sexta-feira, abril 19, 2013

Resgatar a classe média

Extracto de um artigo de São José Almeida, intitulado “40 anos depois, que caminhos existem para o PS?” (hoje no Público):
    «E aplicando as consequências desta análise ao PS, Cravinho afirma: "Ora, em Portugal, a classe média como sustentação política começou com Marcelo Caetano, através da Ala Liberal e da Sedes. E o PSD foi o partido que nasceu e cresceu dessa classe média." Isto para dizer que o PSD está "agora está a dar cabo da sua base de sustentação, está a comprometer o futuro". Pois, "além da espoliação de recursos, há outras consequências da acção do Governo que estão a pôr em causa a classe média". E explica que "estancou a ascensão social da classe média e com ela a esperança das pessoas de classe média na capacidade do sistema para sustentar os seus interesses e os dos seus filhos", num momento político e social em que "apenas ganham força e autoridade os extremistas de direita e de esquerda". Daí que considere que "o PSD está a cavar a própria cova como partido, está a matar as suas bases".

    Já o PS é um partido que vive das classes médias também, pelo que tem de saber resgatar a sua base de apoio. Nesse sentido, Cravinho considera que o problema do PS é que este partido "ainda não se radicalizou na assunção de que, perante uma política radical do neoliberalismo, é preciso uma mudança radical que responda aos interesses das suas bases que são a classe média".

    E advoga que "um projecto alternativo tem de mobilizar as classes médias, por muito que isto possa parecer uma heresia perante a análise política clássica". Alertando que "o PS não tem ainda uma clara noção de que tem de apresentar um projecto de alternativa que responda não só aos interesses dos excluídos mas também aos da classe média".»

1 comentário :

Ricardo disse...

Mas o sr Soares,depois de ter advogado o socialismo democrático e em liberdade,meteu o socialismo na gaveta em nome da economia de mercados.Poderá o ps ainda ir a tempo de tirar o socialismo da gaveta(sem recorrer à dita terceira via de Socrates e Blair)quando o estado continua dependente dos mercados e da troika?Não andam todos a evitar o inevitável que é por em causa o euro e o directório que manda no eurogrupo?