sábado, maio 04, 2013

Vivemos felizes (e não sabíamos)

Se o leitor fosse incumbido de redigir uma dessas colunas de setinhas para cima e para baixo que todos os jornais não dispensam, admitiria escolher alguns destes assuntos:
    • Sinais alarmantes de desorientação do Governo, sufocado em constantes reuniões do Conselho de Ministros?
    • O Documento de Estratégia Orçamental (DEO) elaborado pelo ministro das Finanças da troika, que só o disponibilizou aos deputados quando o enviou para Bruxelas?
    • As projecções macroeconómicas alucinadas constantes do DEO que, entre outras pérolas, contém uma previsão fantasmagórica para o crescimento da procura interna em 2014?
    • A circunstância de a secretária de Estado do Tesouro ter sido apanhada a mentir na Assembleia da República, quando afirmou na Comissão do Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP) que não tinha conhecimento da existência dos swaps, sabendo-se que há documentos do Ministério das Finanças que a desmentem (para além de a própria governante ter participado na elaboração destes contratos na REFER)?
    • O assassínio político do Álvaro na praça pública, após lhe ter sido permitido brincar uns dias com o seu Memorando para o Crescimento?
    • A garantia dada por Gaspar e Passos de que não haveria aumento de impostos e, logo a seguir, é anunciado pelo alegado primeiro-ministro um novo imposto sobre as pensões (para além do aumento da contribuição para a ADSE)?
    • A inexistência de medidas contra o capital, sendo que, de resto, as promessas são no sentido de reduzir a taxa do IRC (quando se sabe que se trata de um imposto que é pago sobretudo por grandes empresas)?

Estive a ler a secção “Altos e Baixos” do Expresso e reparei que não tem, nesta semana, “baixos”. E entre os “altos” aparece, acima de Jorge Jesus, o secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, cuja proeza é ter tornado obrigatório o exame do 4.º ano (a antiga 4.ª classe), quando o próprio Expresso, na primeira página, chama a atenção para a circunstância de apenas em Portugal e em Malta essas provas contarem para a nota. E o destaque dado ao secretário de Estado ocorre quando se acaba de saber que uma das medidas que tomou foi a de obrigar alunos de nove ou dez anos a assinarem um “termo de responsabilidade” a comprometerem-se a não usar telemóveis nas provas. Pensei, por momentos, estar a ler o Elevador no DN escrito pelo egrégio FAL.

2 comentários :

Anónimo disse...



O Ricardo Costa é um sabujo.

Anónimo disse...

é incrivel como aumentou ainda mais a propaganda descarada dos comentadores a soldo deste país.
que gente sem espinha, traidores aos seus conterraneos. terão um belo fim , porque os regimes quando se desmoronam pensam em tudo menos na arraia miuda que lhes andou a lamber os rabos.