quarta-feira, abril 24, 2013

O regresso do turista finlandês


O governador do Banco de Portugal foi a uma escola, onde comparou a situação do país à “semanada” do Francisco do 6.º C. Com tempo para andar por aí a fazer política, disse Carlos Costa a um plateia composta por alunos do 2.º ciclo:
    "Imagina que chegas à quarta-feira e ficas sem dinheiro e até sábado andas a pedir emprestado. Ao fim de algum tempo começas a acumular dívidas e há um dia em que chegam à tua beira e dizem: ou pagas ou não te emprestamos mais", explicou.

    "Quando isso acontece - continuou - vais ter junto dos teus pais ou padrinhos e dizes que te correu mal a vida, que tens uma dívida para pagar aos colegas e não tens dinheiro. E o teu pai diz-te: 'Eu empresto-te, mas agora juizinho daqui para a frente, vais prestar-me contas todos os dias e isso é uma condição para te dar dinheiro para o dia seguinte'. Isto é um programa de ajustamento financeiro".

    Em caso de incumprimento, rematou Carlos Costa, no caso do Francisco o "castigo" seria a proibição de "ir ao cinema ou jogar matraquilhos", enquanto que, "no caso de um país, será ficar pendurado com as suas tranches".
Com um governador do Banco de Portugal como Carlos Costa, é possível Portugal lutar pelos eurobonds, pela união bancária e pela reconfiguração da arquitectura do euro? Não, será apenas uma réplica artesanal do turista finlandês que invectivou Passos Coelho num jantar na Madeira.

3 comentários :

Pandil disse...

Mais um dos que morde a mão que o alimentou.
Por essas e por outras é que os americanos, mais batidos em sacanices politicas, mudam todos os lugares de topo da administração assim que é eleito novo presidente.
Sócrates quis ser abrangente e acabou por escolher baixaria.

Fernando Romano disse...

Para o Sr. Carlos Costa vivemos numa sociedade sem antagonismos.O problema reside na utilização da "mesada", como se o salário dos paizinhos dos do 2º ciclo tivesse o significado de uma mesada. E como se todos os cachopos do 2º. ciclo em Portugal beneficiassem de uma mesada....

O Sr. Carlos Costa, economista burguês, era bem capaz de terminar a sua sessão de esclarecimento com esta frase conhecida:

"A miséria, meus meninos, não passa da dor que acompanha qualquer nascimento tanto na natureza quanto na indústria".

Anónimo disse...

continua a ser o chefe de gabinete que foi alçado a governador do BdP