quarta-feira, janeiro 09, 2013

O panfleto do governo: a agenda escondida com rabo de fora.

Num acto de cobardia política sem precedentes este governo de direita divulgou hoje um alegado estudo do FMI.

Um panfleto ideológico disfarçado de análise económica.

Um panfleto que devia envergonhar uma instituição como o FMI.

Um panfleto que nenhum governo decente aceitaria como uma base mínima de discussão e de análise.

Um panfleto onde proliferam citações pueris e enviesadas, simplificações abusivas, referências a estudos datados ou de duvidosa credibilidade, preconceitos apresentados como argumentos, deturpações grosseiras de dados e de factos, comparações anacrónicas, exemplos tendenciosos, enfim um rol interminável de erros, de falsidades e de calinadas.

Um panfleto verdadeiramente à imagem e semelhança do ainda Primeiro-ministro.

Só os parvos – e a parvoíce é uma coisa razoavelmente bem distribuída – é que se deixarão enganar e levar para a discussão dos detalhes do panfleto do governo.

O que está em causa é a verdadeira agenda escondida deste governo, mas agora à vista de todos. Uma agenda cuja concretização significaria, designadamente, a destruição do sistema de pensões, o genocídio da classe docente, a liquidação da escola pública, a devastação dos equilíbrios sociais e o deliberado empobrecimento dos portugueses malevolamente travestido de ‘política económica’.

Numa palavra, o que está em causa é, de novo, a tentativa de subversão da ordem constitucional em nome de uma agenda ideológica terceiro-mundista, ultraliberal e fundamentalmente iníqua.

13 comentários :

Anónimo disse...

Sei que Vital Moreira já se pronunciou no seu blog “Causa Nossa” contra o governo a propósito deste documento do FMI. Congratulo-me com isso e espero que tome no combate que se avizinha o lugar que lhe compete – junto com os seus camaradas do PS, de quem foi cabeça de lista para o Parlamento Europeu.
Em várias situações ele tem manifestado muita simpatia pela acção do governo, esperemos que mais este golpe o ajude a ver, em definitivo, a verdadeira natureza de tal gente e do seu projecto.
Mas este meu comentário tem outro assunto (embora possa de certo modo ligar-se ao do documento do FMI) e tem a ver com Vital Moreira.
Inseriu ele ontem no seu blog “Causa Nossa” um texto, hoje largamente divulgado em vários jornais, em que se declara contrário aos argumentos que têm sido enunciados para defender a inconstitucionalidade do OE2013.
Como o “Causa Nossa” não aceita comentários, resolvi comentar aqui.
Confesso que não me surpreendeu minimamente esta publicação neste momento, já o esperava, dado o total silêncio de Vital Moreira sobre o assunto durante todo o processo orçamental.
Intencional ou não, a verdade é que, mesmo tarde, ainda vem muito a tempo e mesmo muito oportuno para o Governo aproveitar a ajudinha. As suas posições têm sido quase sempre favoráveis às posições governamentais, em particular em tudo o que diga respeito à Função Pública.
Por isso, não me surpreende também que, declarando-se contrário aos argumentos dos que defendem a inconstitucionalidade de normas do orçamento, não se dê ao trabalho de contrariar um único desses argumentos, preferindo antes defender posições favoráveis que mais não são do que reprodução, quase nos precisos termos, dos argumentos mais falsos e infundados do governo.
De facto, no que respeita aos trabalhadores do sector público (e não só funcionários públicos como erradamente invoca) justifica as medidas, sem fundamentar, no menor horário de trabalho (quem e porquê?), maiores remunerações em média (quem e porquê?), mais segurança no emprego (quem e porquê?).
Estas generalizações, que o governo tem usado e abusado mas que se compreendem embora se condenem, são particularmente graves vindas de alguém a quem se exige rigor quando pretende justificar medidas consideradas inconstitucionais por outros conceituados juristas.
Certamente não ignora Vital Moreira que só no Estado é que há militares e forças de segurança, juizes e procuradores, embaixadores e outro pessoal diplomático, a esmagadora maioria dos investigadores, de professores - do ensino básico, secundário e superior - médicos e enfermeiros. Também sabe que não há no sector privado técnicos de finanças e das alfândegas, técnicos superiores de investigação e de inspecção de várias especialidades, com elevadíssimas exigências de ingresso e acesso nas carreiras e que é também no sector público que se encontram técnicos superiores de todas as formações académicas.
O que talvez não saiba, mas convinha e por isso aqui fica a informação para que alguém piedoso lha faça chegar, para evitar futuros equívocos nas suas argumentações, é que, num estudo do Banco de Portugal, datado do Verão de 2009 e comparando dados dos anos de 1996, 1999 e 2005, as percentagens de trabalhadores com curso superior eram, em 2005, as seguintes:
- sector público –47,9 %
- sector privado – 10,6 %
Isto não dirá qualquer coisa sobre as tais “remunerações superiores em média”? Mesmo sem estes dados, a invocação de “médias” é sempre abusiva e enganadora. Por isso, antes de dizer que os funcionários públicos têm maiores remunerações em média, deveria procurar saber porquê.

Anónimo disse...

Quanto à questão das pensões, único ponto que considera constitucionalmente problemático, mas ainda assim não suficientemente forte, a posição de Vital Moreira reproduz praticamente a do governo, que pela boca do primeiro-ministro, recentemente se referiu ao assunto.
O que diz Vital Moreira pode ser lido no seu “Causa Nossa” e a resposta mais adequada é a que foi dada, ao primeiro-ministro, em post do dia 18 de Dezembro, sob o título “PM insulta reformados”, por Ana Gomes, também autora no mesmo blog.
O que ela disse pode ser ouvido aqui:
http://www.rtp.pt/play/p296/e102483/conselho-superior

Anónimo disse...

"...O presidente da Câmara de Cascais, também presidente do Instituto Sá Carneiro, a convite de Passos Coelho, questiona-se, noutra entrada na sua página sobre os cortes propostos: "É legítimo pensarmos que se o FMI afirma que as medidas agora propostas são as 'mudanças inteligentes' todas as outras que sugeriram até agora foram as 'estúpidas'? Não há dinheiro, mas também não há paciência."(Correio da Manha-22.47h de 09/01/2013)
Isto não vai acabar bem!

fernando romano disse...

Para além do mais, este documento é também claramente uma ação consertada entre este governo de vendidos e os gurus do FMI para pressionarem o Tribunal Constitucional.

Um Presidente da República esclarecido e decente, chamaria já àmanhã a S. Bento o imbecil do PCoelho.

Está na hora do pantomineiro Paulo Portas mostrar o que é. E vai fazê-lo! Metendo o rabo entre as pernas.

O mesmo fará o Presidente, que devia fazer uma comunicação ao País já àmanhã.

Anónimo disse...

Explique-me quais estudos estão datados lá? A maioria são de 2010 e 2011. Desculpem, mas bitaitar não vale. Pelo menos leia o relatório, sim?

Anónimo disse...

Explique-me quais estudos estão datados lá? A maioria são de 2010 e 2011. Desculpem, mas bitaitar não vale. Pelo menos leia o relatório, sim?

Jeremias disse...

O que me parece de extrema gravidade é que a golpada vai ser consumada. Melhor, está em marcha acelerada e ó povo reage como reagiu a 48 anos de ditadura: indiferença. Os mais capazes emigram e os que ficam esperam desenrascar-se, aproveitando as migalhas que cairem da mesa do banquete da eleite que preparou e concretizou a golpada. E não esquecer que foi dado todo o tempo do mundo ao comandante da golpada, o senhor Cavaco, para concretizar o projecto da ultra-direita.
A democracia foi estrondosamente derrotada.

Anónimo disse...

O sector privado apenas detem 10% da força de trabalho licenciada?
Andam a tirar direitos e salário aos trabalhadores porque?
A explicação para a falta de crescimento de Portugal está precisamente aqui : 10% de licenciados nas empresas privadas é vergonhoso. Enquanto não passarmos dos 30% não vamos lá.

não, não sou o único disse...



Portugal já não tem guverno nem prezidente da República.

Está autorizada a desobediência civil em massa e a violência contra os detentores do poder formal.

MORTE AOS TRAIDORES CAVACO SILVA, PASSOS COELHO, VÍTOR LOUÇÃ RABAÇA GASPAR, PAULO PORTAS e senhor relvas.

CÁ SE FAZEM, CÁ SE PAGAM! disse...



não há mais conversa com estes facínoras do guverno


a partir de agora é só à catanada

Anónimo disse...




Leiam o Cesário Verde


[E os Povos humilhados, pela noite,
Para a vingança aguçam os punhais.]

Anónimo disse...

voltou? Como estava Paris?

E o jantar com a Edite correu bem?

jogonçalves disse...



Porquê, palhação?

Queres ir tu para lá (já que não és homem para jantar [com] a Edite)?