domingo, dezembro 22, 2013

Para a história do investimento em bens transaccionáveis


A história do maior conflito na cúpula do capitalismo português do pós-25 de Abril:
    «21 de Dezembro. Oito meses depois da eleição como primeiro-ministro, na agenda de José Sócrates entrou o tema PQP. Circulavam rumores sobre a possível construção da fábrica da Portucel no estrangeiro, o que o levou a convidar o industrial para um pequeno-almoço em São Bento. Eram 8h da manhã quando entrou na residência oficial do primeiro-ministro, acompanhado de um dos seus braços-direitos, José Honório. Tinha à espera um batalhão de assessores, incluindo o ministro Manuel Pinho, e o presidente do ICEP, Basílio Horta. O que pode haver de mais convincente?

    PQP lembra como Sócrates foi direito ao assunto: “Dizem-me que quando comprou a Portucel se obrigou a fazer a fábrica em Setúbal.” Ele contestou: “Se lhe dizem isso, então dizem-lhe mal, sr. primeiro-ministro. Mas diga-me onde consta, pois quero cumprir com as minhas obrigações.” Em simultâneo, o industrial confirmou que “a fábrica podia ir ou para a Alemanha ou para o Brasil”. Sócrates não gostou do que ouviu e esgrimiu o argumento extremo: “Se não fizer cá a fábrica, eu coloco em causa a privatização.” PQP não resistiu, lançou a ameaça do tribunal: “Se preferir essa via, daqui a 15 anos encontramo-nos a ver quem tem razão.”

    O industrial questionou a audiência: “Porque hei-de ficar em Portugal, se posso estar na Alemanha, no coração do consumo?” Quem esteve presente assistiu à cena. José Honório avançou com uma lista de exigências com 49 pontos. “Para a Auto Europa, o Estado fez um porto e a Portucel, enquanto exportadora líquida, até é mais importante. A nova fábrica dará origem à saída diária de 500 camiões de contentores. Mas as estradas de Mitrena são estreitas, sem condições para escoar a mercadoria.”

    Sócrates insistia na unidade em Setúbal. “Se o sr. primeiro-ministro sentir coragem para dobrar as forças vivas, eu farei aqui a fábrica.”

    Já fora de São Bento, PQP deu indicação ao colaborador para mudar a agulha do investimento para Portugal. Oito anos depois, diz PQP, “é verdade que Sócrates não cumpriu os pontos todos, mas o que me motivou foi ver a grande vontade dele em que a fábrica ficasse cá e em resolver os obstáculos. Subsídios? Recebia em qualquer dos lados”.»

7 comentários :

Anónimo disse...

é de facto o dia e a noite. o socras não recebu nenhum investimento significativo do governo anterior. durante os seus governos tivémos uma mão cheia de grandes investimentos (ikea, acuinova, enercon, portucel, Dow...) acima dos 100 milhões de euros. os artolas actuais ainda herdaram investimentos importantes (galp, embraer, nissan). e o que temos agora? bem, parece que há a possibilidade dos árbes fazerem uma fábrica de rações...isto, noutras circunstâncias seria uma comédia. na actual situação isto é uma tragédia. receberem exportações a crecerem acima de 10% e levarem-na à estagnação, é obra. e não estão negativa porque o socras deixou investimentos a concretizar. os artolas são é peritos em mentirolas, divulgadas alegremente pelas meritrizes da nossa comunicação social (reindustrialização, riotinto em moncorvo, etc)

Anónimo disse...

Transmitir confiança e vontade positiva é isto! Não é esmifrar pessoas com poucos rendimentos!|
“é verdade que Sócrates não cumpriu os pontos todos, mas o que me motivou foi ver a grande vontade dele em que a fábrica ficasse cá e em resolver os obstáculos.!
Por isso ele dizia que o problema da direita era não ter um líder como ele, capaz de transmitir confiança aos empreendedores, não a chulos!

Jose disse...

Nada como uma Grande vontade para obter ums Grande dívida, um Grande buraco e uma Grande mentira!

Anónimo disse...

vê lá isso José, a dívida aumentou muito mais desde que ele saiu.
que grande que o camafeu é. provocou aumento enorme de dívida em muitos países do mundo. vai com essa às conferências que os académicos continuam sem perceber grande coisa. e vocês de cérebro atrofiado, mas com a solução na manga.

Anónimo disse...


José, muda a cassete, qualquer dia és despedido da rede de spin do PPD por suspeita de trabalhares para os comunistas...

Anónimo disse...

O Paulinho Feirante e o Passos Coelho do PSD Marcelista, apresentam o resultado do aumento das exportações como resultado da sua politica. chama-se a isto a politica do cuco, o cuco como é incapaz de construir ninho, põe os ovos nos ninhos dos outros pássaros depois reclama os filhos para si. Os medíocres também se aproveitam das facilidades da democracia para de dizerem governantes. Há países que são massacrados por cataclismos naturais (Tremores de Terra Tsunamis Furacões e outros) Nós somos massacrados por estes fazedores de miséria. Há limites para tudo e estou convicto que a resposta não tarda.

Anónimo disse...

Os gajos não lhe perdoam