sexta-feira, abril 26, 2013

“Em áreas como o direito não pode deixar de se ver o que fez o visado para a evolução da sua ciência, que conferências proferiu, que livros publicou, que casos defendeu”

Estava ontem a juntar jornais velhos para os pôr no “papelão”, quando um artigo de Saragoça da Matta, publicado na sexta-feira passada, me chamou a atenção. Nele, o advogado questiona a forma como alguns jornalistas comem a palha que lhes é posta à frente: “o que me parece ser o branqueamento feito pela comunicação social relativamente aos currículos de algumas pessoas que são mediáticas por serem conhecidas e que são conhecidas por serem mediáticas. Seria um tema interessante. Não só detectar a questão, mas analisá-la e tentar perceber as razões de ser dessa aliança entre alguns jornalistas e essas personagens.”

Saragoça da Matta foi indicado pelo PSD para preencher umas das vagas no Tribunal Constitucional, tendo renunciado à candidatura quando a comunicação social o acusou de não ter curriculum. Naturalmente, Saragoça da Matta tornou-se particularmente sensível a esta questão. No citado artigo, ele coloca várias questões pertinentes:
    ‘(…) Se alguém aponta o visado como advogado, ver se está inscrito na Ordem, e há quanto tempo. E até, se calhar, porque abandonou a profissão. Se alguém refere o visado como académico, procurar que obras escreveu, sobre quê, onde estão publicadas. É que não devem atribuir-se méritos a ninguém, nem retirá-los, cegamente, quando se usa como arma a imprensa.

    Se escrevesse sobre esse tema diria que, em áreas que se querem sérias, como o direito, não pode deixar de se ver o que fez o visado de especial para a evolução da sua ciência, que vidas concretas influenciou, que jurisprudência inovadora tiraram os tribunais por sua influência, se foi pioneiro em algum caso, que conferências proferiu, que livros publicou, que casos defendeu (se algum), que temas complexos contribuiu para resolver, que diplomas legais escreveu ou para cuja alteração concorreu. Aí sim, saberemos se houve um percurso.

    E se o nome visado for apontado para o exercício de cargos públicos, deve ser-se ainda mais criterioso na análise. Nomeadamente aferir da experiência do nomeado na gestão de recursos humanos e na gestão de dinheiros públicos ou privados.’

Em quem estaria Saragoça da Matta a pensar quando escreveu este texto? Quem foram, nos últimos tempos, alçados a cargos públicos e de imediato glorificados por certo jornalismo?

5 comentários :

Francisco Clamote disse...

Maduro, diria eu.

Ze Maria disse...

Este Saragoça de consoantes dobradas no outro apelido, tem um curriculum de comentadeiro que tem muito que se lhe diga. Já foi em tempos apresentado como um independente da treta. Lá palavrosa é a criatura. Isso é...

Anónimo disse...

maduro

Anónimo disse...

Prof. Martelo, o homem das homilias dominicais!!!! Para além da tese de doutoramento, tenho quase a certeza que nunca publicou nada da relevante (a tese de doutoramento, que já terá uns 30 anitos, também já terá perdido o pouco interesse que tinha...).

Anónimo disse...

O "inteligentissimo" Gaspar. Conhece-se algum trabalho academico digno de nota de tal personagem?
Gaspar é, tal como toda a porcaria " independente" convidada por este governo, um enormissimo imbuste : um rei que sempre esteve nú.