quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Empobrecimento e três rupturas

Pedro Adão e Silva escreveu para o anuário do Expresso/Economist um artigo intitulado Empobrecimento e três rupturas. Eis algumas passagens do artigo:
    ‘A opção pelo empobrecimento como estratégia económica representa uma ruptura profunda com o caminho trilhado: regressamos aos baixos salários como factor competitivo – o que coloca uma pressão socialmente incomportável e implica saber até onde devem descer os rendimentos do trabalho para nos tornarmos competitivos.’

    (…)

    ‘O empobrecimento e a degradação do mercado de trabalho corresponderão a uma deterioração da distribuição dos rendimentos, intensificada por uma erosão da protecção social. A consequência será um reflorescimento das formas tradicionais de pobreza, combinado com novos mecanismos de exclusão – desde logo porque a estrutura de despesas das famílias é, hoje, mais rígida do que no passado. Este processo encontrará na diminuição das respostas dos serviços públicos na saúde uma alavanca decisiva e terá como pano de fundo um aprofundar de clivagens. A iniquidade da austeridade será um terreno fértil para a potenciação de ressentimentos sociais, que poderão bem fazer evoluir a conflitualidade social de um registo difuso para expressões bem mais significativas.’

    (…)

    ‘Também o código genético da nossa democracia radicou no desenvolvimento do Estado Providência e na melhoria das condições de vida dos portugueses. Dificilmente o processo de pauperização deixará de colocar pressões intensas sobre a legitimidade política do regime.’

1 comentário :

rocha disse...

Ó Feirante!!!! Onde andas tu? Põe-te a pau, olha que por este andar, tudo indica que a criminalidade vai aumentar. Agora não tens nada para nos dizer? Não passas dum chico-esperto!