segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Quando a lei só atrapalha (ou "se calhar houve urgência")

As leis das privatizações, aprovadas no consulado de Cavaco Silva, exigiam que a privatização de empresas fosse precedida de um parecer emitido pela Comissão de Acompanhamento das Reprivatizações (CAR). O Público noticia hoje que isso não aconteceu no caso do BPN — que foi entregue ao BIC (representado por Mira Amaral).

O diploma que extinguiu a CAR — “com grande prazer”, disse o ministro das Finanças — só produz efeitos a partir de 13 de Setembro, quando a “venda” do BPN se consumou a 31 de Julho. Teremos uma impugnação judicial à vista?

Vale a pena ler com atenção este extracto da notícia do Público, na qual se observa que as entidades que deveriam defender os interesses do estado e zelar pelo cumprimento da lei se limitam a chutar a bola para longe (ou nem isso):
    «"Fomos várias vezes ouvidos sobre o dossier BPN [pelo anterior ministro das Finanças, Teixeira dos Santos]", explicou ao PÚBLICO o presidente da CAR, Jorge Pinto Furtado. Mas a CAR emitiu um parecer sobre os termos da alienação do BPN ao BIC a pedido da equipa de Vítor Gaspar? Pinto Furtado respondeu: "Disso é que já não me lembro." Por seu turno, o revisor oficial de contas José Rodrigues de Jesus, da mesma Comissão, começou por declarar que "não foi emitido um parecer". Mas logo de seguida observou: "Preferia não comentar a informação, pois não posso dizer nada sobre isso." Uma posição seguida por outros membros do mesmo órgão consultivo que alegaram "não poder falar por dever de sigilo profissional".

    Na sexta-feira, o PÚBLICO requereu ao Ministério das Finanças, através de correio electrónico, esclarecimentos: por que razão não foi pedido à CAR um parecer, dado que era obrigatório, sobre o dossier BPN/BIC? Caso tivesse solicitado, podia o Governo facultar o teor ou a data de emissão do parecer? Até ao final do dia de ontem o gabinete do ministro não respondeu a nenhuma das questões dirigidas.

    Por seu turno, o Banco de Portugal optou por não comentar um eventual incumprimento da lei, por se tratar de "matéria que não é da [sua] competência, mas das Finanças". Já Mira Amaral, do BIC Portugal, mostrou-se perplexo: "Não fazia ideia, mas tem que perguntar ao Governo, se calhar houve urgência."»

5 comentários :

Anónimo disse...

ahahahah cada cavadela cada minhoca...que miseria

Anónimo disse...

É...houve urgencia sim, para esconder bem depressa o que ninguém quer ver desenterrado do atoleiro BPN. De qualquer forma, a "pressa" ( eu prefiro chamar-lhe medinho) não justifica o atropelo da lei. E aparentemente, parece que a lei foi "violentamente" atropelda.
Mais uma razão para quem ainda defende estes senhores abrir os olhos.

Anónimo disse...

Têm a certeza que a lei foi violada ou não passa de mais uma manobra socretina de demagogia? Tenham calma!

Anónimo disse...

É obra Socratina sim senhor, toda a gente sabe que são eles os inventores de maldades e dos elefantes voadores de marte...
Ora tenha santa paciência.

Anónimo disse...

é o que dá vender um banco tendo por base um powerpoint