR e "confirmadas" pelo "dn".
Segundo esta idiotice justificativa, o governo e os ministros só existem quando o DR ou o dn os nomeia, e o dn e os seus jornalistas só existem quando o vemos na banca dos jornais e vimos a assinatura dessas sumidades jornalísticas que assinam e assassinam o jornal.
Felizmente que não é assim e no actual dn os jornalistas apenas existem antes como pessoas porque depois do jornal existem somente como bonecos de pau mandado.
Como disse o vosso amigo Vara, pimenta no rabo alheio é refresco. Durante vários anos, o diário da manhã DN, pela pena do seu director e outros escribas, fez o papel de câmara de eco da clique socrática e nunca esse blogue se queixou. Agora que a rapaziada está a mudar de comboio, fica-vos bastante mal queixarem-se da medicina que louvaram até recentemente.
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